Empresa de mobilidade urbana, rival da Uber, acabou tendo uma falência dramática após explodir no país
Quando falamos em mobilidade urbana, a Uber acaba se destacando como a preferida de milhares de usuários.
Porém alguns conceitos quanto a nossa locomoção acabaram ganhando novos formatos e muitos transportes alternativos acabaram se tornando grandes concorrentes da plataforma.
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Isso porque existem empresas que fornecem o uso coletivo de patinetes elétricos e bicicletas em inúmeras cidades brasileiras, promovendo assim uma escolha alternativa para aqueles que desejam uma locomoção mais sustentável.
Mas infelizmente, uma dessas empresas que fornecem tais transportes acabou falindo, pouco tempo depois de explodir no Brasil e é sobre ela que iremos falar hoje.
Do fervo ao fim
Estamos falando da gigante Grow, empresa de aluguel de bicicletas e patinetes elétricos que acabou virando uma verdadeira febre entre muitos brasileiros, principalmente os residentes de grandes cidades como São Paulo.
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De acordo com o portal G1, ela acabou tendo sua falência decretada pela Justiça de São Paulo, decidida pelo juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, cuja resolução foi publicada no dia 6 de novembro de 2023.
Essa sentença acabou ganhando características dramáticas, ainda mais após a empresa afirmar que o fato ocorreu após “circunstâncias alheias à sua vontade”, o que acabou a impedindo de cumprir o plano de recuperação judicial sem expectativas de retomada da atividade.
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Com a decisão, os credores tiveram seus direitos e garantias reconstituídos nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores pagos e ressalvados os atos praticados no âmbito da recuperação judicial.
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Resolvendo pendências
Para quitar parte das dívidas da companhia, o administrador judicial terá que avaliar e vender todos bens da massa falida em um prazo máximo de 180 dias, e apresentar para o juiz um plano detalhado de realização dos ativos (conversão dos bens do devedor em dinheiro).
Qual a história da Grow e por que ela faliu no país?
A Grow nasceu da fusão das empresas de mobilidade compartilhada Grin e Yellow, famosas pelas bicicletas sem estação e pelos patinetes elétricos que tomaram conta de grandes avenidas pelo Brasil entre os anos de 2018 e 2019.
Na época, ela tinha presença marcante e massiva na Avenida Brigadeiro Faria Lima, berço do mercado financeiro de São Paulo.
A Yellow, por sua vez, foi fundada por Ariel Lambrecht, Eduardo Musa e Renato Freitas, no ano de 2017.
Ela é considerada pioneira no compartilhamento de bicicletas em sistema “dockless”, que dispensava os pontos de estacionamentos específicos.
Nesse sistema, as bicicletas ficavam bloqueadas nas calçadas, e o ciclista as desbloqueava por meio de um aplicativo de celular.
O aplicativo lia o código de cada uma e o cadeado era aberto automaticamente. Dali em diante, o cronômetro calculava o preço, com base no tempo de viagem.
Em sua primeira fase, no mês de agosto do ano de 2018, foram colocadas à disposição de clientes cerca de 500 bicicletas, com meta de chegar a 20 mil até o final daquele ano.
Chegou ao auge da operação em 2019, mas desde o início a empresa teve dificuldades com furtos e manutenção do vandalismo de bicicletas.
Foi então que no ano de 2019 anunciaram a fusão da Yellow com a mexicana Grin, formando a Grow. À época, a nova empresa dizia ter frota de 135 mil patinetes e bicicletas em 7 países da América Latina, além de 1.100 funcionários.
No início do ano de 2020, a Grow anunciou o fim das operações de bicicletas compartilhadas no Brasil e afirmou que manteria os patinetes elétricos em apenas três cidades: São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
Na ocasião, a empresa afirmou que a decisão era “temporária” e que fazia parte de uma reestruturação da startup.
Meses depois, em março, a companhia foi adquirida pelo fundo de investimentos Mountain Nazca, dono da Peixe Urbano e outros empresas na América Latina, dizendo que o objetivo era tornar-se lucrativa e ter eficiência na operação,
Porém, diferente do que foi feito no ano de 2019, quando a prioridade deixou de ser a expansão da atuação e crescimento do número de corridas e base de usuários.
O que estava ruim ficou ainda pior após a pandemia de Covid-19, uma vez que, sem a mobilidade diária das pessoas em meio ao isolamento social, a empresa precisou suspender suas operações.
Em julho do mesmo ano, a empresa entrou com o pedido de recuperação judicial, que como mencionamos, foi revertida em falência decretada agora em 2023.