Falência de gigante, tão grande e popular quanto a Magalu, cuja qual dominava os eletrodomésticos e variedades, chocou consumidores em todo Brasil
Não é nenhuma novidade que o varejo brasileiro sempre enfrentou quedas dramáticas ao longo das décadas, afetando até mesmo os grandes nomes que, até então, eram verdadeiros impérios.
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Um dos casos mais emblemáticos foi o da Arapuã, referência no setor de eletrodomésticos, que teve sua falência decretada duas vezes após anos de glória e influência.
Ela, cuja qual já foi tão popular quanto uma Magalu é atualmente, acabou tendo uma falência devastadora, após 45 anos de existência.
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Sendo assim, a partir de informações coletadas no portal Wiki, a equipe especializada em economia do TV Foco, traz mais detalhes sobre essa quebra e seus reais impactos.
Do apogeu à queda …
Fundada em 1957, na cidade de Lins, interior de São Paulo, por Jorge Wilson Simeira Jacob, a Arapuã rapidamente se tornou um dos nomes mais importantes do setor:
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- Com 265 lojas espalhadas pelo Brasil no auge de sua trajetória, a marca foi sinônimo de inovação e proximidade com o público, consagrada pelo icônico slogan “Arapuã, ligadona em você!”.
- Entre os anos 80 e 90, a rede se destacou, competindo com grandes nomes como Casas Bahia e Ponto Frio, impulsionada por campanhas com atores globais.
- No entanto, decisões estratégicas controversas e mudanças no modelo de negócios iniciaram uma trajetória de declínio.
Erros estratégicos
No fim dos anos 80, Simeira Jacob, inspirado por uma visita aos Estados Unidos, decidiu focar exclusivamente em eletroeletrônicos, encerrando 120 lojas e reduzindo o catálogo de produtos de 7.500 para 700 itens.
A aposta isolada em um segmento tão volátil foi arriscada, e, com a instabilidade econômica da época, o resultado foi catastrófico.
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Em 1998, diante de um cenário econômico de altas taxas de juros e aumento da inadimplência, a Arapuã pediu concordata, acumulando dívidas que ultrapassavam R$ 550 milhões.
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Mesmo tentando diversificar os produtos novamente, o impacto das escolhas passadas e a dificuldade de manter vendas a prazo agravaram sua situação financeira.
Inicio do fim …
Curiosamente, mesmo com a crise instalada, a Arapuã patrocinou o São Paulo Futebol Clube em 2001, durante o Torneio Rio-São Paulo.
A decisão de investir em marketing esportivo garantiu visibilidade, mas não aliviou sua condição financeira.
Porém, as dívidas ultrapassaram R$ 1 bilhão em 2002, levando a empresa a um plano de recuperação judicial que incluía o fechamento de lojas e demissões em massa.
Na época, a empresa já acumulava 3 parcelas vencidas das concordatas. Mas, mesmo sob pressão, a Justiça não havia decretado a falência da empresa por confiar no seu plano de reestruturação.
Em julho de 2002, a Arapuã foi declarada falida em primeira instância, mas reverteu a decisão no TJ-SP, conseguindo adiar sua falência.
Em 2009, o STJ analisou o pedido de duas empresas para decretar a falência da devedora, visando garantir o pagamento de seus créditos.
Na ocasião, o STJ confirmou a falência da Arapuã por descumprimento da concordata pedida em 1998.
O tribunal aplicou a lei de falências de 1945 (vigente desde 2005), permitindo a recuperação judicial da empresa.
Quando aconteceu a falência definitiva das redes Arapuã?
Foi então, em junho do ano de 2020, que uma empresa credora, juntamente com o Ministério Público de São Paulo, recorreram da decisão da falência pela segunda vez.
Nesse meio tempo, a Arapuã aprovou um plano de recuperação judicial e alienou parte dos seus bens para o pagamento de parte das dívidas. Inclusive, ela chegou a afirmar que pagou alguns credores e dívidas trabalhistas.
A Arapuã teve seu pedido de recuperação judicial negado pelo STJ em 2020, devido ao descumprimento de acordo anterior e à existência de falência
Assim, os ministros do STJ decretaram, dessa vez definitivamente e pela segunda vez, a sua falência, por 4 votos a 1.
De acordo com a Folha de S.Paulo, a defesa da Arapuã não se manifestou, alegando possível recurso.
Apesar disso, é bom deixar claro que o espaço permanece aberto caso a mesma ainda queira expor sua versão dos fatos.
- Importância da Arapuã: A Arapuã conquistou a confiança de muitos. Ela chegou mais de 220 lojas espalhadas pelo Brasil, vendendo, majoritariamente, na região do sudeste do país.
Considerações finais:
- A Arapuã, gigante do varejo brasileiro, viu seu império ruir após décadas de sucesso.
- Mas, por conta de decisões estratégicas equivocadas e a instabilidade econômica dos anos 90, a empresa faliu.
- Apesar de tentativas de recuperação, a dívida crescente e o descumprimento de acordos selaram o destino da marca, que deixou de existir em 2020, após duas declarações de falência.
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