Companhia aérea gigante, rival da Gol, acabou tendo falência decretada em meio à escândalos e dívidas
E no ano de 2006, uma das maiores companhias aéreas do Brasil, rival da Gol, acabou entrando em uma crise ferrenha e, posteriormente, teve sua falência decretada em meio à dívidas e escândalos.
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Estamos falando da Varig (Viação Aérea Rio Grandense), que aliás foi a primeira companhia aérea do Brasil, fundada em 1927 na cidade de Porto Alegre, sendo vista como uma das mais importantes também.
Vale mencionar que entre os anos 50 e 70, ela foi uma das maiores do setor privado, concorrendo e até mesmo superando a Pan Am (que também foi extinta.
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Prelúdio da queda …
Apesar de todo o seu prestígio, foi nos anos 2000 que sua queda começou a se evidenciar. De acordo com informações divulgadas pelo Wiipédia, coincidiu com a mesma época em que ela adquiriu alguns boings utilizados pela TransBrasil.
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Porém, nos anos de 2001, logo após os atentados de 11 de setembro, a aviação comercial foi atingida por uma crise, com reflexos no mundo inteiro, conforme divulgados pelo portal IG.
Nessa mesma época foram fundadas e expandidas duas grandes concorrentes da Varig, a LATAM Airlines Brasil e a Gol Linhas Aéreas Inteligentes.
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1-Concorrência imbatível
Apesar de todo seu investimento em inovações, a Varig estava com um balanço financeiro negativo que já se arrastava desde os anos 80.
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De acordo com o portal Aero Magazine, a empresa estava perdendo espaço no mercado doméstico, mesmo com a diretoria fazendo de tudo um pouco para tentar conter a crise.
Porém, a concorrência com as novas companhias, LATAM Airlines Brasil e da Gol Linhas Aéreas Inteligentes, estava cada vez mais insustentável, uma vez que as mesmas adotaram à época o modelo low cost* e oferecia passagens baratas.
*O sistema low cost oferece produtos e serviços de baixo custo sem recursos não-essenciais. Ou seja, itens que são uma adição a oferta principal são removidos para que o preço possa ser reduzido ao menor possível. As companhias áreas foram as responsáveis por revolucionar este setor.
A Rio Sul também vinha perdendo espaço no mercado regional frente as concorrentes TRIP Linhas Aéreas e Total Linhas Aéreas.
O Governo Federal da época ainda tinha uma dívida de mais de 4 bilhões de reais com a Varig. Porém, ao invés de quitá-la, tentou promover uma fusão com a LATAM Airlines Brasil em 2003, porém sem sucesso.
2-Crise e recuperação judicial
Com dívidas estimadas em mais de R$ 7bilhões, as dificuldades enfrentadas pela empresa foram o reflexo do congelamento das tarifas aéreas na década de 80 e década de 90, somadas a uma administração ineficiente.
No dia 22 de junho de 2005, a justiça brasileira deferiu o pedido de recuperação judicial protocolado em 17 de junho do mesmo ano pela Varig.
Com essa decisão, a empresa teve seus bens bloqueados para ações judiciais por 180 dias, mas dispôs de um prazo de 60 dias para apresentar um plano de viabilidade e de recuperação a seus credores.
Em novembro de 2005, a TAP Portugal, em conjunção com investidores brasileiros, formalizam a compra das subsidiárias Varig Log e Varig Engenharia e Manutenção, garantindo o pagamento de credores internacionais.
Após proposta de compra feita pela Varig Log, uma nova assembleia foi realizada em 17 de junho de 2006.
Os credores da classe um da empresa, formada pelos trabalhadores, aprovaram a oferta. Mas os da classe dois, que conjuga fundos de pensão e o Banco do Brasil, e da classe três, reunindo empresas públicas e de leasing, rejeitaram a proposta.
Foram mais de vinte votos contrários apenas na classe três, a maior parte deles advindos de empresas estrangeiras.
3-Demissões em massa e escândalo
No dia 28 de julho de 2006, as demissões em massa começaram a ser executadas, totalizando mais de 5 000 postos de trabalho cortados em apenas um dia, sem o pagamento das verbas rescisórias, que estavam bloqueadas pelo plano de recuperação judicial,
Além do escândalo dos 4 meses de salários atrasados dos funcionários, a Varig precisou lidar com dezenas de aviões retidos no hangar da empresa, localizados no aeroporto do Galeão sem poder voar.
Alguns outros aviões ficaram parados por outros locais, como os Boeing 777-200 que ficaram retidos em Nova Iorque e Salvador.
Em 3 de agosto de 2006, a Varig operou seu último voo internacional, já que nesse dia os voos da Varig foram proibidos de pousar em Lisboa, Paris, Madri, Londres, Roma, Zurique e Beirute. O único pouso autorizado foi em Frankfurt.
Em 28 de novembro de 2006 a Varig anunciou a operação de mais sete rotas entre 18 de dezembro de 2006 e 4 de março de 2007.
Desta forma, a empresa passou a voar para doze destinos nacionais, Belo Horizonte, Florianópolis, Porto Seguro, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Salvador, Fortaleza, Recife, Porto Alegre, Curitiba e Manaus.
Em 14 de dezembro de 2006 a Varig recebeu a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil para operar sob a razão social de VRG Linhas Aéreas, conhecida coloquialmente como a Nova Varig.
Quem comprou a Varig ?
Por ironia do destino, de acordo com o portal G1, no dia 09 de abril de 2007, a Varig foi comprada justamente por sua rival, a Gol Linhas Aeras, pelo valor de 320 milhões de dólares.
Em setembro do ano de 2009, o juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da primeira vara empresarial do Rio de Janeiro, decretou o fim da recuperação judicial da Varig, que estava operando com a bandeira Flex Linhas Aéreas.
Segundo o juiz, as obrigações do plano de reestruturação foram cumpridos no prazo de dois anos. O último voo comercial operado pela velha Varig (Flex) ocorreu em novembro de 2009.
Mas no dia 20 de agosto de 2010, de acordo com o Jus Brasil, o Poder Judiciário do Brasil decretou a falência da antiga Varig, além de mais duas empresas do grupo, a Rio Sul Serviços Aéreos Regionais e a Nordeste Linhas Aéreas.
O pedido foi feito pelo próprio administrador e gestor judicial do grupo, Licks Associados, que alegou que a Varig não tinha condições de pagar suas dívidas.