Banco tradicional brasileiro teve sua falência decretada em meio a escândalo após anos no país
Muitos aqui devem não lembrar, mas entre a década de 80/90 existia um dos bancos tradicionais mais emblemáticos do país.
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Com um jingle inesquecível e uma forte presença no cenário nacional, ele conquistou milhares de correntistas ao longo dos anos.
Estamos falando do Banco Mercantil e Industrial do Paraná S/A popularmente conhecido como Banco Bamerindus.
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Pois é, infelizmente esse icônico banco brasileiro acabou tendo sua falência decretada e acabou sofrendo uma intervenção do Banco Central.
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Fora isso, alguns escândalos começaram a explodir na mídia o que acabou fazendo a situação ,que já estava ruim, ficar ainda pior
Tradição construída
A história do Banco Bamerindus teve inicio ainda em 1929, mas foi na década de 80 que ele teve seu verdadeiro BOOM.
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Como mencionamos acima, ele ficou marcado para sempre após o jingle cantado pelo ator Toni Lopes: “O tempo passa, o tempo voa; e a ‘Poupança Bamerindus’ continua numa boa. É a ‘Poupança Bamerindus”
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Jingle esse que ecoava em todas as televisões de tubo espalhadas pelo país na década.
Fora isso, de acordo com o portal UOL, o banco também patrocinou as “Olimpíadas do Faustão”, um dos quadros de maior audiência do findado Domingão do Faustão na época.
“Tá precisando de dinheiro? TC Bamerindus é o plano em que você investe todo mês um pouquinho. No final, recebe tudo o que investiu totalmente corrigido. Para o Bamerindus, você tem obrigação de ser feliz” -Anunciava o Faustão durante o quadro
Crescimento extraordinário e política
Ainda de acordo com o portal UOL, foi durante a gestão de José Eduardo de Andrade Vieira, filho do fundador Avelino Vieira, que o Bamerindus experimentou uma forte ascensão, expandindo-se significativamente com a inauguração de cerca de 200 agências ainda no ano de 1989.
O banco subiu à segunda posição do pódio entre os maiores bancos privados do país, com mais de mil agências espalhadas pelo território brasileiro.
Além de sua atuação no setor bancário, Andrade Vieira, conhecido como Zé do Chapéu, também foi senador da República pelo Paraná e atuou como ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo e também da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária, durante os governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.
De acordo com o portal Gazeta do Povo, Andrade Vieira morreu em fevereiro de 2015 após parada cardiorrespiratória.
Queda e escândalo
Foi a partir da década de 90 que o Banco Bamerindus entrou em declínio.
Em 1993, a instituição passou a enfrentar problemas financeiros e entrou no cadastro de devedores da União*, com uma dívida superior a 7 bilhões e meio de cruzeiros (aproximadamente R$ 2,5 milhões em valores atuais).
*União é a pessoa jurídica de Direito Público representante da esfera federal no âmbito interno e da República Federativa do Brasil no âmbito externo. É definida no art. 18 da Constituição Federal: Art. 18
A situação estava tão crítica que levou o grupo a buscar auxílio do Programa de Estímulo à Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, no ano de 1994.
Fora isso, o Bamerindus sofreu com a abertura econômica do país e com o novo modelo implantado a partir da criação do Plano Real, assim como outros grandes bancos da época, entre eles o Banco Nacional* e o Banco Econômico.
*Para saber mais sobre o Banco Nacional, clique aqui
Intervenção do Banco Central
Em 1997, o Banco Bamerindus acabou amargando uma intervenção do Banco Central, com um rombo bilionário em suas contas exposto, o que foi um grande escândalo na época.
De acordo com o portal Uol, o escândalo ficou ainda pior quando as investigações do Banco Central apontaram um rombo no balanço do banco que indicava ser inevitável um calote nos correntistas.
Quando que o Bamerindus faliu de vez?
De acordo com a Gazeta do Povo, os ativos saudáveis do Bamerindus foram, então, vendidos ao banco britânico HSBC, em 1997, que assumiu as 1.241 agências do Bamerindus espalhadas pelo país. Seus imóveis e os empréstimos que a empresa teria a receber viraram massa falida.
*Para saber mais sobre o HSBC no brasil, clique aqui
Mas foi apenas no ano de 2014 que o Bamerindus teve a sua liquidação extrajudicial decretada (que nada mais é do que uma falência).
Porém, vale mencionar que em 2013, o BTG Pactual aceitou pagar R$ 418 milhões ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), então ao maior credor do Bamerindus, para ficar com direitos creditórios e ativos detidos pela instituição.
O acordo deu ao BTG o direito de controle de 98% do capital social do Bamerindus.