A empresa enfrentava um processo de recuperação judicial há anos, mas o Juiz decretou sua falência; Confira os detalhes
A Shefa, empresa de laticínios com atuação desde 1976 e rival da Nestlé, teve sua falência decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) no mês de julho. A empresa, que é gerida pela Agropecuária Tuiuti S/A, mantém uma fábrica em Amparo, no estado de São Paulo.
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Segundo informações divulgadas pelo G1, o portal procurou representantes do setor e conversou com o novo gestor judicial da empresa, Frank Koji Migiyama, a fim de entender o impacto dessa decisão nos números da companhia.
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Números
Produção: Segundo Migiyama, a Shefa registrou a produção de 7 milhões de litros de laticínios no mês de junho mais recente.
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Com essa média, a empresa seria capaz de produzir cerca de 84 milhões de litros em um ano. Entre seus principais produtos, destacam-se leite, sucos, bebidas lácteas, creme de leite, achocolatado em pó e alimentos à base de soja.
Posição no mercado: Em comparação com um ranking das 14 principais marcas de laticínios do Brasil divulgado em maio pela Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), a Shefa ocuparia o nono lugar, com sua capacidade para produzir até 30 milhões de litros por mês.
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A líder do ranking, a Laticínios Bela Vista, captou cerca de 1,5 bilhão de litros de leite em 2022.
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Faturamento: De acordo com o gestor judicial, o faturamento da Shefa gira em torno de R$ 40 milhões por mês.
Frank Koji Migiyama reconheceu que o processo de recuperação judicial da empresa, que durou quase seis anos e envolveu alegações de fraudes, impactou negativamente a imagem da companhia.
No entanto, ele expressou sua expectativa de que a nova gestão possa reverter essa situação e restabelecer a credibilidade da empresa.
Além da Shefa, a Agropecuária Tuiuti S/A também é responsável pela produção da Coca-Cola e do suco Maguary, entre outros produtos. A empresa emprega atualmente cerca de 300 funcionários.
A nova gestão judicial da Agropecuária Tuiuti se manifestou pela primeira vez após a declaração de falência, destacando a preservação e valorização dos ativos da empresa como prioridade, com o intuito de beneficiar todos os envolvidos, manter empregos, contratos e cumprir obrigações fiscais e sociais relevantes.
Isso quer dizer que o Magistrado autorizou o funcionamento da fábrica até a liquidação do bloco, como forma de preservar o emprego dos mais de 300 funcionários e para o benefício da coletividade dos credores. O juiz também determinou que nenhum contrato ou obrigação vinculado à Shefa seja suspenso.
Acusações de fraudes
A decisão de falência foi motivada por acusações de fraudes durante o processo de recuperação judicial da Shefa.
O juiz Fernando Leonardi Campanella detalhou os indícios de fraude relacionados à empresa, destacando a atuação do empresário garantidor/credor, que atuou tanto na compra da Shefa como em benefício próprio como credor. Isso inclui a concessão de garantias por dívidas anteriores e a manipulação do valor das dívidas.
O magistrado concluiu que houve abuso de direito e quebra do dever de boa-fé objetiva por parte do empresário, que buscou inicialmente ajuda por meio da recuperação judicial, enquanto seu verdadeiro objetivo era fraudar credores.
A decisão judicial visa a proteção e valorização dos ativos da empresa, a fim de preservar interesses e relações comerciais.