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Debandada de correntistas e +: Falência de gigante leva banco nº1 de Porto Alegre, RS, para o buraco
25/03/2025 às 8h30

Impactos e crise em efeito cascata: Correntistas abandonam banco em Porto Alegre, RS, após falência de outro gigante
Ao longo das primeiras décadas do século XX, um grande banco consolidou-se como um dos mais importantes e históricos do Rio Grande do Sul, chegando a se destacar como nº 1 ao se expandir para Porto Alegre.
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Trata-se do Banco Pelotense, cuja ascensão meteórica refletia a força econômica da região sul do estado, impulsionada pela pecuária e pelo charque.
No entanto, essa rápida expansão e as vulnerabilidades estruturais o tornaram suscetível às turbulências do mercado financeiro.
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O golpe final veio em 1930, com a falência do Banco Popular do Rio Grande do Sul, um colapso que arrastou o Pelotense para o buraco, levando à sua liquidação no ano seguinte.
A partir de informações do Jornal do Comércio e Portal Wiki, a equipe especializada em economia do TV Foco mergulha novamente nessa história, a qual impactou a vida de milhares de correntistas.
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Os primeiros passos e sua chegada em Porto Alegre:
O Banco Pelotense foi fundado em 5 de fevereiro de 1906, em Pelotas, com a missão de atender às necessidades dos pecuaristas e charqueadores.
Na época, os mesmos encontravam dificuldades em obter crédito nos bancos tradicionais, mais inclinados a financiar o comércio e a indústria.
Sua fundação foi possível graças a um capital inicial de três mil contos de réis, arrecadado por investidores locais:
- O banco iniciou suas atividades em Pelotas e rapidamente começou a expandir sua presença para outras cidades gaúchas.
- Em 1909, chegou a Porto Alegre, um marco crucial para sua ascensão.
- A capital era o epicentro econômico do estado e oferecia um mercado dinâmico para a instituição, que se consolidava com uma rede de serviços financeiros robusta e acessível.
- A agência da capital tornou-se uma das mais relevantes do banco, atraindo uma clientela diversificada, desde comerciantes a pecuaristas e industriais.
Na década de 1910, o Banco Pelotense ampliou significativamente sua atuação na capital, adquirindo uma sede imponente que se tornaria um símbolo de sua força.
O edifício refletia a estratégia da diretoria: transmitir confiança e solidez aos clientes.
Paralelamente, sua rede de filiais se expandiu para outras regiões do estado e, posteriormente, para fora do Rio Grande do Sul, chegando ao:
- Rio de Janeiro em 1919;
- Belo Horizonte em 1920.
O gigantismo e seus desafios:
O crescimento acelerado do Banco Pelotense trouxe consigo desafios administrativos e financeiros.
A instituição investiu pesadamente na construção de agências luxuosas, muitas vezes desproporcionais às necessidades das cidades onde se instalava.
Em Porto Alegre, sua sede tornou-se um marco arquitetônico, mas também um indicativo do elevado grau de imobilização de capital do banco.
O forte relacionamento com o governo estadual proporcionou vantagens, como a nomeação do Pelotense como agente financeiro do Estado.
No entanto, esse laço também resultou na aquisição de títulos da dívida pública de baixa liquidez e em pressões políticas para concessão de créditos a setores em crise, como os pecuaristas, que enfrentavam dificuldades devido à desvalorização do charque e à concorrência da carne frigorificada.
“A Grande Depressão” …
A crise de 1929, mais conhecida como “A Grande Depressão”, afetou severamente o Banco Pelotense, intensificando a desconfiança dos investidores e clientes.
Em 1930, a falência do Banco Popular do Rio Grande do Sul desencadeou uma corrida bancária que, conforme mencionamos acima, arrastou o Pelotense para o buraco.

Em Porto Alegre, houve uma grande debandada de correntistas, os quais formaram filas na tentativa de resgatar seus fundos, agravando ainda mais a situação da instituição.
Saiba mais sobre a Grande Depressão no vídeo abaixo:
Para evitar o colapso, a diretoria apresentou um plano de recuperação que incluía um aporte de capital e apoio do Estado.
Contudo, o governo de Getúlio Vargas e, posteriormente, o de Flores da Cunha não demonstraram interesse em salvar a instituição.
Sem alternativas, o banco entrou em liquidação em 5 de janeiro de 1931, um mês antes de completar 25 anos de história.
A decisão pegou muitos de surpresa. Em Porto Alegre, algumas agências precisaram ser protegidas por forças militares para evitar depredações.
O fechamento do banco marcou o fim de uma era na história bancária do Rio Grande do Sul.
Vale destacar que não foram encontradas manifestações dos representantes da época.
Qual banco tomou o lugar do Banco Pelotense?
A liquidação do Banco Pelotense teve um impacto significativo em Porto Alegre e em outras cidades onde o banco atuava.
Para muitos, o fim da instituição poderia ter sido evitado com um apoio governamental mínimo.

No entanto, historiadores argumentam que a própria direção do banco propôs a liquidação ao perceber a inviabilidade de sua continuidade.
Com o fechamento do Pelotense, o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) emergiu como seu sucessor natural.
Fundado em 1927, o Banrisul ainda era uma instituição modesta em 1931, operando a partir de algumas salas da Secretaria da Fazenda.
No entanto, com a falência do Pelotense, herdou suas agências, estrutura e parte de sua clientela, tornando-se um dos maiores bancos estaduais do país.
Conclusão
O Banco Pelotense foi um exemplo clássico de uma instituição financeira que cresceu rapidamente, mas que não conseguiu se adaptar às mudanças econômicas e às crises do período.
Em Porto Alegre, chegou ao auge como uma das instituições bancárias mais sólidas da cidade, mas sua expansão agressiva e sua alta imobilização de capital contribuíram para sua queda.
Sem apoio governamental e sem liquidez para enfrentar a crise de 1929, o banco não resistiu às pressões do mercado.
Seu fim, embora trágico para a economia regional, abriu espaço para novas instituições financeiras, consolidando o Banrisul como seu principal sucessor.
Mas, para saber mais sobre outros bancos e histórias como essa, clique aqui*.
Autor(a):
Lennita Lee
Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.