Fábrica tradicional alimentícia, com foco em deliciosos biscoitos de polvilho, teve um fim devastador após cerca de 23 anos de existência
Após 23 anos de mercado, uma tradicional fábrica alimentícia, com foco na confecção de deliciosos biscoitos de polvilho, encerrou suas atividades e teve sua falência decretada em meio a uma crise que a atingiu em cheio na capital paranaense.
Trata-se da saudosa Tip Top Alimentos, cujo fim marcou o término de uma era na indústria alimentícia local.
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Assim, com base nos dados divulgados pelo Expresso da História, Gazeta do Povo e no Blog Curitiba em Fotos Antigas, a equipe especializada em economia traz abaixo todo o parâmetro da situação e os efeitos da saudade que até hoje ainda deixa muita gente de água na boca.

MAS ATENÇÃO! Antes de prosseguirmos com a matéria, vale mencionar que a empresa Tip Top, voltada à confecção infantil, a qual está ativa até hoje, não tem nenhuma ligação com a fábrica mencionada.
O começo saboroso de uma gigante
Foi nos efervescentes anos 70 que a Tip Top entrou no mercado, disposta a adoçar o paladar dos curitibanos.
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- Fundada pela Família Rhinow, a empresa iniciou sua produção focada em biscoitos de polvilho e rapidamente conquistou o público local.
- O sucesso foi tanto que, em poucos anos, a marca transformou-se em uma das principais concorrentes da multinacional Elma Chips no Brasil.
- Além dos biscoitos, a Tip Top diversificou sua linha com salgadinhos e massas, tornando-se um nome forte nas prateleiras e também nas mesas de milhares de famílias brasileiras.
Um aroma que marcou um bairro inteiro
A fábrica mais famosa da Tip Top ficava na Avenida Anita Garibaldi, uma região que dividia os bairros Juvevê e Cabral.
Os moradores não apenas conviviam com as idas e vindas dos operários, como também acordavam diariamente ao som das sirenes que marcavam o início dos turnos.
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Além disso, encerravam o dia embalados pelo cheiro doce e inconfundível de biscoitos assando.
Uma curiosidade interessante é que, antes de abrigar a produção da Tip Top, o espaço sediava a histórica Fábrica Lucinda, fundada em 1912 pelo suíço Paulo Groetzner.
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A Lucinda foi uma das pioneiras no setor e tinha como destaque o emprego de mulheres, que ocupavam quase 80% das vagas, segundo registros da historiadora Roseli Boschilia.
Mas isso a gente deixa para uma outra história…
Estratégias de marketing:
Entretanto, foi nos anos 80 que a Tip Top viveu seu auge:
- A marca investiu em publicidade e lançou um mascote loiro, que logo virou figurinha carimbada em anúncios de gibis de circulação nacional.
- A imagem do menino saboreando os produtos Tip Top ajudou a empresa a fixar sua presença principalmente no público infantil, ampliando suas vendas em todo o território brasileiro.
- Esse crescimento forçou a expansão: a empresa transferiu parte da produção para Campina Grande do Sul, buscando modernizar suas operações e reduzir custos.
Mas, acabou-se o que era doce:
A mudança, no entanto, não foi suficiente para blindar a Tip Top da instabilidade econômica dos anos 90.
O aumento da concorrência e os desafios financeiros atingiram em cheio a empresa, que não resistiu.
Aliás, a década de 90 foi desafiadora em todos os aspectos para muitas varejistas e fábricas, conforme podem ver por aqui.*
Fatalmente, em 1993, a falência foi oficialmente decretada, encerrando um ciclo de 23 anos de história na indústria alimentícia curitibana.
Ainda assim, a marca tentou manter a produção em Quatro Barras por algum tempo, mas o declínio foi irreversível.
Por volta do ano de 2006, a Tip Top desapareceu de vez do mercado, deixando aquele gostinho amargo e uma saudade que não cabe na memória.
O que aconteceu com o que sobrou da Tip Top Alimentos?
Com o processo falimentar concluído, os bens da Tip Top Alimentos foram levados a leilão.
Entre eles, destacava-se o terreno de 4.750 m² em Curitiba, que foi colocado à venda em 2020, com lance inicial fixado em R$ 3,3 milhões.
O valor arrecadado seguiu para o pagamento de dívidas trabalhistas e demais credores da massa falida.
Conforme mencionamos acima, mesmo fora do mercado, a Tip Top Alimentos permanece viva na memória afetiva de quem cresceu nos anos 80 e 90.
Os biscoitos de polvilho e o carismático mascote loiro entraram para o imaginário curitibano como símbolos de uma época em que o sabor e a simplicidade se traduziam em sucesso.
Não foram encontradas manifestações ou declarações da empresa sobre seu fim, no entanto, apesar do tempo, o espaço segue em aberto.
Conclusão:
A Tip Top Alimentos saiu de cena. No entanto, o seu sabor inconfundível e a memória do aroma que a fabricação dos seus biscoitos causava permanecem vivos no interior de cada curitibano, os quais viveram entre os anos 70 e 90.
Curitiba perdeu uma marca, mas ganhou uma linda história, uma vez que ela abriu espaço para milhares de outros nomes que surgiram posteriormente.
É certo que toda era tem seu fim, mas umas deixam um rastro mais açucarado do que outras.
Mas, para saber mais informações sobre outras falências, leilões e afins, clique aqui*.