Falência e venda à rival: O triste desfecho de montadora tradicional em meio à dívidas bilionárias

Montadora tradicional fez de tudo para conseguir se salvar mas acabou tendo sua falência decretada

O ano era de 2011 quando uma famosa e tradicional montadora de veículos acabou sucumbindo à crise, teve sua falência decretada e ainda viu sua marca sendo vendida para rival, após fracassar em sua corrida para  sobreviver.

De acordo com o G1. o anúncio foi feito por um tribunal, ao fim de um longo processo de dois anos afim de tentar salvar a marca.

Estamos falando da sueca Saab, que foi fundada ainda no ano de 1937, e teve sua falência formalmente decretada no dia 19 de dezembro de 2011.

Breve história

Vale mencionar que ela iniciou em Trollhättan, na Suécia, como uma fabricante de aviões para fornecer aeronaves para a Força Aérea Sueca, enquanto a Europa se preparava para outra guerra.

O nome completo da empresa era Svenska Aeroplan Aktiebolaget, dando ao mundo a sigla Saab. A matriz logo se mudou para a cidade universitária sueca de Linköping, onde passou a ser a maior operação da empresa.

E foi em 1945, em meio a vários sonhos de diversificação, que um projeto para desenvolver carros a motor foi iniciado.

1-Dívidas

De acordo com o portal Valor, um resumo do balanço da Saab mostrou que a empresa possuía dívidas de 13 bilhões de coroas (US$ 1,9 bilhão) e ativos de 3,6 bilhões de coroas (US$ 532 milhões).

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2-Falência

O tribunal examinou o pedido e informou em uma nota que três empresas ligadas a Saab apresentaram os documentos: SAAB Automobile Aktiebolag, Saab Automobile Tools AB e Saab Automobile Powertrain.

A Saab Automobile lutava pela sobrevivência desde que a Swedish Automobile (Swan) assumiu a marca deficitária da GM no ano de 2010, quando ainda chamava Spyker Cars.

A produção da empresa foi parada durante a maior parte do ano de 2011 e a montadora entrou em proteção contra falência no mês de setembro daquele ano, após os sindicatos ,que representavam os trabalhadores, darem inicio aos procedimentos para colocar a empresa em falência por falta de pagamento.

O CEO da Saab, Victor Muller,  enfrentava problemas para conseguir um acordo que permitisse salvar a Saab da quebra e centrava as negociações com dois grupos chineses, a montadora Youngman e a distribuidora de veículos Pang Da.

Quando que a montadora foi vendida?

De acordo com o portal Quatro Rodas, após a joint-venture com a fabricante chinesa Youngman fracassar, a National Electric Vehicle Sweden (NEVS), consórcio sino-sueco. acabou comprando em 2012 a montadora falida.

Porém, somente no dia 12 de junho de 2016 é que ela oficializou a aquisição, porém ela não poderá utilizar o nome Saab em nenhum de seus futuros produtos.

Embora tenha adquirido praticamente todas as ações e a estrutura da falida Saab, a NEVS não obteve autorização para usar os direitos de marca da empresa sueca, na época.

Como nada mudou desde então, não restou outra alternativa a não ser vender seus futuros veículos como a marca NEVS.

O consórcio, aliás, anunciou que lançaria seu primeiro modelo (baseado na plataforma do Saab 9-3) no ano de 2017. A intenção da empresa era conquistar boa aceitação na China para, então, buscar espaço em outros mercados pelo mundo.

De volta às origens …

Apesar de ter falido como montadora de veículos, segundo o que foi apurado pelo próprio site da marca, a Saab continua “viva”, não mais com produção de veículos mas oferecendo soluções aeroespaciais civis, aéreas, terrestres, navais e de segurança.

Sendo assim, ela acabou voltando às origens de quando começou com foco em soluções em momento de guerra, como mencionamos no inicio desse texto

A empresa emprega mais de 16.500 pessoas e tem vendas anuais de cerca de 31 bilhões de coroas suecas (aproximadamente US$3,4 bilhões até o momento).

Cerca de um quarto da receita de vendas da Saab é reinvestida em pesquisa e desenvolvimento.

Há muitos exemplos de produtos da Saab, mas entre os mais emblemáticos estão o sistema de caça Gripen, o submarino Saab Kockums da classe Gotland e o sistema de armamento Carl-Gustaf.