O QUE ROLOU?!

Falência,1 bi pelos ares e engolida pelas Casas Bahia: Extinção de 3 varejistas deixa país devastado

18/11/2024 às 5h00

Por: Lennita Lee
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3 varejistas populares, incluindo uma engolida pela Casas Bahia, teve desfecho trágico (Foto: Reprodução/Montagem/Lennita/TV Foco/Canva/Casas Bahia/)

Relembre o caso de 3 varejistas, incluindo uma engolida pelas Casas Bahia, cujas quais fizeram história no país mas que acabaram tendo um desfecho triste

Nos últimos anos, a frase “não está fácil para ninguém!” nunca fez tanto sentido. A pandemia de COVID-19 amplificou os desafios enfrentados por varejistas de todos os tamanhos, acelerando fechamentos, decretações de falências e até aquisições por concorrentes.

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Tanto é que, até mesmo gigantes do setor, que outrora pareciam invulneráveis, não escaparam dos efeitos de um cenário econômico cada vez mais incerto e desafiador.

Porém, essa situação não é inédita no Brasil. Até porque, o país enfrentou períodos economicamente turbulentos ao longo de sua história, com destaque para as décadas de 80 e 90.

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Durante esses anos, grandes lojas de departamento que eram ícones do consumo brasileiro, enfrentavam profundas transformações econômicas, como:

  • Abertura do mercado: Trouxe uma enxurrada de concorrentes internacionais, aumentando a competição;
  • Estabilização da moeda: Com planos econômicos que afetavam diretamente os preços e a previsibilidade dos negócios;
  • Defasagem frente às novas concorrentes: Especialmente no quesito tecnologia e atendimento ao consumidor.

Sendo assim, muitas dessas empresas, sem tempo para se adaptar ao ritmo das mudanças, acabaram sucumbindo antes de experimentar os benefícios da tão esperada estabilidade monetária.

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Isso não apenas impactou o mercado, como também deixou um vazio nos consumidores, que perderam as referências, cujas quais estavam profundamente conectados.

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Neste contexto e a partir de informações da CNN, a equipe especializada em economia, separou o caso de 3 grandes varejistas, incluindo uma gigante engolida pelas Casas Bahia.

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O trio enfrentou crises devastadoras e falências marcantes, sendo extintas de forma abrupta, deixando o país devastado:

1- Mappin:

Fundado em 1913, o Mappin desembarcou no Brasil como uma loja de artigos e bens de luxo, localizada inicialmente na Rua 15 de Novembro, no coração da Sé, em São Paulo.

Rapidamente, tornou-se um reduto da elite paulistana e um ponto de encontro das damas da cidade, que lotavam os corredores para socializar enquanto faziam compras.

Com o aumento expressivo de sua clientela, a empresa precisou buscar um espaço maior, mudando-se para a icônica Praça do Patriarca.

Em 1929, o Mappin adaptou-se ao cenário econômico da época, reformulando seu modelo de negócio para atender também às classes menos favorecidas, marcando o início de uma nova fase de inclusão no varejo.

Falência, Mappin
A Mappin já esteve entre as gigantes do Brasil (Foto Reprodução/Montagem/Tv Foco/Internet)

Os anos seguintes trouxeram prosperidade, consolidando o Mappin como um dos grandes nomes do varejo brasileiro. Porém, quando a varejista chegava em seu maior auge, na década de 90, passou a enfrentar turblências:

  • A maior concorrência no setor dividiu o público consumidor, exigindo novas estratégias;
  • Planos ambiciosos de expansão, que incluíram a aquisição de lojas concorrentes, sobrecarregaram a empresa financeiramente;
  • Em 1995, o Mappin anunciou um prejuízo superior a R$ 20 milhões, um sinal de alerta para o mercado.

No ano seguinte, a varejista foi adquirida pelo empresário Ricardo Mansur, também proprietário da Mesbla.

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Mesbla chegou a comprar o Mappin em 1996 (Foto: Reprodução – Veja SP)

A ideia era unir forças para revitalizar ambas as marcas. No entanto, os esforços não foram suficientes para contornar as dívidas e a má gestão.

Em 1999, o Mappin teve sua falência decretada, encerrando suas atividades no mesmo ano que sua empresa-irmã, a Mesbla.

Resgatada pela Marabraz:

Por mais inacreditável que pareça, anos mais tarde, mais precisamente no ano de 2009, a rede varejista Marabraz arrematou a marca por R$ 5 milhões.

De acordo com o Estadão, a Marabraz  levou dez anos para lançar um site de comércio eletrônico com o nome da finada empresa, por conta de entraves burocráticos, e teve seu retorno oficializado em 2019 por meio da web, voltando  assim a “assombrar” a concorrência, como podem ver por aqui*.

Marabraz. (Foto: Reprodução / Internet)
Marabraz. (Foto: Reprodução / Internet)

Porém, somente no modelo e-commerce, sem previsão para abertura de uma loja física tão imponente como foi no passado.

Em entrevista ao InvestNews, ainda em 2023 a diretoria da companhia disse que pretende tornar o Mappin um “grande marketplace”, mas não mencionou uma data para essa transformação.

“Neste primeiro momento o consumidor encontrará no Mappin o mesmo mix de produtos disponível no site da Marabraz: guarda-roupas, sofás, conjuntos de mesas e cadeiras, móveis multifuncionais, entre outros. Num segundo momento, o site se tornará um grande markeplace para a comercialização de diversos produtos.”

O que nos resta é aguardar para saber o que irá acontecer com ela nos próximos anos …

2- Arapuã:

Fundada em 1957 na cidade de Lins, no interior de São Paulo, a Arapuã foi um dos grandes nomes do varejo nacional.

Especializada na venda de produtos eletroeletrônicos, a empresa chegou a operar 220 lojas espalhadas por todo o Brasil, consolidando-se como uma potência do setor.

Nas décadas de 70 e 80, a Arapuã viveu o auge de sua expansão, aproveitando o crescimento econômico e o aumento do consumo.

No entanto, o cenário começou a mudar no final dos anos 90, com a crise econômica asiática. Esse evento global desencadeou um aumento nas taxas de juros pelo governo brasileiro, o que impactou severamente o varejo, especialmente empresas dependentes de vendas a prazo.

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Lojas Arapuã (Reprodução/Migalhas)

A Arapuã enfrentou uma alta inadimplência e viu seu endividamento crescer até atingir R$ 1 bilhão em 2002.

A situação forçou o fechamento de lojas, demissões em massa e a solicitação de uma concordata, na qual propôs pagar suas dívidas em dois anos.

Apesar do plano, parte dos credores não recebeu os valores prometidos e recorreu à Justiça. Como resultado, a falência da empresa foi decretada em julho de 2002.

3. Ultralar

Fundada em 1956, a Ultralar fazia parte do grupo Ultragás e cresceu rapidamente, diversificando seus negócios.

A rede expandiu, iniciando com a venda de fogões a gás e chegou a abrir o primeiro hipermercado, o Ultracenter, em São Paulo, mas acabou adquirido pelo Carrefour anos mais tarde:

  • No início da década de 90, o Grupo Ultra passou a desinvestir em áreas fora de seu negócio principal, que incluía a distribuição de gás e petroquímica.
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Fundada nos anos 50, a Ultralar estourou em vendas no auge, mas decretou falência e foi comprada pelas Casas Bahia (Foto: Divulgação)
  • O Grupo Susa Vendex comprou a Ultralar, que na época possuía 44 lojas. No entanto, as mudanças no mercado e a modernização da rede não evitaram sua falência.

A Justiça decretou a falência da Ultralar em maio de 2000, após a empresa enfrentar sérias dificuldades financeiras e não conseguir pagar uma dívida de R$ 148,2 mil, conforme noticiado pelo Diário do Grande ABC.

Quando que a Ultralar foi vendida à Casas Bahia?

Pouco tempo antes, para evitar uma catástrofe ainda maior, a Ultralar chegou a entrar em negociação com o Ponto Frio (Atualmente chamado apenas de Ponto) afim de vende-la, mas isso nunca se concretizou.

Porém, em meio a situação de falência e sem saída, a Ultralar acabou sendo vendida por completo à Casas Bahia que acabou engolindo TODOS os seus pontos de vendas.

Para saber mais informações sobre as falências de grandes empresas e varejistas clique aqui*

Ao procurar manifestações oficiais das mencionadas neste texto, as mesmas não foram encontradas, porém o espaço permanece em aberto.

Considerações finais:

As grandes varejistas brasileiras Mappin, Arapuã e Ultralar, que dominaram o mercado em suas épocas, enfrentaram um declínio nos anos 90 devido a diversos fatores, como a abertura do mercado, a instabilidade econômica e a falta de adaptação às novas tecnologias.

A concorrência acirrada, as mudanças no comportamento do consumidor e a dificuldade de lidar com a dívida levaram essas empresas à falência, deixando um legado de marcas históricas que marcaram gerações de brasileiros.

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Casas Bahia
Década de 90
Mappin
Marabraz
Ultralar
Varejistas históricas

Autor(a):

Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.

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