Falência decretada de uma empresa gigantesca do setor de automóveis, faz donos de veículos das principais marcas como Volkwagen, Ford e + chorarem
Na última sexta-feira (29), a Justiça de São Paulo acatou um pedido do administrador judicial de uma grande empresa do setor dos automóveis e decretou sua falência definitivamente.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Trata-se da JR Diesel, uma das maiores empresas de desmontagens legais e vendas de peças automotivas da América Latina.
A notícia caiu como uma verdadeira bomba para donos de caminhões da Volks, Ford, Chevrolet e mais, uma vez que muitos recorriam a ela para obter peças a preços mais em conta. O que consequentemente causou o choro de milhares …
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Irredutível
A partir de informações divulgadas pela Folha de S.Paulo, a equipe especializada em falências do TV Foco, constatou que tal decisão foi justificada pelo suposto uso abusivo do recurso de recuperação judicial por parte dos sócios da companhia.
Conforme declarado pela juíza Gilvana Mastrandéa de Souza, cuja qual inviabilizou a continuidade do processo de reestruturação, a empresa já colecionava irregularidades:
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“O lastimável conjunto de irregularidades constatadas (…) não deixa dúvidas de que os sócios, únicos responsáveis pela decretação da falência, macularam a possibilidade de seguimento desta recuperação judicial”
Um rolo sem fim
Primeiramente, a JR Diesel entrou com pedido de recuperação judicial no ano de 2016 devido a uma dívida declarada de R$ 42 milhões.
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Desde então, a companhia enfrenta uma série de desafios e acusações que culminaram na decisão de falência.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Porém, em nota oficial, a empresa classificou a decisão da juíza como: “um verdadeiro absurdo, é teratológica” e afirmou que irá recorrer, alegando que a sentença desconsidera o interesse coletivo dos credores e ignora o posicionamento contrário do Ministério Público à falência.
Irregularidades expostas
O Administrador Judicial anterior, por falhas na fiscalização, foi substituído pela Administradora Judicial atual Brasil Trustee, que, fiscalizando da forma devida, apresentou um extenso relatório, incluindo dados como:
- Desvio de dinheiro;
- Sonegação de bens;
- Criação de empresas fantasmas;
- Descumprimento do plano de recuperação judicial.
Em dezembro do ano de 2023, a Justiça afastou Geraldo Rufino, proprietário da JR Diesel, e seus sócios, nomeando a FK Consulting como gestora judicial para preservar empregos e garantir a continuidade das operações até a liquidação da companhia.
Mais uma lista:
No primeiro mês de atuação, a FK Consulting também identificou irregularidades, confirmadas posteriormente pela Brasil Trustee. Entre as principais acusações listadas no relatório estão:
- Formação de grupo econômico: A criação de diversas empresas relacionadas à JR Diesel indicou a formação de um grupo econômico. Colaboradores dessas companhias operavam nas instalações da JR Diesel sem contrato formal e compartilhavam um caixa único para controle financeiro;
- Saídas frequentes de recursos: Entre 2021 e 2023, realizaram transferências de quase R$ 7 milhões da JR Diesel para sócios e terceiros sem vínculo societário comprovado;
- Movimentações suspeitas: Diariamente, realizavam movimentações em dinheiro de quantias entre R$ 5.000 e R$ 8.000, o que gerava suspeitas de desvio de recursos;
- Gastos com cartão prêmio: No último trimestre de 2023, realizaram gastos de cerca de R$ 380 mil em um cartão prêmio destinado aos filhos de Rufino, que não possuem nenhum vínculo com a empresa;
- Movimentações pessoais: Despesas pessoais dos sócios e de seus familiares foram cobertas pela JR Diesel, em uma clara violação do plano de recuperação;
- Pagamentos Preferenciais a Credores: Credores receberam valores de maneira distinta ao previsto no plano, com alguns recebendo integralmente e sem deságio, enquanto outros aguardavam projeções de pagamento;
Em um exemplo, um credor com crédito listado de R$ 890 mil deveria receber apenas R$ 178 mil após deságio, mas recebeu R$ 349 mil em 33 parcelas.
Falência inevitável
Após quatro relatórios que confirmaram as irregularidades, a FK Consulting foi substituída pela FVS Administração e Gestão Judicial, escolhida pelos credores em assembleia-geral.
A nova gestora ratificou os dados apresentados anteriormente e apontou novos indícios de fraude, incluindo empréstimos entre sócios e empresas ligadas à JR Diesel, baixados irregularmente na contabilidade da empresa.
“Tanto é assim que o novo gestor judicial, escolhido pelos próprios credores e contra quem os sócios afastados nada alegaram, não colocou em dúvida nenhum dos documentos, relatórios ou manifestações apresentadas pelo gestor substituído” – Declarou a juíza.
Porém, é bem possível que o recurso anunciado pela empresa faça o caso ganhar novos desdobramentos.
Qual a importância da JR Diesel no mercado?
Conforme descrito na constitucional da empresa, a JR Diesel foi fundada em 1985, após um acidente que envolveu os caminhões de um negócio de transportes dos irmãos Geraldo e Arthur Rufino:
- Para não perder todo o investimento, eles desmontaram os veículos e venderam as peças;
- A JR Diesel é uma empresa familiar que se tornou uma das maiores da América Latina no ramo de desmontagem e reciclagem de veículos;
- Atualmente, a empresa tem como foco o mercado de peças de reposição seminovas para caminhões de linha pesada;
- Geraldo Rufino é o fundador e presidente da JR Diesel. O filho mais novo, Arthur, é o CEO da empresa.
Considerações finais:
Em resumo. a JR Diesel, gigante brasileira de peças automotivas, teve sua falência decretada pela Justiça de São Paulo devido a diversas irregularidades.
A empresa, que vinha se recuperando judicialmente desde 2016, foi acusada de desviar dinheiro, criar empresas fantasmas e beneficiar indevidamente sócios e familiares.
Porém, a decisão judicial pode preocupar milhares de clientes que dependiam da empresa para encontrar peças a preços mais acessíveis.
Para saber sobre mais casos de falências e assuntos relacionados, clique aqui*