Grande banco brasileiro, cujo qual ganhou uma popularidade absurda no país ao patrocinar o JN e times como o Vasco, acabou tendo sua falência decretada após uma série de escândalos e dívidas bilionárias
O sistema financeiro como um todo é fundamental em qualquer sociedade. Até porque, é através dele que as pessoas, as empresas e o governo circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos.
Porém, nem mesmo grandes instituições financeiras, cujas quais são os pontos principais desse sistema, estão imunes à quebras e a passar por momentos conturbados.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Inclusive, um dos bancos mais populares que já surgiram em nosso país acabou tendo sua falência decretada e até mesmo foi alvo de escândalos. Estamos falando do icônico Banco Nacional, instituição de origem mineira fundado ainda em 1944 que ganhou uma popularidade absurda em um espaço muito curto de tempo.
Famoso entre os mais famosos …
Vale mencionar que uma das características mais marcantes do Banco Nacional é que o mesmo era amado entre os fãs do esporte brasileiro, ainda mais tendo ninguém mais ninguém menos que Ayrton Senna como seu menino propaganda.
Inclusive, de acordo com o portal Wiki, esse fato marcou seu pioneirismo em marketing esportivo, em uma época que pouco se falava a respeito disso.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fora isso, conforme exposto pelo Exame, a marca do banco ganhou ainda mais força quando passou a patrocinar não apenas o piloto Ayrton Senna como o Jornal Nacional, da Rede Globo, cujo qual garantiu milhões com esse aporte para o programa jornalístico, como podem ver por meio desse link*. Inclusive na década de 70, o anúncio da abertura do JN ficava sempre por conta do Banco Nacional.
Ele também tomou para si a estratégia de investir pesado em esportes, garantindo milhões ao Vasco e Fluminense ao colocar seu nome no uniforme quando os mesmos estavam competindo nas finais do Campeonato Brasileiro de futebol, no ano de 1984.
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Toda ousadia do banco fez com que a marca, conseguisse ficar marcada, até hoje, por sua ligação com o ídolo do automobilismo nacional, ganhando todo o respeito e o carinho dos brasileiros.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Falência decretada
Apesar de todo seu sucesso, o Banco Nacional teve sua falência decretada no ano de 1995, após a identificação de uma precária situação em que o mesmo se encontrava e que já havia sido sinalizada ainda no ano de 1988.
Naquele mesmo ano, de acordo com o portal Folha de S. Paulo, o Banco Central havia decretado também uma “intervenção branca” no Banco Nacional.
Aonde a instituição ficou sob regime de administração especial temporária (Raet) do BC até que fosse concluído o processo de fusão ou incorporação com o Unibanco, banco que na época acabou adquirindo seus ativos.
Para piorar ainda mais a situação, no ano de 1997, um escândalo envolvendo o Banco Nacional explodiu. Isso porque o Ministério Público Federal havia acusado trinta e três pessoas de fraude entre elas o próprio controlador do banco Marcos Magalhães Pinto, como podem ver por meio desse link.
Mais escândalos …
Foi aí que nos anos 2000 o Banco Central descobriu todo um esquema de Ponzi, cujo qual funcionava como uma pirâmide financeira, aplicando vários golpes naquela época e isso só veio à tona tempos depois do fim da instituição.
E os escândalos não pararam por aí, mesmo depois de desativado, segundo uma publicação do The Intercept, ainda houve corrupção no processo judicial de encerramento.
No ano de 2002, o ex-controlador do banco foi condenado a 28 anos em primeira instância, mas a pena foi reduzida para doze anos em 2010. Um ano depois foi declarada extinta, porém logo depois reinstaurada pelo Superior Tribunal de Justiça.
De acordo a Intercept, a instituição financeira escondeu a situação de insolvência, além de ter manipulando as operações de crédito, como se os devedores estivessem pagando normalmente. Eles encerraram as atividades com uma dívida de R$ 5,36 bilhões ao governo.
O que ocorreu com o que sobrou do Nacional ?
Como mencionamos acima, após a falência, o banco sumiu do mapa tendo os seus ativos adquiridos pelo Unibanco (que atualmente é somente Itaú) e os passivos ficaram para o Banco Central.
Em setembro do ano de 2014 foi noticiado que poderia haver negociações entre o bad bank (cujo controle acionário ainda pertencia à família Magalhães Pinto), e o banco BTG.
Tratava-se da de créditos tributários antigos e outros créditos provenientes do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS). Mas as negociações não sucederam na época.
Ao procurar declarações dos responsáveis pelo banco, da época, os mesmos não foram encontrados, porém, o espaço permanece aberto caso queiram expor sua versão dos fatos.
Inclusive, no dia 03 de junho deste ano de 2024, essa famigerada negociação com o banco BTG finalmente saiu do papel.
De acordo com o portal O Globo, o BTG anunciou que fechou um acordo para a compra do Banco Nacional, cujo qual ainda se encontra em liquidação extrajudicial.
Conforme adiantou com exclusividade o colunista Lauro Jardim, o negócio ainda estaria sujeito à verificação de determinadas condições, entre elas a cessação do regime de liquidação extrajudicial, que será possibilitada pela liquidação ou saneamento de seus passivos financeiros.
Essa operação também terá de ser submetida à análise do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que fiscaliza a concorrência no país.
Todos os ativos e passivos do Nacional entraram no negócio. Em comunicado ao mercado, o BTG informou que as duas partes chegaram a um acordo:
“A operação faz parte da estratégia de investimentos da área de Special Situations do BTG Pactual, focada na aquisição e recuperação de carteiras de créditos inadimplidos e compra de ativos financeiros alternativos, a qual acumula expertise com instituições financeiras em regime especial”
Ao adquirir bancos em liquidação, o BTG usa a carteira de crédito dessas instituições, que inclui títulos devidos pelo Tesouro, envolvendo Fundo de Compensações de Variações Salariais (FCVS), precatórios e créditos tributários.