Engolidas pela crise: Tragédia financeira arrasa duas varejistas históricas no Rio, deixando milhares de clientes, principalmente donas de casa, em choque
Não tem como falar da história do Rio de Janeiro sem mencionar os varejistas que, ao longo dos tempos, ajudaram a construir não apenas a cidade, mas todo o estado, com seu espírito empreendedor e sua presença marcante no coração dos consumidores.
O fato é que o comércio sempre foi um reflexo da alma do brasileiro em geral, e as grandes redes de varejo desempenharam papel fundamental na formação da nossa identidade, sendo pilares de muitos momentos, festas, registros e até mesmo propagandas marcantes.
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Mas, infelizmente, muitas dessas gigantes do varejo, que por tanto tempo se ergueram firmes, acabaram dando adeus, como se se despedissem de uma era que se apagava diante de nós.
Pensando nisso, com base em informações do portal Wiki e Folha de S.Paulo, a equipe especializada em economia do TV Foco traz abaixo duas histórias emblemáticas de varejistas icônicas, cujo fim deixou milhares no maior choro, ainda mais donas de casa.
1. Mesbla – Falência e fim de uma era:
A história da Mesbla remonta ao ano de 1912, com a abertura de uma filial da empresa francesa Mestre & Blatgé no número 83 da Rua da Assembleia, no centro do Rio de Janeiro.
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- Sob a liderança de Louis La Saigne, uma filial brasileira tornou-se independente em 1924, passando a se chamar Sociedade Anônima Brasileira Estabelecimentos Mestre et Blatgé.
- Em 1939, a empresa atualizou o nome para Mesbla SA, uma combinação das primeiras sílabas do nome original, sugerida pela secretária Isaura.
Desenvolvendo a Mesbla
Entre a década de 50 e 60, a Mesbla expandiu sua presença, inaugurando lojas em diversas capitais brasileiras e algumas cidades do interior.
Em 1952, inaugurou sua primeira loja de departamentos na Rua do Passeio, no centro do Rio de Janeiro.
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Durante os anos de 1980, a empresa atingiu seu auge, operando 180 pontos de venda e empregando cerca de 28 mil pessoas.
Suas lojas, com áreas extremamente inferiores a 3.000 metros quadrados, tornaram-se marcos nas cidades onde estavam localizadas.
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A diversidade de produtos foi notável, a qual abrangia:
- Eletrodoméstico
- Móveis
- Roupas
- E até mesmo veículos.
Foi assim que a Mesbla se consolidou como uma das maiores redes de varejo do Brasil, oferecendo uma experiência de compra que está além das lojas físicas, tornando-se um ícone de sofisticação e modernidade na época.
Inclusive, a mesma era considerada como um dos maiores centros comerciais, com grande fluxo de clientes e oferecendo uma gama de produtos para atender todas as classes sociais, especialmente as famílias de classe média e alta.
Falência da Mesbla
No entanto, a década de 90, assim como para muitas varejistas, trouxe para a Mesbla uma série de desafios.
No dia 30 de outubro de 1999, o juiz Antônio Felipe da Silva Neves, da 7ª Vara de Falências e Concordatas do Rio de Janeiro, decretou a falência da Mesbla em 30 de setembro.
O pedido foi feito pela Filó S/A, fornecedora da rede e fabricante das lingeries Triumph.
Com responsabilidade de cerca de R$ 1 bilhão, a falência não impediu a transferência das lojas para outras empresas.
A maioria das unidades foi ocupada pelas lojas Renner e Riachuelo, em acordos que envolveram financiamentos do BNDES para reestruturação.
Uma nova cara
No entanto, em 2022, anos após a falência, a marca Mesbla tentou um renascimento, agora no universo digital.
A empresa, por sua vez, voltou pelo e-commerce com o objetivo de recuperar a visibilidade da marca, apostando no crescente mercado de vendas online.
Mas, apesar desse afago na memória afetiva dos seus consumidores mais fiéis, esse retorno não foi o suficiente para superar a sua despedida na década de 90.
2. Casa Cruz – Engolida pelo fogo:
Por fim, temos a história de José Rodrigues da Cruz, o qual fundou a tradicional papelaria Casa Cruz em 6 de dezembro de 1893, no Rio de Janeiro, por conta de uma rusga familiar:
Ele e seu pai, Manoel Rodrigues da Cruz, um comerciante português, administravam juntos uma loja de artigos marítimos especializada em lampiões e vidros de vigilância para navios.
Com a separação dos negócios, José decidiu abrir a sua própria empresa, que rapidamente se consolidou como uma das principais papelarias da cidade.
Expansão da Casa Cruz
José inaugurou a primeira loja na Rua Ramalho Ortigão e, com o tempo, se expandiu e distribuiu unidades no:
- Centro;
- Tijuca;
- Copacabana;
- Madureira;
- Campo Grande;
- Nova Iguaçu;
- Niterói.
Assim, a Casa Cruz se tornou referência na venda de livros, materiais escolares e papelaria em geral, além de desenvolver marcas próprias, como “Silhueta” e “Casa Cruz”.
Em 2001, a empresa inovou ao lançar sua loja virtual, apostando no comércio eletrônico como parte de sua modernização, num período em que esse mercado ainda estava em ascensão.
Quando a Casa Cruz acabou de vez?
Nos anos 2000, a Casa Cruz começou a enfrentar dificuldades devido à digitalização e ao crescimento das grandes redes varejistas.
Além disso, foi engolida por um incêndio em dezembro de 2007 que comprometeu a loja do Largo de São Francisco de Paula, um de seus pontos de venda mais importantes.
Em agosto de 2017, a empresa fechou todas as lojas físicas e manteve apenas a operação virtual.
Mas, a crise se agravou, e em 2018, a Casa Cruz encerrou definitivamente suas atividades, marcando o fim de uma das papelarias mais emblemáticas do Brasil.
Assim como no caso anterior, não há registros de manifestações oficiais da Casa Cruz ou de seus ex-proprietários sobre o encerramento da empresa.
Mas, o espaço permanece aberto para futuras declarações.
Conclusão:
Duas varejistas históricas do Rio de Janeiro, Mesbla e Casa Cruz, encerraram suas atividades, deixando milhares de clientes em choque.
- A Mesbla, fundada em 1912, faliu em 1999 devido a dívidas;
- Enquanto a Casa Cruz, uma tradicional papelaria desde 1893, fechou em 2018 após enfrentar dificuldades com a digitalização e um incêndio em sua loja principal.
Ambas as empresas marcaram época no varejo brasileiro, e seus fechamentos representam o fim de uma era.
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