Saiba todos os detalhes por trás da falência dessa rede de supermercados, que encerrou suas atividades após quatro décadas
No Brasil, as redes de supermercados possuem grande relevância na economia e no dia a dia da população.
Afinal de contas, elas garantem o fornecimento de produtos essenciais, como alimentos e itens de higiene, facilitam o acesso ao consumo e figuram entre os maiores empregadores do país.
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O setor também é responsável por conectar produtores e consumidores, sustentar cadeias de fornecedores e movimentar uma parcela significativa do PIB nacional.
Não é à toa que, quando uma rede de supermercados passa por crises financeiras ou declara falência, os efeitos vão além das prateleiras vazias, uma vez que o país em peso sente de forma direta as consequências desse desfecho, com:
- Aumento do desemprego;
- Interrupção abrupta de um serviço essencial;
- Elevação dos preços devido à diminuição da concorrência local.

Falando nisso, a equipe especializada em história empresarial do TV Foco, com base em informações divulgadas pelo portal Wiki e Diário do Comércio, detalha um desses casos, os quais marcaram a vida de muita gente: O fim da rede Casa da Banha.
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Breve história
Fundada ainda em 1955, a Casas da Banha rapidamente se consolidou como uma das maiores redes de supermercados do Brasil, cuja popularidade era tão grande quanto a do Carrefour.
- Durante os anos 70, seu nome se tornou sinônimo de qualidade e variedade, em parte graças ao patrocínio do icônico apresentador Chacrinha.
- Em seus programas na antiga TV Tupi, o apresentador lançava bacalhau para o público, em referência aos produtos comercializados pela rede.
- A empresa teve um crescimento expressivo, chegando a empregar cerca de 22 mil funcionários e se tornando uma referência no setor varejista.
- Com um grande número de unidades, a Casas da Banha oferecia aos consumidores preços acessíveis e um serviço eficiente, fatores que contribuíram para sua expansão e popularidade.
Primeiros sinais do seu fim:
Apesar do seu estrondoso sucesso, a rede passou a enfrentar dificuldades em meados da década de 80.
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Mas, o agravamento da crise se deu especialmente em 1986, com os planos econômicos do Governo Federal, como o Cruzado I e II.
De acordo com declarações dadas pelo advogado da empresa, à época, as medidas de congelamento de preços foram extremamente prejudiciais.
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Durante o Plano Cruzado I, vários produtos comercializados pela Casas da Banha estavam em promoção e, com o congelamento, os preços permaneceram fixos por um ano.
Além disso, para piorar um pouco mais, a chegada do Plano Collor, nos anos 90, trouxe confiscos de recursos financeiros da empresa, o que tornou sua recuperação insustentável.
Como resultado, a rede foi forçada a reduzir drasticamente sua estrutura e demitir milhares de funcionários.
A falência e o impacto no mercado
A situação degringolou de vez em 1999, quando a Casas da Banha teve sua falência decretada após 44 anos de operação.
A decisão foi tomada pelo juiz Luiz Felipe Salomão, da 2ª Vara de Falências e Concordatas, conforme noticiado pelo portal Diário do Comércio.
O advogado da empresa, Alfredo Bumachar, revelou que a falência foi decretada após uma confissão formal da companhia perante a Vara.
O magistrado concedeu um prazo de 20 dias para que os credores justificassem seus créditos e priorizou o pagamento das dívidas trabalhistas, então estimadas em US$ 5 milhões.
Lojas fechadas:
A empresa foi forçada a vender ou transferir 149 unidades das suas lojas a antigos proprietários para tentar quitar parte das dívidas, o que de certa forma culminou em fim de atividades e portas fechadas.
As outras 75 lojas permaneceram fechadas aguardando negociações, incluindo o famoso restaurante Porcão. Somando tudo, deu um total de 224 lojas fechadas.
Em 1992, uma decisão judicial levou à demissão de mais 3,5 mil funcionários, e os fechamentos continuaram progressivamente.
No ano seguinte, em 1993, a rede enfrentava 9 mil processos trabalhistas. Com o pagamento gradual de indenizações, esse número foi reduzido para apenas 800.
Esse foi o fim de um dos maiores impérios do setor…
Quais direitos os trabalhadores têm quando uma empresa entra em falência?
Quando uma empresa declara falência, seus empregados têm direito a receber os mesmos benefícios de uma demissão sem justa causa, incluindo:
- Salários atrasados;
- Férias vencidas e proporcionais com acréscimo de 1/3;
- 13º salário;
- FGTS;
- Aviso prévio;
- Multa rescisória de 40%;
- Seguro-desemprego.
Conclusão:
Em suma, a falência da rede Casas da Banha evidenciou o impacto devastador de crises econômicas e gestão ineficaz no varejo nacional.
Apesar de seu sucesso inicial e de sua popularidade comparável à do Carrefour, a rede não conseguiu resistir às adversidades econômicas impostas pelos planos governamentais e às dificuldades financeiras.
Por fim, o seu colapso resultou na perda de milhares de empregos e marcou um capítulo importante na história do varejo brasileiro.
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