Falência de gigante rival das Casas Bahia deixa R$21 bilhões em jogo e clientes desamparados em um cenário de caos financeiro
O colapso financeiro de uma das maiores concorrentes das Casas Bahia deixou um rombo bilionário e arrastou milhares de clientes para a incerteza após sua falência.
Com uma dívida que ultrapassa R$ 21 bilhões, a empresa encerrou suas atividades sem dar garantias sobre reembolsos, agravando a crise no setor varejista.
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O TV Foco, a partir do seu time de especialistas e das informações do Wikipedia, detalha agora a falência da gigante dos eletrodomésticos, Mabe Brasil.
Mabe Brasil
A Mabe Brasil, subsidiária da mexicana Mabe, iniciou suas operações no país em 2003, ao adquirir a Dako.
Em 2009, expandiu sua presença ao comprar as operações da BSH, joint venture entre Bosch e Siemens, que produzia as marcas Bosch e Continental no Brasil.
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Com essas aquisições, a Mabe Brasil alcançou a segunda posição no mercado nacional de eletrodomésticos, detendo 25% de participação, atrás apenas da Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul.
Ao todo, a empresa faturava cerca de US$ 3,7 bilhões ao ano (21 bilhões de reais).
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Dificuldades
Apesar do crescimento inicial, a Mabe Brasil enfrentou dificuldades financeiras significativas. Em maio de 2013, a empresa solicitou recuperação judicial, alegando problemas para honrar compromissos com fornecedores e funcionários.
Na época, as dívidas somavam R$ 490 milhões. O plano de recuperação aprovado previa um período de 10 anos para a quitação dos débitos.
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Entretanto, a empresa não conseguiu cumprir as obrigações estabelecidas no plano de recuperação. Em janeiro de 2016, a Mabe demitiu 342 funcionários devido à baixa demanda por seus produtos.
No mês seguinte, a Justiça de São Paulo decretou a falência da companhia, resultando no fechamento das fábricas em Campinas e Hortolândia, ambas no estado de São Paulo, e na demissão de 1.500 trabalhadores.
Falência
Investigações posteriores revelaram que a falência da Mabe Brasil pode ter sido planejada por seus controladores.
A empresa utilizava uma prática contábil conhecida como “transfer pricing”, na qual os produtos exportados tinham seus lucros direcionados para a matriz no México, enquanto as despesas permaneciam na filial brasileira.
Porém, essa estratégia levou a prejuízos significativos para a operação no Brasil, culminando na inevitável quebra em 2016.
Além disso, trocas de e-mails entre os executivos da empresa indicam que eles estavam cientes das fraudes e buscavam maneiras de se isentar de responsabilidades legais futuras.
No entanto, houve tentativas de criar contas em paraísos fiscais para proteger os ativos e afastar os executivos da gestão direta da empresa, evidenciando uma possível má-fé na condução dos negócios.
As consequências da falência da Mabe Brasil foram profundas:
- Mais de 2.000 trabalhadores ficaram desempregados, muitos sem receber salários atrasados e verbas rescisórias.
- Credores, incluindo bancos e fornecedores, enfrentaram dificuldades para recuperar os valores devidos.
- Além disso, as marcas Dako e Continental foram vendidas para quitar parte das dívidas trabalhistas.
Qual é a maior rede de eletrodomésticos do País?
A Magazine Luiza é uma das principais redes varejistas de eletrodomésticos no Brasil, destacando-se por sua forte presença no comércio eletrônico e lojas físicas.
Fundada em 1957, a empresa expandiu significativamente sua atuação nos últimos anos, tornando-se referência no setor.
Contudo, além da Magazine Luiza, outras redes como as Casas Bahia e o Grupo Pão de Açúcar também possuem relevância no mercado de eletrodomésticos
CONCLUSÃO
Por fim, a trajetória da Mabe Brasil exemplifica os desafios enfrentados por empresas multinacionais ao operar em mercados estrangeiros.
Contudo, embora tenha alcançado uma posição de destaque no setor de eletrodomésticos, a empresa não conseguiu sustentar seu crescimento e acabou sucumbindo a práticas questionáveis de gestão, resultando em sua falência e em impactos negativos para funcionários e credores.
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