Relembre o caso de 3 operadoras, tão populares quanto a Vivo, mas que acabaram deixando de existir entre crises, falências e até calote na ANATEL
No mundo hiperconectado, as operadoras de celular são pilares essenciais na sociedade. Facilitadoras de comunicação, trabalho e lazer, elas desempenham um papel indispensável em todas as áreas da vida moderna.
Apesar disso, nem mesmo empresas desse segmento conseguem escapar de crises e falências. Ao longo dos anos, o mercado brasileiro presenciou o surgimento e desaparecimento de operadoras que, em seus tempos de glória, prometiam revolucionar o setor.
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O que entristeceu uma legião de clientes …
Sendo assim, com base em informações do portal Wiki e portal Valor, a equipe especializada em economia do TV Foco separou 3 casos de operadoras, tão grandes quanto a Vivo, que acabaram se envolvendo em crises, falências, sumiço do mercado e mudança de gestão.
ATL: Engolida pela Claro
Nos anos 2000, a Algar Telecom Leste (ATL) era um nome de peso no mercado de telefonia móvel, especialmente no Rio de Janeiro e no Espírito Santo:
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- A operadora atendia mais de 2 milhões de clientes;
- Era conhecida por sua força regional.
Porém, em 2003, a ATL anunciou o fechamento de seu capital no Brasil, fazendo com que a mesma se limitasse apenas a uma parte dela mesma.
A operadora era controlada pelo grupo mexicano América Móvil, que também era dono da Americel e da Claro.
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Conforme exposto pelo portal Wiki, com essa decisão estratégica de unificar suas operações, a ATL foi absorvida, e a Claro assumiu seu espaço no mercado.
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Desde então, a Claro cresceu exponencialmente e, em 2023, já atendia mais de 67 milhões de pessoas no Brasil.
Manifestações da empresa sobre o caso não foram encontradas, porém, o espaço permanece aberto.
Aeiou: Falência e rastro de dívidas
Quando pensamos em operadoras revolucionárias, a Aeiou é um exemplo que desperta curiosidade e perplexidade.
Lançada oficialmente em 2008 pela Unicel, a empresa foi apresentada como uma grande promessa, trazendo um modelo de negócios inédito no Brasil.
Modelo inovador
A Aeiou surgiu com uma abordagem ousada, uma vez que começou como:
- Uma operação 100% digital;
- Oferecia chips gratuitos;
- Recarga mínima de R$ 20;
- Operadora com foco exclusivamente em pré-pagos.
Além disso, a empresa oferecia um portal online onde os clientes podiam acompanhar informações como consumo de créditos, atendimento e suporte, em uma época que esse tipo de inovação ainda era uma novidade.
Outra revolução trazida por ela foi a tarifa competitiva:
- Ligações entre números da Aeiou custavam apenas R$ 0,14 por minuto, enquanto chamadas para outras operadoras e fixos saíam por R$ 0,63 por minuto.
A operadora também buscou operar de forma enxuta, com apenas 60 funcionários, e se concentrava na região metropolitana de São Paulo, adotando uma estratégia de “soft launch” (lançamento gradual).
No entanto, apesar da inovação, os desafios começaram a aparecer logo nos primeiros meses.
Expectativas frustradas:
A meta da Aeiou era atingir 500 mil clientes no primeiro ano e chegar a 2 milhões até 2010. Contudo, os resultados iniciais foram decepcionantes: ao final de seu primeiro mês, a empresa tinha apenas 3.649 clientes.
Problemas estruturais, como a precária infraestrutura de internet e as dificuldades de pagamento da população, impediram a adesão em massa dos consumidores.
Escândalos e falência:
Além dos problemas de mercado, agentes externos envolveram a Aeiou em escândalos financeiros e políticos.
De acordo com o portal Valor Econômico, em 2010, autoridades acusaram a empresa de receber favorecimento da então chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, para obter licenças de operação.
Ações contra a Aeiou– incluindo pedidos de falência – tramitavam com lentidão porque os oficiais de Justiça não conseguiam notificá-la.
Inclusive, até hoje os órgãos de defesa do consumidor acumulam reclamações contra a operadora.
A operadora pertencia à família do empresário José Roberto Melo da Silva e entrou em atividade após longa disputa com a Anatel, prometendo investir US$ 120 milhões (quase 500 milhões de reais), o que não aconteceu, formando assim (de certa forma) um calote milionário.
Ainda segundo o Portal Valor, no ano de 2010, um escândalo veio à tona, revelando que a empresa teria sido favorecida pela então chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, colocando-a nos holofotes
Para obter uma licença de operação na faixa de 400 megahertz., José Roberto Camargo Campos, marido da ministra, era consultor da operadora
A operadora não honrou compromissos financeiros com a Anatel, acumulando dívidas que somavam cerca de R$ 100 milhões, e considerada já como falida.
Para piorar ainda mais, em 2011, a empresa simplesmente deixou de prestar serviços, desaparecendo do mercado e abandonando seus clientes, que tiveram que migrar para outras operadoras.
A situação foi tão grave que a ANATEL que chegou a registrar a Aeiou como “empresa de local incerto e não sabido” no Diário Oficial da União.
Devido ao seu sumiço, declarações ou notas oficiais também não foram encontradas.
Maxitel: Passada para a TIM
Por fim, temos o caso da Maxitel, uma das empresas formadas após a privatização do Sistema Telebrás, em 1998. Atuando na Banda B de telefonia móvel, a operadora cobria os estados de Minas Gerais, Bahia e Sergipe, sendo financiada por grandes nomes como Bradesco, Organizações Globo e Telecom Italia.
No entanto, em 2000, a TIM adquiriu a maior parte das ações da Maxitel, como parte de sua estratégia de expansão no Brasil.
O processo foi concluído em 2003, com a aprovação da Anatel, e a marca foi gradualmente incorporada à TIM Nordeste.
Mas, ao contrário da ATL e da Aeiou, a Maxitel teve uma transição ordenada.
Afinal de contas, a TIM adquiriu a marca, integrando sua infraestrutura e base de clientes e tornando-se assim uma das maiores operadoras do país.
Da mesma forma que as demais operadoras acima, manifestações da Maxitel sobre essa transação também não foram encontradas.
Qual a operadora de celular com mais clientes no Brasil?
De acordo com a TechTudo, a Vivo é a operadora de celular com mais clientes no Brasil, com mais de 85,3 milhões de clientes. Em seguida temos a Claro como a segunda operadora com mais clientes e por fim a TIM.
Mas, para saber mais sobre as operadoras e suas últimas notícias, clique aqui*.
Considerações finais:
Apesar de prometerem revolucionar o mercado, as operadoras ATL, Aeiou e Maxitel não resistiram às pressões financeiras, à gestão inadequada e à concorrência acirrada, encerrando suas atividades ou sendo absorvidas por outras empresas.