FALÊNCIA
Falência decretada pela Justiça, portas fechadas e leilão: O fim de fábrica tradicional em Santa Catarina
07/04/2025 às 16h40

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Decretada a falência de fábrica tradicional em SC: Portas fechadas e leilão marcado. Saiba o que levou ao fim dessa história
O cenário industrial em Santa Catarina testemunhou, nos últimos anos, o encerramento definitivo das atividades de uma empresa com longa trajetória no estado.
Uma decisão judicial selou o destino da organização, levando ao fechamento de suas portas e marcando o fim de um ciclo para um nome tradicional local.
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A partir de informações divulgadas pelo portal “NSC Total”, a equipe do TV Foco, especializada em Economia e Negócios, traz agora mais detalhes sobre o assunto.
Consequentemente, a Cristal Blumenau teve sua falência oficialmente decretada pela Justiça. A sentença partiu do juiz Wagner Luis Boing, atuante na 5ª Vara Cível da Comarca de Blumenau, em 31 de janeiro de 2022. É importante notar que a empresa já estava inoperante há quase três anos antes dessa decisão.
Anteriormente, em novembro de 2018, a companhia teve seu pedido de recuperação judicial negado. A Justiça indeferiu o pleito porque a empresa não apresentou toda a documentação exigida para análise na época.
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O pedido de falência partiu de um fundo de investimento especializado em direitos creditórios. Este fundo buscava o pagamento de dívidas pendentes da empresa, embora a Cristal Blumenau tenha argumentado sobre suas dificuldades financeiras, não conseguiu reverter o processo.

Processo de falência
Na mesma decisão judicial que decretou a falência, o magistrado nomeou uma administradora judicial para conduzir o processo falimentar e dar sequência aos trâmites legais.
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Além disso, o juiz determinou que a Cristal Blumenau apresentasse a relação completa de seus credores, ou seja, pessoas e empresas com valores a receber. A direção da empresa optou por não comentar a decisão judicial na ocasião.

Histórico da empresa
A trajetória da Cristal Blumenau iniciou-se em 1967, originalmente sob o nome Cristais Estrela D’Alva, todavia, adotou a nova denominação em 1972.
A empresa viveu anos prósperos, especialmente durante a década de 1980, período em que atraía clientes de diversas regiões do país para sua famosa loja.
Contudo, após esse período áureo, a empresa enfrentou desafios significativos, assim como outras do setor de cristais. A abertura do mercado brasileiro impactou o negócio, pois facilitou a entrada de produtos importados de vidro, geralmente mais baratos.
Ademais, os elevados custos de produção e a alta carga tributária agravaram a situação financeira da Cristal Blumenau.
Tentativas de recuperação
A situação levou a companhia a anunciar o encerramento de suas atividades no início de 2018. Naquele momento, a Cristal Blumenau já cogitava solicitar a autofalência, enfrentando inclusive dificuldades para manter em dia o pagamento de seus aproximadamente 150 funcionários.
Como resultado, a loja de fábrica foi reaberta e a produção retomada em abril de 2018, porém, essa retomada foi breve.
Poucos meses depois, em outubro, a empresa entrou com o pedido de recuperação judicial que, como mencionado, a Justiça negou posteriormente, selando um futuro incerto.
Qual o impacto no setor de cristais?
O fechamento da Cristal Blumenau reflete uma tendência no setor, pois outras empresas tradicionais do ramo seguiram um caminho semelhante anteriormente. A Cristais Strauss, por exemplo, encerrou suas operações em 2016, afetando cerca de 200 funcionários na época de seu fechamento.
Antes dela, em 2009, a Cristais Hering também fechou as portas, impactando na ocasião 180 trabalhadores e diminuindo a representatividade do setor na região.
Diante desse cenário, a preservação da arte da lapidação artesanal do cristal em Santa Catarina fica a cargo de empresas que permanecem ativas no mercado. Entre elas, destacam-se:
- Mozart Cristais
- Di Murano

Considerações finais
Portanto, a decretação da falência e o consequente fechamento da Cristal Blumenau marcam o fim de uma era para a indústria de cristais catarinense, um processo que culminou com a decisão judicial em 2022.
Por fim, as dificuldades financeiras acumuladas e as transformações do mercado resultaram no encerramento das atividades desta fábrica tradicional.
Autor(a):
Hudson William
Por dentro dos assuntos sobre televisão desde 2008. A partir de 2012, passou a colaborar para o TV Foco com responsabilidade e credibilidade aos leitores.