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Falência decretada pelo BC e maior calote da história: Fim de 3 bancos históricos devastam país
26/12/2024 às 10h00
Fim de 3 bancos históricos do país deixa clientes arrasados em meio a rombos, falência decretada pelo Banco Central e um dos maiores calotes da América Latina
Ao longo da nossa história, as quebras de bancos trouxeram impactos devastadores para a vida de milhares de brasileiros.
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Isso porque essas falências não só abalaram a confiança no sistema financeiro, como também deixaram rastros de prejuízos para clientes, investidores e o próprio mercado.
Entre as várias instituições que ruíram, a equipe especializada em economia do TV Foco, a partir de informações contidas no portal Exame, Wiki e Valor, traz três das mais impactantes:
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- O Banco Cruzeiro do Sul;
- O Grupo Oboé;
- Banco Morada.
Em síntese, todos esses casos revelam histórias de fraudes, gestões inadequadas e intervenções/falências decretadas pelo Banco Central do Brasil.
Grupo Oboé:
Fundada em 1997, na região de Fortaleza, o Grupo Oboé compreendia empresas como a:
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- Oboé Tecnologia e Serviços Financeiros;
- Oboé Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários;
- Oboé Holding Financeira.
Ela atuava principalmente em crédito, financiamento e outros serviços financeiros.
Porém, no ano de 2011, ela acabou sendo alvo de uma intervenção do Banco Central, que apontou comprometimento patrimonial e “graves violações” legais.
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Em fevereiro de 2012, após confirmar fraudes e desvios financeiros, o BC decretou a liquidação extrajudicial. O passivo identificado alcançava R$ 280,5 milhões.
Uma surpresa:
Na época, os clientes que procuraram atendimento nos caixas eletrônicos da Oboé em Fortaleza, ainda na tarde do dia 15 de setembro de 2011, se sentiram confusos ao se depararem com os equipamentos desativados.
De acordo com o Diário do Nordeste, uma professora que foi a um caixa para receber seu salário, demonstrou surpresa diante da interrupção do serviço.
Como não havia sido avisada da resolução, ela alegou não ter sido informada sobre outras formas de receber o pagamento: “Agora, sem receber meu dinheiro, fica complicado para quitar minhas contas”.
O mesmo aconteceu com um carteiro, que também não sabia que o serviço estava suspenso até chegar no caixa.
Ele afirmou que já era o terceiro que ele procurava na mesma tarde, sem sucesso.
Já um estudante disse que todos os caixas que procurou informavam que estavam em manutenção e que também não obteve informações por telefone.
Declarações da Oboé:
A administração afastada da Oboé Financeira rechaçou os argumentos usados para a intervenção anunciada pelo Banco Central.
Em nota, o controlador Newton Freitas afirmou que as alegações para são “todas órfãs de suporte fatídico e jurídico”.
“Com 12 anos de funcionamento, a Oboé nunca respondeu por processo administrativo ou sofreu penalidade por parte do BC” – Garantiu ele.
De acordo com ele, o Banco Central iniciou fiscalização com base nas demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2010 e, após a conclusão, até então, não havia apresentado nenhum resultado, verbal ou formal, aos administradores da Oboé.
O resultado veio já sob a forma de intervenção, sem facultar aos administradores da Oboé nenhuma defesa, na forma prevista na legislação.
Entretanto, a empresa enviou uma carta ao Banco Central solicitando a revogação da medida. Segundo Freitas, a Oboé apresentava resultados satisfatórios e havia cumprido todas as recomendações do BC.
Falência:
No entanto, a justiça decretou a falência das empresas em 2015, estendendo os efeitos ao controlador José Newton Lopes de Freitas.
Investigações revelaram ações fraudulentas, como desvio de bens de sociedades insolventes. A Polícia Federal apreendeu bens, incluindo obras de arte, na operação Embuste.
Clientes com créditos de até R$ 70 mil foram atendidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Apesar das negações iniciais da direção do grupo sobre as acusações, as evidências de fraude resultaram em condenações.
Banco Morada:
Banco Morada, com sede no Rio de Janeiro, oferecia crédito pessoal e crédito direto ao consumidor (CDC).
A história do banco remonta à fundação, em 1967, da Morada Associação de Poupança e Empréstimo, focada em financiamentos habitacionais.
Posteriormente, a instituição evoluiu para uma companhia de crédito imobiliário e expandiu suas operações, financiando mais de 25 mil imóveis durante o auge do Sistema Financeiro de Habitação.
Nos anos 90 a 2000, o banco passou a se concentrar no crédito ao consumo, conquistando relevância no mercado com operações como:
- Administração de cartões;
- Financiamento de automóveis;
- Empréstimos empresariais.
Esse crescimento levou a uma negociação importante em 2005, quando o Bradesco adquiriu a rede e a carteira de clientes do Morada.
A aquisição fortaleceu a presença do Bradesco no crédito pessoal e no mercado carioca e impediu que o Itaú incorporasse o Morada.
Porém, mesmo com esse histórico de destaque, o Banco Morada enfrentou dificuldades nos anos seguintes.
Em abril de 2011, o Banco Central decretou intervenção na instituição devido ao comprometimento patrimonial, descumprimento de normas regulatórias e ausência de um plano viável para sua recuperação financeira.
Na época, o Banco Morada era uma instituição de pequeno porte, representando apenas 0,01% dos ativos e 0,03% dos depósitos do sistema financeiro nacional.
A situação insustentável culminou na liquidação extrajudicial em outubro de 2011, seguida pela decretação da falência em março de 2015.
Declaração dos responsáveis: Não foram encontradas declarações oficiais por parte da financeira sobre o assunto. No entanto, caso queiram, o espaço permanece aberto para esclarecimentos adicionais.
Banco Cruzeiro do Sul:
Por fim, fundado em agosto de 1989 a partir da Cruzeiro DTVM do Grupo Pullman, o Banco Cruzeiro do Sul dava seus primeiros passos para a expansão ao passar para o controle da família Indio da Costa, em 1993.
Durante sua existência, o banco se destacou em segmentos como:
- Crédito consignado.
- Financiamento de longo prazo.
Em 1994, tornou-se agente do BNDES, atuando no mercado de crédito de longo prazo e financiamento de bens de capital.
Contudo, em 2002, deixou de operar como agente do BNDES, mantendo apenas uma pequena carteira de empréstimos até sua amortização integral.
Em 2003, o Cruzeiro do Sul foi designado dealer especialista oficial do Banco Central para negociação de títulos do Tesouro Nacional, mas começou a enfrentar desafios.
Em 2011, teve sua classificação de risco rebaixada pela agência Moody’s devido às dificuldades de captação de recursos.
A situação se agravou em 2012, quando o Banco Central decretou intervenção, após identificar um rombo de R$ 1,3 bilhão causado por créditos fictícios e manipulações contábeis.
Com um patrimônio líquido negativo de R$ 150 milhões, a família Indio da Costa foi afastada da gestão e a administração do banco passou ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), sob Regime de Administração Especial Temporária.
Infelizmente, a intervenção não conseguiu reverter a situação e, em setembro de 2012, após negociações frustradas com possíveis compradores como o Banco Santander, o Banco Cruzeiro do Sul teve sua liquidação decretada pelo Banco Central.
Conforme o portal Wiki, a liquidação encerrou definitivamente as operações do banco e bloqueou os bens dos controladores para responsabilizá-los pelo rombo financeiro.
Em agosto de 2015, a falência da instituição foi oficialmente decretada pela Justiça.
O maior calote da história!
A liquidação do Cruzeiro do Sul foi considerada pela Moody’s como o maior calote de uma empresa da América Latina desde 2002.
Uma dívida de US$ 1,6 bilhão venceu sem pagamento, e a renegociação proposta pelo FGC envolvia descontos de 35% a 60%, descrita pelo Financial Times como “uma história de terror”.
Declaração dos responsáveis: Não foram encontradas manifestações oficiais sobre o ocorrido, porém, da mesma forma que os casos acima, o espaço permanece aberto para que apresentem suas versões.
Mas, para saber sobre mais falências e casos como esse, clique aqui*.
Quanto está a dívida do Banco Cruzeiro do Sul atualizada?
De acordo com o portal Valor e segundo o quadro de credores atualizado divulgado pela Laspro, que atua como administradora judicial do Cruzeiro do Sul, a dívida atual é de R$ 7,716 bilhões. A dívida quirografária (não trabalhista e sem garantia real) é de R$ 5,036 bilhões.
Considerações finais:
Em suma, três bancos brasileiros de grande relevância, Cruzeiro do Sul, Oboé e Morada, enfrentaram colapsos financeiros nos últimos anos, causando um impacto significativo no mercado e na vida de milhares de clientes.
Autor(a):
Lennita Lee
Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.