FIM HISTÓRICO!
Devendo mais de R$5B e engolida pela Gol: Falência de companhia aérea nº1 desaba Porto Alegre, RS
04/04/2025 às 9h00

Um legado em ruínas: Dívidas bilionárias e compra da Gol marcam o fim da gigante aérea em Porto Alegre, RS
E a falência de uma poderosa e gigantesca companhia aérea de Porto Alegre, fundada em 7 de maio de 1927, desabou a capital do Rio Grande do Sul, após uma série de adversidades, dívidas e até escândalo trabalhista.
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Trata-se da Varig, uma das mais tradicionais e importantes companhias aéreas brasileiras. Ao longo de sua trajetória, a empresa experimentou períodos de expansão e prestígio, mas também enfrentou desafios que culminaram em sua falência em 2010.
Sendo assim, a equipe especializada em economia do TV Foco, com base em informações do portal G1, Exame, Jus Brasil e Wiki, traz abaixo um relato detalhado sobre a história da Varig, desde sua fundação até os desdobramentos após sua falência, incluindo o destino de suas aeronaves e as manifestações de ex-funcionários em busca de seus direitos.
Fundação e primeiros anos (1927-1940)
A Varig iniciou suas operações ainda em 1927 com o hidroavião Dornier Do J, conhecido como “Atlântico”, operando a rota “Linha da Lagoa”, que conectava Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande.
Nos anos seguintes, a companhia expandiu suas operações para outras regiões do Brasil, consolidando-se no mercado doméstico.
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- Em agosto de 1942, a Varig realizou seu primeiro voo internacional para Montevidéu, utilizando um De Havilland DH-89 Dragon Rapide.
- A aquisição de aeronaves Douglas DC-3 e Curtiss C-46 após a Segunda Guerra Mundial permitiu uma rápida expansão para o nordeste brasileiro.
- Em 1955, com a chegada dos Lockheed L-1049G Super Constellation, inaugurou a rota Porto Alegre-Nova Iorque, com escalas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belém e Trujillo. Essas aeronaves operaram até a década de 1960, quando foram substituídas pelos Boeing 707.

Consolidação (1960-1980)
Por fim, com a introdução dos Boeing 707 na década de 60, a Varig deu start na sua era da modernização, consolidando sua presença em rotas internacionais.
Entre as décadas de 60 e 80, a companhia se destacou como uma das maiores e mais reconhecidas empresas aéreas privadas do mundo, conhecida pela qualidade de seu serviço de bordo em todas as três classes.

A Crise (1990-2005)
Mas, nos anos 90, as coisas começaram a ficar difíceis para a Varig, uma vez que ela passou a enfrentar dificuldades financeiras devido à aquisição de novas aeronaves e à recessão provocada por crises econômicas globais, como a Guerra do Golfo.
A fim de conter os prejuízos, vendeu aeronaves para bancos e empresas de leasing, implementou reestruturações que resultaram na demissão de mais de 3.000 funcionários e fechou 30 escritórios no exterior.
Apesar dessas medidas, os gastos elevados e a crescente concorrência no mercado aéreo agravaram a situação financeira da empresa.

Em junho de 2005, com dívidas estimadas em mais de R$5 bilhões, mais especificamente em R$ 5,7 bilhões, a Varig entrou com pedido de recuperação judicial.
Venda e tentativa de reestruturação (2005-2006)
Em novembro de 2005, a TAP Portugal, em parceria com investidores brasileiros, formalizou a compra das subsidiárias Varig Logística (VarigLog) e Varig Engenharia e Manutenção (VEM) por US$ 62 milhões.
Essa transação visava garantir o pagamento de credores internacionais e proporcionar liquidez à Varig. No entanto, a venda das subsidiárias não foi suficiente para reverter a crise financeira da empresa.
Mas, em julho de 2006, a Varig foi dividida em duas entidades: a “nova Varig“, que foi adquirida pela Volo Brasil, e a “antiga Varig“, que permaneceu com as dívidas.
Falência e engolida pela GOL (2006-2010)
Inclusive, apesar da “nova Varig” continuar operando, continuou enfrentando dificuldades para se estabilizar no mercado.
Em março de 2007, a Gol Linhas Aéreas anunciou a aquisição da “nova Varig”, integrando gradualmente sua frota e operações.

A “antiga Varig” tentou se reerguer lançando a companhia Flex em março de 2007, mas encerrou atividades pouco tempo depois.
Fatalmente, no dia 20 de agosto de 2010, a Justiça do Rio de Janeiro decretou a falência da antiga Varig, além de suas subsidiárias Rio Sul Linhas Aéreas e Nordeste Linhas Aéreas.
Destino das Aeronaves da Varig
Após a falência, diversas aeronaves da Varig ficaram estacionadas em aeroportos brasileiros, aguardando definição sobre seu destino.
Em 2011, o programa “Espaço Livre – Aeroportos“, da Corregedoria Nacional de Justiça, foi implementado para remover sucatas de aviões de aeroportos.
No Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, quatro Boeings pertencentes à massa falida da Varig estavam parados, além de duas aeronaves deterioradas da VarigLog.

Já no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, havia uma aeronave da Varig na mesma situação.
A TAP, que operava hangares onde esses aviões estavam guardados, custeou o desmonte das aeronaves no Rio de Janeiro.
A sucata resultante dos desmontes foi leiloada, e os recursos revertidos para a massa falida da empresa.
Como ficaram os ex-funcionários da Varig após a falência?
Para piorar ainda mais a situação da gigante, após sua falência, ex-funcionários e aposentados iniciaram uma série de manifestações para reivindicar:
- Pagamento de salários atrasados;
- Indenizações;
- Benefícios previdenciários relacionados ao fundo de pensão Aerus.
Em julho de 2013, cerca de 100 aposentados da Varig, Transbrasil e Cruzeiro protestaram no centro do Rio de Janeiro.
Eles partiram da sede do Instituto Aerus e marcharam pela Avenida Rio Branco até o Aeroporto Santos Dumont.
Desde 28 de junho, 13 ex-funcionários acampavam no local, aguardando resposta do governo federal sobre suas aposentadorias.
Em 24 de janeiro de 2014, os aposentados da Varig, Vasp e Transbrasil voltaram às ruas para cobrar o pagamento do Fundo Aerus.
Os pagamentos estavam suspensos ou sendo feitos de forma parcial desde 2006, quando a Varig encerrou as atividades.
A ex-comissária de bordo Dayse Amorim Matos destacou a difícil situação dos aposentados e a espera por uma proposta do governo.
Já em 2 de abril de 2014, aposentados e pensionistas do Instituto Aerus protestaram no Salão Verde da Câmara dos Deputados após 20 dias de acampamento.
A porta-voz Graziella Baggio denunciou a omissão do governo e destacou que mais de 10 mil beneficiários aguardavam solução para o pagamento dos benefícios.
Quando a situação dos funcionários da Varig teve finalmente um desfecho?
Após anos de litígios e negociações, a União e a massa falida da Varig chegaram a um acordo histórico em março de 2024, visando indenizar os ex-trabalhadores da companhia aérea.
Esse acordo previu o pagamento de R$ 4,7 bilhões pela União à massa falida da Varig, como compensação pelos prejuízos causados pela política tarifária implementada entre 1985 e 1992, que resultou no congelamento de preços das passagens aéreas durante o Plano Cruzado.
A indenização permitirá o pagamento de dívidas trabalhistas a pelo menos 15 mil ex-funcionários da empresa.
Porém, em dezembro de 2024, um desdobramento desse acordo foi firmado para quitar as dívidas referentes ao FGTS dos ex-empregados da Varig.
A transação, no valor de R$ 575 milhões, assegurou o pagamento à vista do FGTS devido, beneficiando diretamente os trabalhadores.
O pagamento das indenizações e do FGTS ficou programado para ocorrer ao longo de 2025, por meio de precatórios expedidos pela Justiça Federal.
Esses acordos representam um marco significativo na resolução das pendências financeiras da Varig com seus ex-funcionários, trazendo alívio e justiça para aqueles que dedicaram anos de serviço à companhia.
Para mais detalhes sobre o desfecho do pagamento aos ex-funcionários da Varig, você pode assistir ao vídeo abaixo:
Conclusão:
Em síntese, a trajetória da Varig reflete os altos e baixos de uma empresa que foi símbolo da aviação brasileira.
Embora sua falência tenha deixado um legado de desafios para milhares de funcionários, os recentes acordos e pagamentos sinalizam um passo importante na resolução dessas pendências, trazendo algum alívio para aqueles que dedicaram anos de serviço à companhia.
Mas, para saber mais sobre essas histórias de falências, retomadas e muito mais, clique aqui*.
Autor(a):
Lennita Lee
Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.