O QUE ROLOU?!
Falência decretada e leiloada à rival: Varejista nº1 é enterrada pela crise e deixa clientes órfãos em Curitiba (PR)
21/03/2025 às 7h20

Colapso de gigante do varejo deixa Curitiba órfã e rival toma espaço deixado por ela, impactando ainda mais o setor da região
É praticamente impossível falar sobre a história econômica de Curitiba, capital do Paraná, sem mencionar a história de uma grande varejista, a qual sempre esteve na lista nº 1 de milhares de paranaenses.
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Trata-se da Disapel, a qual teve uma trajetória marcada por um rápido crescimento e, ao mesmo tempo, pelo seu fim trágico que surpreendeu o mercado.
A empresa, cujo segmento era focado em eletrodomésticos, foi um marco no varejo brasileiro.
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Mas, infelizmente, após ser enterrada pela crise nos anos 2000, deixou uma legião de clientes órfãos e com um vazio enorme na cidade.
Sendo assim, a partir do portal Wiki e Jus Brasil, a equipe especializada em economia do TV Foco traz mais detalhes sobre os motivos que a levaram ao fim e seu legado.
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Fundação e expansão:
A Disapel foi fundada em 25 de setembro de 1964, em Curitiba, pelo empresário Mário Turkiewicz:
- A pequena loja na Praça Santos Andrade, ao lado da UFPR, marcou o início de uma jornada que a levaria a se tornar uma das maiores redes de varejo de eletrodomésticos da região Sul do Brasil.
- Inicialmente chamada Distribuidora de Aparelhos Eletrodomésticos Ltda., a empresa logo ganhou notoriedade pela qualidade de seus produtos e pelo excelente atendimento ao cliente.
- Nos anos 70, a Disapel já era sinônimo de confiança e qualidade, recebendo o prêmio Top of Mind no Paraná, que consolidava a marca no mercado local.
- A expansão foi acelerada, e a Disapel se tornou uma grande empregadora e parceira de grandes marcas de eletrodomésticos, como Philips, Monark e Sundown.

Uma liderança visionária
Sob a liderança de Paulo Turkiewicz, filho de Mário, a Disapel atingiu novos patamares.
Inclusive, graças ao seu perfil empreendedor e inovador, Paulo foi reconhecido como Empresário do Ano em 1994 no Paraná e se destacou por sua habilidade em expandir a rede e firmar parcerias estratégicas.
Assim, a Disapel se consolidou como a maior revendedora de grandes marcas no país e, em 1992, Paulo se destacou como um dos dez maiores revendedores da Philips no mundo, em evento realizado em Paris.
Durante os anos 90, a Disapel não apenas conquistou uma enorme fatia do mercado, mas também passou a ser uma das maiores empregadoras de Curitiba e do Paraná.

Com mais de 100 lojas e faturamento superior a US$ 500 milhões por ano, ela se tornou um pilar da economia local, influenciando não apenas o setor de varejo, mas também fornecedores, prestadores de serviço e parceiros comerciais.
Enterrada pela crise
No entanto, no início dos anos 2000, a Disapel começou a enfrentar dificuldades financeiras.
Apesar de um desempenho impressionante no faturamento, a empresa não conseguiu manter sua saúde financeira devido a uma série de fatores, como:
- Má gestão;
- Crescente endividamento;
- Mudanças nas condições do mercado varejista.
O auge da crise ocorreu em junho de 2000, quando a falência da Disapel foi decretada, surpreendendo o mercado e seus milhares de clientes.
Na época da falência, a Disapel ainda mantinha 81 lojas ativas, com presença significativa no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O fechamento dessas lojas impactou diretamente o setor de eletrodomésticos e as redes de fornecimento locais.
Leiloada diretamente para as mãos do rival
Com a falência formalizada, a Disapel precisou vender suas lojas em um leilão para liquidar seus ativos.
Nesse contexto, a maior rival da Disapel, a rede Ponto Frio, atualmente chamada apenas de Ponto, arrematou as lojas por R$ 12,1 milhões, valor da época.
Com a aquisição das lojas da Disapel pelo Ponto Frio, a gigante do varejo foi gradualmente absorvendo suas unidades.

Quais impactos a falência da Disapel causou em Curitiba?
O impacto da sua falência foi imediato e profundo, refletindo-se em diversos aspectos da região sul, principalmente para Curitiba, uma vez que a mesma precisou lidar com:
- Desemprego: Uma das consequências mais diretas da falência foi o fechamento de milhares de postos de trabalho. A Disapel era uma das maiores empregadoras de Curitiba, com um número considerável de funcionários em suas 81 lojas.
A falência gerou um efeito cascata, afetando não apenas os trabalhadores da empresa, mas também os serviços terceirizados, como transporte e manutenção, que dependiam diretamente das operações da varejista.
- Prejuízos aos fornecedores: A Disapel tinha uma extensa rede de fornecedores locais e nacionais. Com o fechamento das lojas e a venda dos ativos, muitos desses parceiros comerciais sofreram grandes prejuízos.
Pequenos fornecedores de peças e serviços, que antes mantinham contratos constantes com a Disapel, tiveram que buscar novos canais de distribuição ou fechar suas portas devido à perda de um grande cliente.
- Mudanças no mercado: Além dos impactos diretos, a falência da Disapel também alterou o comportamento de consumo em Curitiba. A cidade, que antes se orgulhava de ter uma das maiores redes de varejo de eletrodomésticos, viu sua dinâmica de compras mudar, com consumidores migrando para outras grandes redes varejistas ou buscando novas alternativas, como as lojas online, que começavam a ganhar força na época.
Por fim, a queda da Disapel também afetou o imaginário coletivo de Curitiba.
Durante décadas, a marca foi sinônimo de confiança e qualidade no varejo.
Seu fechamento representou um fim simbólico para muitos curitibanos, que viram o fechamento de suas lojas como o fim de uma era de prosperidade econômica e desenvolvimento regional.
Conclusão:
A história da Disapel é um reflexo das complexas dinâmicas econômicas que envolvem o setor varejista brasileiro.
De um sucesso magnânimo à falência, a empresa mostrou na prática os desafios da gestão empresarial em um mercado competitivo e volátil.
Embora a marca tenha desaparecido, seu impacto na economia de Curitiba permanece até hoje.
Por fim, a falência da Disapel é um exemplo claro de como a ascensão e queda de grandes empresas pode alterar toda uma cidade, tanto economicamente quanto culturalmente.
Mas, para saber mais histórias de falências como essa, clique aqui.
Autor(a):
Lennita Lee
Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.