Empresa gigantesca no mercado alimentício acabou tendo sua falência decretada em meio a escândalo e dívidas bilionárias
As empresas alimentícias no Brasil tem importância inestimável para o país, ainda mais para os consumidores finais.
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Até porque, eles dependem das mesmas para conseguir acessar os principais alimentos através dos supermercados.
De acordo com o AEVO, só no ano de 2023, a indústria de alimentos empregou aproximadamente 1,9 milhão de pessoas, mantendo um crescimento acima da média nacional.
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Porém, apesar de essenciais, muitas empresas e marcas desse setor acabaram tendo desfechos trágicos e nada promissores.
Como ocorreu no ano de 2005, quando uma grande fábrica do setor teve sua falência decretada pela Justiça, após um amontoado de dívidas e escândalos.
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Tradição
Trata-se da Frigorífico Chapecó, uma das mais tradicionais do ramo de carne e que foi fundada ainda em 1952. A rede também possuía oito unidades industriais, 5 mil empregados e 3 mil produtores integrados.
Crise:
Mas, de acordo com informações divulgadas pelo Agrolink, no ano de 1997, o BNDES assumiu o controle geral da empresa com o apoio direto do Banco do Brasil e do Banco Bozzano Simonsen.
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A organização começou a ser abalada pela crise que atingia o ano de 1998, quando passou ao controle acionário da Alimbras S/A, empresa integrante do grupo econômico Macri, de origem argentina.
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O acordo estipulava igualmente a redução de uma dívida financeira, que já existia na época, de 285 milhões de dólares para 138 milhões.
Escândalo
Porém, em agosto dos anos 2000, o mencionado escândalo explodiu em meio a um cenário que já não era dos melhores.
Isso ocorreu quando o frigorífico sofreu quebra do sigilo bancário de duas contas decretada pelo juiz Mauro Sbaraini, da 1ª Vara Federal de Cascavel (PR), a pedido do Ministério Público Federal.
A medida se fez para que pudesse investigar se houve, ou não, intermediação do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira na liberação de recursos do BNDES para o frigorífico.
Sendo assim, acabou se confirmando o recebimento de 197 milhões de dólares do BNDES ao Frigorífico.
Mais uma crise
Em 2001, uma nova recessão ocorreu com o atentado do dia 11 de setembro nos EUA, fazendo o preço do frango e do suíno despencar vertiginosamente e os insumos com foco em milho e a soja, tiveram seus preços dolarizados.
Além disso, a crise econômica da Argentina castigava fortemente o Grupo Macri em seu país e isso refletiu nas empresas do mesmo no Brasil.
O que acabou culminando em créditos cortados diante do temor de bancos e fornecedores.
Em abril de 2003, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovou a realização de auditoria no Frigorífico Chapecó, solicitada ao Tribunal de Contas da União (TCU) pela deputada Luci Choinacki.
Segundo o Poder Judiciário de Santa Catarina, naquele mesmo ano, houve uma proposta de aquisição pela Coinbra, sociedade integrante do grupo francês Dreyfuss.
As negociações avançaram em 90%, mas os compradores desistiram do processo sem apresentar quaisquer razões. No ano seguinte, em 2004, o frigorífico começou a sua auto falência.
No ano de 2004 a Chapecó entrou com pedido de concordata no Fórum da Comarca de Chapecó, localizado em em Santa Catarina.
Falência decretada e ROMBO bilionário
Consequentemente, diante da crise, a empresa precisou colocar na rua cerca de 4.700 funcionários.
Já sem recursos, a Frigorífico Chapecó também cessou os pagamentos dos seus fornecedores e, por falta de estoque de milho, acabou sentenciando a morte de 7 milhões de frangos.
No dia 29 de abril de 2005, a juíza Rosane Portella Wolff, da 3ª Vara Cível de Chapecó, decretou a falência DEFINITIVA das empresas:
- Indústria e Comércio Chapecó
- Chapecó Companhia Industrial de Alimentos.
De acordo com a juíza, apesar de o BNDES assumir o comando geral da empresa com o apoio direto do Banco do Brasil e do Banco Bozzano Simonsen, no inicio de 1997, as medidas gerenciais não foram SUFICIENTES para conseguir reverter a crise da empresa que se agravou ainda mais.
E foi aí que mais um rombo veio à tona, visto que suas dívidas naquele momento já atingiam a marca de 1 bilhão de reais.
Fim decretado:
De acordo com o portal Poder Judiciário de Santa Catarina, o processo de falência da Frigorífico Chapecó, que foi considerado um dos maiores do país, teve uma decisão importante e, ate mesmo, rara em abril de 2022.
Isso porque o juízo da 3ª Vara Cível da comarca de Chapecó autorizou o pagamento dos chamados “créditos quirografários”*
(*Àqueles em que os credores não têm qualquer espécie de preferência legal ou garantia).
O processo do pedido de falência da Chapecó Alimentos tramitava já há 18 anos e já ultrapassava as 31.100 páginas.
Na época, anterior à legislação que permitia a recuperação judicial, o grupo se manifestou dizendo que possuía dívidas com quatro mil empregados, 1,3 mil pequenos e médios credores, além de 22 instituições financeiras.
- Importância do Frigorífico Chapecó: Como mencionamos logo no inicio desse texto, a empresa atuava em todo o mercado brasileiro e foi uma forte exportadora para mais de 50 países. De acordo com o portal Wiki, a rede ainda possuía oito unidades industriais, 5 mil empregados e 3 mil produtores integrados.
Quais os principais impactos das falências na economia brasileira?
Em suma, as falências geram uma série de impactos para a economia como:
- Desemprego em massa;
- Redução da produção;
- Diminuição da arrecadação de impostos
Conclusões finais:
A história do Frigorífico Chapecó é um exemplo de como grandes empresas podem se deparar com fragilidades e até mesmo acabar, mesmo sendo um império, por uma série de fatores como:
- Má gestão;
- Escândalos de corrupção;
- Crises econômicas.