3 grandes redes de supermercados tiveram um fim devastador após anos de existência, deixando milhares de consumidores desolados e a economia balançada
As redes de supermercado, no geral, são essenciais para a economia moderna, desempenhando um papel central na alimentação da população e no suporte à cadeia produtiva:
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- Para os consumidores, eles oferecem praticidade e diversidade de produtos, enquanto;
- Para a economia, representam uma significativa geração de empregos e arrecadação de tributos.
Sendo assim, quando redes históricas desaparecem ou são absorvidas por concorrentes, o impacto vai além das operações comerciais:
- Há reflexos no mercado de trabalho;
- No poder de escolha do consumidor;
- Na dinâmica de concorrência do setor.
Falando nisso, ao longo dos anos, o setor dos supermercados testemunhou a extinção de marcas icônicas que, por décadas, fizeram parte do cotidiano dos consumidores.
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Tanto é que a equipe do TV Foco, especializada em economia, baseada em informações divulgadas pelo portal Wiki, irá relembrar a história de 3 grandes redes, cuja extinção desolou o país e deixou milhares de consumidores entristecidos.
1. Mercadorama:
Fundado nos anos 50, o Mercadorama começou como uma iniciativa do empresário José Luiz Demeterco em Curitiba.
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Rapidamente, consolidou-se como a maior rede de supermercados do Paraná, segundo a Associação Paranaense de Supermercados (APRAS).
Porém, foi na década de 90 que a mesma teve o seu maior BOOM. Na mesma época, a Sonae Distribuição Brasil adquiriu o supermercado e promoveu uma expansão significativa da marca.
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Mas, em 2005, o Walmart Brasil assumiu o controle da Mercadorama. Em 2017, a empresa iniciou a transformação da bandeira Mercadorama para Walmart Supermercados.
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Entretanto, com a venda de 80% das operações do Walmart Brasil ao fundo Advent International, o plano de conversão foi suspenso, e a marca Mercadorama retornou.
Contudo, a aquisição do Grupo BIG pelo Carrefour em 2021 resultou na decisão de descontinuar a marca, o que a engoliu de vez e fez a marca sumir do mapa.
Por fim, as lojas restantes foram convertidas para a bandeira Nacional, decretando o fim do Mercadorama.
Em Curitiba, foram encerradas 6 unidades, afetando diretamente os funcionários e os consumidores da região.
Ao procurar manifestações a respeito desse trâmite, as mesmas não foram encontradas, porém, o espaço permanece aberto, caso a mesma queira expor a sua versão dos fatos.
2. Peg-Pag:
Fundado em 1954 em São Paulo, o Peg-Pag destacou-se por sua inovação e rápida expansão.
Foi a primeira rede de supermercados a abrir capital no Brasil e a instalar circuitos internos de TV para promoção de mercadorias.
Em seu auge, o Peg-Pag se tornou referência em inovação no varejo. Expandiu-se para o Rio de Janeiro e outros estados e chegando a operar em 36 lojas.
Enfrentando dificuldades financeiras na década de 70, a rede foi vendida para a Souza Cruz em 1973. Mas, apesar de um breve período de recuperação, não conseguiu manter sua posição de mercado.
Ainda naquele ano, ela era a quarta colocada no ranking do setor, com 10,22% das vendas totais dos dez maiores do ramo, mas caiu para o nono lugar, em 1978, com sua participação reduzindo para 5,73%.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido entre 1973 e 1977 atingiu a média de 12,06% negativos.
Mas, na última temporada daquele período, o prejuízo foi de 27 milhões de cruzados — 1,7 milhão de dólares — O equivalente hoje a R$ 9 milhões indo pelos ares.
O que acabou causando a sua falência, de certa forma. Em 1978, ela acabou sendo vendida ao Grupo Pão de Açúcar por 250 milhões de cruzados. Suas lojas foram gradualmente convertidas, e com isso a marca desapareceu.
3. Supermercado Gonçalves
Fundado na década de 1990, o Supermercado Gonçalves iniciou suas operações na Rua Guanabara, em Porto Velho (RO), marcando o começo de uma trajetória de sucesso. Nos anos seguintes, a expansão foi significativa, com a abertura de nove unidades em diferentes localidades:
- Porto Velho (RO)
- Ariquemes (RO)
- Buritis (RO)
- Ji-Paraná (RO)
- Rio Branco (AC)
O grupo diversificou suas atividades em 2013, com a criação da indústria de panificação Granopan, e em 2014, com uma casa — empório, ambas na capital de Rondônia. Esse crescimento posicionou a marca como uma das maiores varejistas do estado.
O início da ruína
Apesar da relevância no mercado, o Gonçalves começou a enfrentar dificuldades em 2016, quando entrou com pedido de recuperação judicial.
A própria empresa atribuiu sua crise a uma combinação de fatores econômicos adversos:
- Queda no faturamento devido à crise macroeconômica brasileira pós-eleições de 2014;
- Alavancagem bancária e altas taxas de juros;
- Aumento dos custos operacionais e redução das margens de lucro;
- Concorrência local crescente;
- Impacto econômico da “ressaca pós-usinas do Madeira”, quando investimentos na região de Porto Velho diminuíram.
Conforme informado pelo próprio grupo, o cenário dificultou a continuidade dos negócios, mesmo após investimentos expressivos em infraestrutura, como o empório e a indústria de panificação.
A falência definitiva
Em julho de 2019, a Justiça decretou a falência definitiva do Supermercado Gonçalves.
Leiloaram todo o patrimônio da rede, incluindo lojas, imóveis, terrenos e veículos, em três rodadas ao longo do mesmo ano.
Conforme oG1, o montante arrecadado somou R$ 71 milhões, insuficiente para cobrir a dívida total, que ultrapassava R$ 200 milhões. Avaliado em R$ 80 milhões, o patrimônio da empresa não conseguiu evitar um déficit significativo.
O drama dos funcionários
A falência também teve consequências devastadoras para os mais de 1.000 funcionários da rede. Após demissões em massa, muitos ficaram sem receber salários atrasados e direitos trabalhistas.
Além disso, os prédios das unidades abandonadas sofreram com:
- Furtos e vandalismo.
- Acúmulo de lixo e ocupação por pessoas em situação de rua.
Em 2018, ex-funcionários relataram escassez de produtos nas lojas, sinalizando o colapso iminente.
Quando que os funcionários do Supermercado Gonçalves receberam?
Apesar de toda situação, somente em 23 de maio de 2022, foi confirmado o pagamento de parte dos direitos dos funcionários, após anos de espera.
A juíza Elisângela Nogueira, da 6ª Vara Cível de Falências e Recuperações Judiciais, autorizou a liberação dos valores pela Justiça de Rondônia, considerando que as pendências judiciais estavam resolvidas.
- A Caixa Econômica Federal disponibilizou R$ 14 milhões;
- Cerca de 80% dos trabalhadores receberam seus valores imediatamente, enquanto os outros 20% aguardaram a resolução de pendências.
Ao todo, a massa falida incluía 6.200 credores, entre fornecedores, bancos e outros.
Consideração final:
Em suma, 3 grandes redes de supermercados brasileiras, a Mercadorama, Peg-Pag e Supermercado Gonçalves encerraram suas operações após décadas de existência.
O fim do trio impactou milhares de consumidores, funcionários e a economia na totalidade.
As causas incluíram concorrência acirrada, dificuldades financeiras, crise econômica e gestão inadequada.
Por fim, a falência dessas redes afetou o mercado de trabalho, a oferta de produtos e a dinâmica de concorrência no setor varejista.
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