Saiba o que aconteceu com as três grandes montadoras, tão populares quanto uma Fiat, cujas quais acabaram tendo um fim amargo após fracassos e falência
De longe, o mercado automotivo é um dos mais instáveis do mundo, ainda mais aqui no Brasil.
Afinal de contas, mesmo com uma certa prosperidade inicial, muitas empresas acabam fracassando ou não obtendo sucesso em manter essa constância de conquistas.
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Mesmo porque, ao longo das décadas, a economia brasileira enfrentou crises políticas e econômicas que reduziram o poder de compra da população e aumentaram os custos operacionais.
Além disso, a desconfiança dos consumidores em relação à qualidade dos produtos e a falta de suporte técnico adequado aceleraram o declínio de várias montadoras.
Nesse contexto, a partir de informações coletadas através do Jornal do Carro Estadão, a equipe especializada em economia do TV Foco, traz três casos impactantes envolvendo grandes nomes de montadoras internacionais, tão grandes quanto uma FIAT, que acabaram tendo um fim amargo no Brasil.
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1. Lifan:
A Lifan foi uma das primeiras marcas chinesas a se estabelecer no Brasil. Chegando em 2010, apostou em modelos que prometiam unir tecnologia e preço acessível:
- Seu maior sucesso foi o SUV X60, lançado em 2013;
- No ano seguinte, se tornou o carro chinês mais vendido do país.
No entanto, o cenário começou a mudar rapidamente. Isso porque, apesar do seu bom desempenho do X60, outros modelos da marca, como o sedã 620, enfrentaram uma grande rejeição no mercado.
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A Lifan tentou reposicionar sua linha de produtos, mas os altos custos de operação e a falta de uma estratégia de longo prazo comprometeram a continuidade da marca no Brasil.
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Em fevereiro de 2021, a Lifan ainda mantinha um site ativo e emitia comunicados à imprensa assegurando que suas operações seguiam normais, incluindo suporte pós-venda.
Contudo, na prática, a marca já estava encerrando suas atividades. Pouco depois, a Lifan decretou falência em seu país de origem, sendo adquirida pela Geely.
Hoje, a empresa renasceu como Livan, focada em veículos elétricos, mas sem planos de retorno ao Brasil.
Ao procurar declarações da marca sobre esse colapso, as mesmas não foram encontradas.
A Geely:
Falando na Geely … Ela chegou ao Brasil em 2014, representada pelo Grupo Gandini, que também opera a Kia no país:
- Inicialmente, a montadora trouxe dois modelos: o sedã EC7 e o compacto GC2.
- A proposta era atrair consumidores que buscavam carros com design e preços acessíveis.
Mas, apesar do otimismo inicial, a operação por aqui teve um prazo bem curto.
Isso porque a Geely enfrentou desafios desde o início, como a dificuldade de estabelecer uma rede de concessionárias robusta e de manter preços competitivos em um mercado cada vez mais instável.
Além disso, a baixa aceitação dos consumidores em relação aos veículos chineses prejudicou as vendas.
Em abril de 2016, apenas dois anos após sua chegada, a Geely anunciou sua saída do Brasil. Em comunicado, a empresa atribuiu a decisão à instabilidade econômica do país, que afetava tanto a demanda quanto os custos operacionais.
Com o fechamento das concessionárias, muitos consumidores ficaram sem assistência técnica e enfrentaram uma desvalorização drástica dos veículos.
Na época de sua saída, a Geely divulgou um comunicado culpando a instabilidade do mercado brasileiro e as condições econômicas adversas.
A empresa destacou que “o ambiente econômico não proporcionava segurança para novos investimentos” e que a decisão de sair do país era “necessária para manter a sustentabilidade global da marca”.
Para os consumidores, a saída da Geely trouxe inúmeros problemas, como desvalorização acentuada dos veículos e dificuldades na manutenção devido ao fechamento das concessionárias.
Zotye:
Por fim, outra marca chinesa que tentou se estabelecer no Brasil foi a Zotye.
Desde sua entrada no mercado, a empresa prometeu investimentos significativos, incluindo a construção de uma fábrica local.
A estratégia visava reduzir custos de importação e tornar seus produtos mais competitivos.
No entanto, a realidade se mostrou muito mais complexa. A Zotye enfrentou dificuldades para obter a aprovação dos consumidores, que viam seus modelos como inferiores em qualidade e design.
Além disso, o alto custo de operação e a falta de suporte técnico adequado agravaram a situação.
Pouco tempo depois de sua chegada, a Zotye abandonou os planos de construir uma fábrica e, em seguida, encerrou suas atividades no Brasil.
A empresa, ao anunciar sua saída, justificou a decisão pelas: “Condições econômicas adversas e o alto custo de operação no Brasil”.
A Zotye também mencionou que as sucessivas crises econômicas no país tornaram inviável a continuidade de suas operações.
Embora o anúncio tenha sido acompanhado de promessas de manter o suporte aos clientes existentes, muitos consumidores relataram dificuldades em acessar serviços de pós-venda e peças de reposição.
Mas, porque algumas montadoras fracassam no Brasil?
Todos esses casos acima ilustram como o mercado brasileiro pode ser hostil para marcas que não conseguem se adaptar às suas particularidades. Entre os principais fatores que levaram essas montadoras ao fracasso estão:
- Instabilidade econômica: O Brasil passou por crises significativas ao longo da década, que reduziram o poder de compra dos consumidores e aumentaram os custos operacionais.
- Custos elevados: A alta carga tributária, somada aos custos de importação e distribuição, tornou a operação no país extremamente onerosa.
- Rejeição do consumidor: Muitos brasileiros desconfiavam da qualidade e da durabilidade dos carros chineses, o que prejudicou as vendas.
- Falta de infraestrutura: A ausência de redes de concessionárias e suporte técnico adequado deixou muitos consumidores desamparados, impactando negativamente a imagem das marcas.
- Estratégias mal pensadas: A tentativa de competir apenas pelo preço, sem oferecer diferenciais claros, mostrou-se insuficiente para conquistar o mercado.
Considerações finais:
O mercado automotivo brasileiro é notoriamente instável, dificultando a permanência de montadoras internacionais.
Marcas como Lifan, Geely e Zotye, que chegaram com grandes ambições, enfrentaram rejeição do público, altos custos operacionais e crises econômicas locais.
Esses casos mostram como estratégias mal planejadas e falta de suporte técnico comprometem operações no Brasil.
Mas, para saber mais sobre essas histórias de falências, retomadas e muito mais, clique aqui*.