2 Grandes shoppings enfrentaram fins devastadores em meio a dívidas, falências e até mesmo abandono, cuja consequência foi ainda mais assustadora
Até os mais imponentes empreendimentos comerciais, como os famigerados shopping centers, podem enfrentar declínio e até fechamento.
Inclusive, muitos desses casos evidenciam como crises financeiras, má administração e concorrência implacável podem desmantelar até os maiores gigantes do setor.
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Falando nisso, a equipe especializada em falências e economia do TV Foco, baseados em informações divulgadas através do portal Estadão e Diário Grande ABC, separou dois dos mais impactantes casos envolvendo dois grandes shoppings de São Paulo:
- O Shopping Center Matarazzo, na Pompeia;
- Best Shopping, em São Bernardo do Campo.
Ambos confrontados com a decadência e o abandono…
Shopping Center Matarazzo
Inaugurado nos anos 70, o Shopping Center Matarazzo foi o primeiro da Pompeia, bairro destacado de São Paulo, atraindo consumidores dos arredores, como Perdizes e Barra Funda.
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Conforme o portal Estadão, o empreendimento faraônico e multimilionário tinha dois grandes atrativos para os moradores da região oeste:
- Um supermercado Jumbo-Eletro, que posteriormente viria a ser um Sonda;
- Uma loja do McDonald’s, cuja qual ficava grudada ao seu estacionamento.
Aliás, a rede de fast food permanece no mesmo local.
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Uma era competitiva
Conforme já até mencionamos em matérias anteriores, a década de 90 foi extremamente competitiva para grandes varejistas, shoppings e lojas de departamento no geral.
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Aliás, tudo que era novidade atraía de forma bem mais voraz o público da época.
Com esse crescimento do comércio em conjunto com demais empreendimentos imobiliários da região, a concorrência do shopping obviamente acompanhou essa mesma crescente.
Fatalmente, isso foi o que mais complicou a situação do Shopping Center Matarazzo, uma vez que até então ele era a única opção.
Para piorar ainda mais para ele, houve a inauguração do West Plaza, em maio de 1991, e o fechamento da unidade do Jumbo Eletro do Matarazzo, o que serviu como sua última pá de cal.
Último recurso
No entanto, o shopping, por sua vez, tentou, sem sucesso, reanimar suas vendas construindo uma área exclusiva para alimentação e uma pista de patinação de 240 m² da Maxi-Roller.
Mas, em 1997, o mesmo foi levado a leilão para saldar as dívidas de IPI, ICMS e outros impostos, fazendo com que o mesmo decretasse sua própria “falência”.
Por fim, ele foi arrematado por R$ 18,5 milhões pelo Grupo Zaffari, que no local ergueu o Shopping Bourbon, inaugurado em março de 2008.
Conforme exposto pelo Jornal Folha de S. Paulo na época, o empreendimento ainda possuía uma série de dívidas. O Shopping Bourbon ficou no lugar do Shopping Matarazzo (Foto: Reprodução/Internet)
Só de débito do IPTU de 1997 estava em R$ 3,653 milhões com a Prefeitura de São Paulo.
Segundo Botesini, juiz de execuções fiscais, nesses R$ 18,5 milhões não estava incluído o IPTU.
Além do IPTU, o grupo Matarazzo possuía débitos de R$ 12,987 milhões com a Fazenda Nacional e de R$ 182,919 milhões com o BNDES.
O leilão foi realizado pelo leiloeiro oficial Ronaldo Sérgio Faro. Além do valor de arrematação, o grupo gaúcho pagou mais 5% de comissão a Faro.
Best Shopping:
Já o Best Shopping, em São Bernardo do Campo, experimentou um caminho ainda mais conturbado e um desfecho ainda mais delicado.
Fundado em 1986, o Best Shopping chegou a receber milhares de visitantes semanalmente, mas dificuldades financeiras constantes, falta de licenciamento do Corpo de Bombeiros e má gestão levaram ao fechamento de suas portas em 1999.
Das 193 lojas originais, apenas 43 ainda estavam abertas no final de sua operação, e o fechamento resultou em cerca de 200 demissões.
Após o fechamento definitivo em 2001, o Best Shopping ficou abandonado por 14 anos, transformando-se em um local frequentado por moradores de rua, usuários de drogas e praticantes de esportes radicais.
No entanto, o que mais chamou atenção foram os relatos de rituais macabros supostamente realizados no local por moradores da redondeza, conforme exposto pelo Diário Grande ABC.
Segundo Zenilson Gurgel, último administrador do shopping, práticas de magia negra ocorriam nas ruínas, alimentando lendas sobre desaparecimentos e violência.
Ex-moradores de rua relataram histórias assustadoras de desaparecimentos e práticas ainda mais sinistras, o que reforçou a fama do local como assombrado.
Finalmente, em 2015, o prédio foi demolido, encerrando um capítulo marcado por dívidas elevadas e histórias sinistras.
Embora o terreno tenha sido vendido, os proprietários das lojas receberam pouco devido às dívidas acumuladas.
Fora os débitos trabalhistas e rateio dos gastos com serviços de manutenção feitos no prédio depois do fechamento do centro comercial, como remoção de entulho, contratação de vigilantes e bombeamento para retirada de águas pluviais no subsolo.
Para saber mais detalhes do Best Shopping, clique aqui*
O que acontece com os funcionários quando uma empresa entra em falência?
Quando as empresas, como shoppings, entram em falência ou encerram suas atividades, todos os funcionários têm o contrato de trabalho automaticamente rescindido, mas têm direito a receber as verbas rescisórias.
No entanto, o pagamento desses direitos pode ser complicado, pois a empresa pode não ter dinheiro suficiente para pagar todos os ex-funcionários.
A Justiça prioriza o pagamento das dívidas trabalhistas por considerar que as verbas trabalhistas são essenciais para o sustento do trabalhador e de sua família.
Para garantir o cumprimento dos direitos trabalhistas, o trabalhador deve:
- Entrar com uma ação trabalhista contra o empregador
- Informar no processo de falência o valor que lhe é devido
- Buscar soluções jurídicas adequadas