Impactos e crise em efeito cascata: Dois bancos tradicionais de Porto Alegre, RS, tiveram fim decretado após falência e tomada pelas mãos do Bradesco
Dois dos mais emblemáticos e históricos bancos de Porto Alegre, RS, encerraram suas atividades, afetando milhares de correntistas, após décadas de existência.
No geral, suas histórias refletem períodos de expansão, desafios financeiros e mudanças no cenário bancário do Rio Grande do Sul.
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Trata-se do Banco Pelotense e do Banco Porto-Alegrense, os quais marcaram a história de milhares de gaúchos.
Sendo assim, a partir de informações do Jornal do Comércio e Portal Wiki, a equipe especializada em economia do TV Foco mergulha nessa história e traz todos os detalhes sobre esse fim e os impactos gerados após isso.
Banco Pelotense:
Começamos a lista com o Pelotense, fundado em 5 de fevereiro de 1906, em Pelotas, RS.
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Em suma, ele surgiu para atender às necessidades dos pecuaristas e charqueadores locais, que enfrentavam dificuldades de crédito junto aos bancos tradicionais.
Com um capital inicial de três mil contos de réis, arrecadado com o apoio de investidores locais, o banco iniciou suas operações sob a liderança de acionistas como:
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- Plotino Amaro Duarte;
- Coronel Alberto Rosa;
- Barão de Arroio Grande;
- Joaquim Augusto de Assumpção.
A expansão foi rápida e estratégica, inclusive, no ano de sua fundação, o banco já possuía uma filial em Rio Grande.
Foi em 1907 que ele chegou a Uruguaiana e, em 1909, estabeleceu-se em Porto Alegre, se consolidando como um dos mais fortes da região.
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Nos anos seguintes, expandiu-se para diversas cidades gaúchas, como:
- Alegrete;
- Bagé;
- Caxias do Sul;
- Santa Maria.
Além disso, ultrapassou as fronteiras do estado, inaugurando agências no:
- Rio de Janeiro (1919);
- Belo Horizonte (1920);
- Curitiba (1922).
O gigantismo e seus desafios
Porém, esse crescimento acelerado trouxe desafios significativos.
Isso porque o banco investiu pesado na construção de agências imponentes, resultando em alta imobilização de capital e perda de liquidez.
Além disso, o estreito relacionamento com o governo estadual levou à aquisição de títulos da dívida pública de difícil resgate e à concessão de créditos a setores em crise, como os pecuaristas afetados pela desvalorização do charque.
A crise de 1929 e a corrida bancária
Isso sem falar que a crise econômica mundial de 1929, mais conhecida como “A Grande Depressão“, agravou a situação, intensificando a desconfiança dos investidores e clientes.
Em 1930, a falência do Banco Popular do Rio Grande do Sul desencadeou uma corrida bancária que afetou gravemente o Banco Pelotense.
Sem apoio governamental e enfrentando severa falta de liquidez, o banco entrou em falência em 5 de janeiro de 1931, um mês antes de completar 25 anos de existência.
Quando o Banco Pelotense teve seu fim decretado oficialmente?
Diante da crise, os acionistas controladores elaboraram dois planos:
- Um para recuperação do banco, com aporte de capital e ajuda financeira do Estado;
- Outro prevendo sua liquidação.
A primeira proposta não encontrou receptividade por parte de Getúlio Vargas, até então presidente da República, e de seu sucessor, Flores da Cunha.
Assim, sua liquidação ocorreu em janeiro de 1931, surpreendendo até mesmo a imprensa gaúcha. Inclusive, as agências do banco precisaram ser protegidas por forças militares para evitar depredações.
Inclusive, naquele mesmo ano, ele acabou sendo engolido pelo Banrisul. Vale destacar que não foram encontradas manifestações dos representantes da época.
Banco Porto-Alegrense:
Por fim, temos o Banco Porto-Alegrense, o qual foi estabelecido em março de 1916, originado da reforma dos estatutos da Caixa dos Funcionários Públicos, fundada em 1905.
Em 1918, obteve autorização do governo federal para operar uma seção de depósitos populares, funcionando como uma caixa econômica.
Três anos depois, em 1921, incorporou a Companhia Rio Grandense de Armazéns Gerais, ampliando sua atuação no comércio ao poder emitir Conhecimentos de Depósitos e Warrants, títulos de crédito que dinamizaram suas operações.
O que aconteceu com o Banco Porto-Alegrense?
Na década de 60, o Banco Porto-Alegrense tornou-se praticamente uma instituição familiar, operando com a matriz e duas agências.
Em 1967, foi incorporado pelo Bradesco, que buscava expandir sua presença no sul do país.
Essa incorporação marcou o fim de uma era para o Banco Porto-Alegrense e representou a consolidação do Bradesco como uma das principais instituições financeiras do Brasil.
Embora não haja registros detalhados de declarações públicas dos responsáveis pelo Banco Porto-Alegrense durante o processo de incorporação, documentos consultados em arquivos econômicos e históricos indicam que a decisão foi tomada após análise das dificuldades operacionais enfrentadas pelo banco.
Em suma, a família controladora teria aceitado a proposta do Bradesco por entender que não havia condições para manter a autonomia financeira da instituição diante do novo cenário competitivo nacional.
Conclusão:
Em suma, as trajetórias do Banco Pelotense e do Banco Porto-Alegrense ilustram os desafios enfrentados por instituições financeiras em períodos de expansão e crise econômica.
Enquanto o Banco Pelotense não resistiu às adversidades da Grande Depressão e encerrou suas atividades em 1931, o Banco Porto-Alegrense operou por mais algumas décadas até ser incorporado pelo Bradesco em 1967.
Por fim, esses eventos ressaltam a importância da gestão prudente e da adaptação às transformações do mercado financeiro para a sustentabilidade das instituições bancárias.
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