Falência decretada pelo Banco Central, um calote de R$ 421M e o fim das agências marcaram o adeus de dois grandes bancos brasileiros
Embora sejam pilares de qualquer economia, muitas instituições financeiras históricas sofreram com colapsos devastadores, cujos impactos são lembrados até hoje por meio da nossa história.
Inclusive, com base em informações do portal Wiki, a equipe especializada em economia do TV Foco abordará hoje esses dois casos emblemáticos:
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- Banco Comercial Bancesa S/A;
- Banco Morada S.A.

Ambos enfrentaram três viradas decisivas, as quais levaram os mesmos ao buraco, como:
- Um calote milionário;
- Falência decretada pelo Banco Central;
- O encerramento definitivo de suas agências.
Banco Bancesa: Afundado na crise
Primeiramente, temos o caso do Banco Comercial Bancesa S/A, o qual surgiu do antigo Banco Popular de Sobral.
- Fundado em 1927, ele passou por diversas transformações até se tornar o Banco do Ceará S/A e, posteriormente, conhecido somente como Bancesa.
- Durante sua expansão nacional, esteve sob a gestão de Jackson Pereira, diretor esse que ampliou as atividades da instituição para diferentes regiões do Brasil.
Primeira virada: Um calote milionário:
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Contudo, uma administração financeira conturbada acompanhou a sua rápida ascensão.
Em 1994, surgiram indícios de problemas graves quando a instituição deixou de repassar tributos federais e contribuições previdenciárias arrecadadas, no valor de R$ 134 milhões.
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No entanto, no ano de 1995, o Banco Central do Brasil interveio, apontando um calote real em passivos de R$ 421 milhões, contrastando com o caixa ativo de R$ 136 milhões.
Segunda virada: A falência:
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Diante da insolvência, deu-se início a um longo processo de liquidação. Após anos de incertezas e tentativas frustradas de reestruturação, em fevereiro de 2003, o Banco Central decretou oficialmente a falência do Banco Bancesa.
De acordo com os dados oficiais do portal da Justiça Federal do Ceará (JFCE), por cautela, o Juiz Federal determinou que fosse reservada, na conta da Massa Falida do Banco Bancesa, uma quantia suficiente para a quitação dos créditos trabalhistas, os quais, ainda em 2023, não haviam sido pagos, conforme podem ver por aqui*.
Terceira virada: Fim das agências:
Após sua falência, o encerramento das agências do Bancesa ocorreu de forma gradual, o que concretizava o fim do que foi uma referência bancária no Nordeste.
Ao procurar declarações oficiais do Bancesa sobre o seu fim, a mesma não foi encontrada. Porém, o espaço ainda está em aberto, caso antigos representantes queiram contar a sua versão dos fatos apresentados.
Banco Morada: Do topo ao chão
A Associação de Poupança e Empréstimo Morada, focada no financiamento habitacional, foi criada em 1967 e deu origem ao Banco Morada.
Com o crescimento do setor imobiliário no Brasil, a instituição evoluiu para uma companhia de crédito imobiliário, financiando mais de 25 mil imóveis no auge do Sistema Financeiro de Habitação.
Primeira Virada: A expansão
- Nos anos 90 e 2000, o banco passou a diversificar seus serviços, concentrando-se no crédito ao consumo, financiamento de automóveis, administração de cartões e empréstimos empresariais.
- Em 2005, sua relevância crescente no setor levou o Bradesco a comprar a sua carteira de clientes, uma vez que o gigante buscava fortalecer sua presença no mercado de crédito pessoal, além de consolidar sua atuação no Rio de Janeiro.
Segunda Virada: A intervenção do Banco Central
No entanto, apesar de sua tamanha relevância, o Banco Morada foi ao buraco após enfrentar dificuldades financeiras que se agravaram ao longo dos anos seguintes.
Em abril de 2011, o Banco Central decretou intervenção na instituição devido ao:
- Comprometimento patrimonial severo;
- Descumprimento de normas regulatórias;
- Ausência de um plano viável para sua recuperação financeira.
Na época, o banco representava apenas 0,01% dos ativos e 0,03% dos depósitos do sistema financeiro nacional.
Terceira virada: Adeus agências.
Em 2011, o Banco Morada, diante da situação insustentável, sofreu liquidação extrajudicial e teve sua falência decretada em 2015, o que selou o fim da instituição.
Suas agências foram gradualmente desativadas e sua presença no setor bancário desapareceu completamente.
Apesar da relevância que teve em determinados segmentos do mercado financeiro, nenhuma declaração oficial foi emitida pelos responsáveis da instituição sobre a falência e seus desdobramentos.
O espaço para esclarecimentos, no entanto, permanece aberto.
Qual banco possui a maior quantidade de clientes em 2025 no Brasil?
De acordo com um levantamento divulgado através do ranking do Banco Central, em janeiro de 2025, os maiores bancos do Brasil em número de clientes seguem a seguinte ordem:
- Caixa Econômica Federal, com 154.165.425 clientes;
- Bradesco, com 109.110.309 clientes;
- Nubank, com 100.770.273 clientes;
- Itaú, com 98.503.297 clientes;
- Banco do Brasil, com 78.075.019 clientes.
Aliás, para saber um pouco mais sobre esse ranking, clique aqui.*
Considerações finais:
Em suma, dois grandes bancos brasileiros, o Banco Comercial Bancesa S/A e o Banco Morada S.A, enfrentaram dificuldades financeiras que levaram à sua falência:
- O Banco Bancesa enfrentou um calote milionário de R$ 421 milhões, falência decretada pelo Banco Central e o encerramento de suas agências.
- Já o Banco Morada, após uma expansão cada vez mais forte, também enfrentou uma intervenção do Banco Central e o fim de suas agências.