A ascensão e queda de uma das maiores montadoras do país que foi dizimada pela Chevrolet e forçada a vender seus carros por uma mixaria antes da falência
A montadora líder do setor automotivo brasileiro, que outrora brilhava no cenário nacional, enfrentou uma dívida de impressionantes R$ 280 milhões, resultado na sua falência.
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A montadora que era concorrente implacável da Chevrolet, viu sua posição no mercado desmoronar, levando-a a uma falência que ninguém imaginava ser possível.
O engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel fundou a Gurgel Motores S.A. em 1º de setembro de 1969, em São Paulo.
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NASCIMENTO
De acordo com a UOL, desde o início, a empresa tinha a ambiciosa proposta de produzir veículos 100% nacionais.
Inicialmente, a Gurgel começou fabricando karts e minicarros para crianças, mas logo expandiu sua linha de produção para incluir veículos utilitários e off-road, como o famoso bugue Ipanema, que utilizava motor Volkswagen.
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MODELOS ICÔNICOS
Em 1975, a Gurgel transferiu sua sede para Rio Claro, no interior de São Paulo, onde construiu uma moderna linha de montagem.
Durante os anos 70, a empresa lançou modelos icônicos como o Xavante XT e o X-12, que se destacaram pela robustez e inovação.
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O chassi Plasteel, uma combinação de plástico e aço, era uma das inovações patenteadas pela Gurgel, proporcionando alta resistência e durabilidade.
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PRIMEIRO CARRO ELÉTRICO BRASILEIRO
Segundo a Forbes, nos anos 80, a Gurgel continuou a inovar, lançando o primeiro carro elétrico brasileiro, o Itaipu E400, em 1980. Este furgão elétrico tinha uma autonomia de 80 quilômetros e foi um marco na história da indústria automobilística nacional.
Além disso, a empresa desenvolveu o BR-800, um carro compacto e econômico, e inicialmente batizou-o de Cena, mas teve que mudar o nome devido a um processo movido pela família do piloto Ayrton Senna.
DIFICULDADES FINANCEIRAS
Contudo, apesar das inovações, a Gurgel enfrentou dificuldades financeiras ao longo dos anos. Acontece que a crise econômica do início dos anos 90 e a abertura do mercado brasileiro às importações de veículos estrangeiros agravaram as dívidas significativas que a empresa acumulou.
Em 1993, a Gurgel entrou com um pedido de concordata, uma tentativa de reestruturar suas dívidas e evitar a falência.
A FALÊNCIA
Infelizmente, os esforços para salvar a empresa não foram suficientes. Em 1996, a Gurgel Motores S.A. encerrou suas atividades, deixando um legado de aproximadamente 40 mil veículos produzidos ao longo de sua existência.
Decretaram oficialmente a falência em 30 de setembro de 1996, marcando o fim de uma era para a indústria automobilística brasileira.
Por fim, Gurgel Motores foi leiloada em 2007, por cerca de 16 milhões. O dinheiro na ocasião serviu para que eles pagassem as dívidas trabalhistas, que chegaram a quase 20 milhões.
Sendo assim, a montadora deixou um lastro de 280 milhões em dívidas.
Após o fechamento, a marca Gurgel foi registrada por outro empresário em 2004, sem o consentimento da família Gurgel, o que resultou em uma disputa judicial. Segundo dados do Wikipédia.
POR QUE A FORD DEIXOU O BRASIL?
A Ford deixou o Brasil em 2021 como parte de uma reestruturação global para reduzir custos e focar em mercados mais rentáveis.
Anos de prejuízos acumulados, a baixa demanda por alguns de seus modelos e a necessidade de modernizar suas operações influenciaram a decisão.
A empresa optou por fechar suas fábricas em Camaçari (Bahia), Taubaté (São Paulo) e Horizonte (Ceará), impactando milhares de trabalhadores e a economia local.
CONCLUSÕES FINAIS
A história da Gurgel Motores é um exemplo de inovação e perseverança, mas também de desafios e dificuldades enfrentados por uma empresa que tentou se manter independente e nacional em um mercado cada vez mais globalizado.
Agora, as pessoas lembram a Gurgel como uma pioneira na indústria automobilística brasileira, especialmente por suas inovações tecnológicas e pelo sonho de seu fundador de criar um carro genuinamente brasileiro.
Por fim, a trajetória da empresa serve como inspiração e lição para futuros empreendedores do setor.