A queda de três pilares: Falência e adeus de bancos populares marcaram para sempre a história do mercado brasileiro, deixando milhares de correntistas sem chão
Ao longo da história do sistema financeiro brasileiro, diversas instituições bancárias enfrentaram crises, intervenções e até mesmo falências, fazendo milhares de correntistas caírem no choro.
Dentre elas, temos a história do Banco Fluminense, do Banco Real e do Banco Cruzeiro do Sul, os quais possuem trajetórias marcantes e que ajudam a compreender como um setor promissor como o dos bancos ainda pode enfrentar desafios.
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Sendo assim, com base no portal Wiki, Exame e Veja, a equipe especializada em economia do TV Foco elaborou esse artigo o qual aborda:
- Detalhes da história de cada um deles;
- Fatos ocorridos desde a fundação até os fatores que levaram ao encerramento;
- Casos de incorporação por outras instituições, como o Santander.
Banco Fluminense da Produção:
O Banco Fluminense da Produção surgiu em 21 de junho de 1941, na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro.
- Desde sua criação, teve um papel fundamental no financiamento da economia fluminense, com investimentos em infraestrutura urbana, serviços de saneamento e transporte.
- Seu lema, “Força econômica a serviço da coletividade”, refletia seu compromisso em apoiar a economia regional.
- Com o tempo, expandiu sua presença e chegou a ser uma das maiores redes bancárias do estado do Rio de Janeiro.
No entanto, sua gestão começou a enfrentar dificuldades na administração de recursos e na concessão de crédito, levando a um colapso financeiro.
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Falência inevitável:
Infelizmente, a crise do Banco Fluminense da Produção se agravou em 1948, quando a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) recomendou sua liquidação devido a dificuldades financeiras.
Uma intriga que circulou posteriormente, era que o ex-governador do Rio de Janeiro, Ernâni do Amaral Peixoto, estivesse envolvido na crise do banco.
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Contudo, Peixoto negou qualquer relação acionária ou dívida com a instituição, alegando que sua ligação era meramente institucional.
Inclusive, em meio ao programa de rádio Panorama Fluminense, da Rádio Guanabara do Rio de Janeiro, Peixoto declarou:
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“Lamentamos apenas que a calamidade que nos aflige venha servindo de pretexto a explorações políticas por parte de homens que, indiferentes à sorte do povo, agem somente em função de suas ambições e para satisfação de seus ódios.
Intrigas e misérias de toda sorte têm sido veiculadas. Espalham que sou o maior acionista do banco e afirmam, reservadamente, que devo ao mesmo alguns milhões de cruzeiros.
Os meus amigos podem ficar tranquilos.
Não sou acionista do Banco Fluminense da Produção, nada lhe devo, nem tenho com o mesmo qualquer ligação.”
Em 26 de dezembro de 1950, as autoridades decretaram oficialmente sua falência, o que impactou milhares de correntistas e investidores, levando muitos às lágrimas.
Banco Real:
O Banco Real, por sua vez, teve suas origens no Banco da Lavoura de Minas Gerais, fundado em 1925 por Clemente Faria em Belo Horizonte.
- Durante décadas, consolidou-se como um dos principais bancos privados do Brasil, financiando o setor agrícola e industrial.
- Em 1971, a instituição adotou o nome Banco Real e, em 1973, transferiu sua sede para São Paulo, o que expandiu ainda mais sua atuação no país.
A instituição inovou em serviços bancários e se destacou por sua gestão voltada à sustentabilidade, sendo um dos primeiros bancos do Brasil a implementar políticas socioambientais.
Com isso, atraiu clientes interessados em investimentos sustentáveis e responsabilidade social.
Venda ao ABN AMRO e passado para as mãos do Santander:
Em julho de 1998, o banco holandês ABN AMRO adquiriu o Banco Real, dando início a um período de mudanças estruturais e expansão.
Entre 2000 e 2007, o ABN AMRO incorporou diversas instituições menores, como o Banco do Estado da Paraíba, o Banco do Estado de Pernambuco e o Banco Sudameris, fortalecendo sua presença no Brasil.
No entanto, em 2007, um consórcio composto pelo Royal Bank of Scotland (RBS), Fortis e Santander adquiriu o ABN AMRO.
Assim, o Santander engoliu o Banco Real, e a fusão foi aprovada em 2008 pelo Banco Central.
O processo de integração das marcas foi concluído em novembro de 2010.
Assim, o Banco Real deixou de existir como entidade independente, sendo totalmente absorvido pelo Santander Brasil.
No entanto, a situação gerou certos protestos por parte dos funcionários, conforme podem ver no vídeo abaixo:
Banco Cruzeiro do Sul:
Fundado em agosto de 1989, o Banco Cruzeiro do Sul cresceu rapidamente, destacando-se nos segmentos de crédito consignado e financiamento para empresas de médio porte:
- Durante os anos 2000, a instituição expandiu sua carteira de clientes e atraiu investimentos nacionais e estrangeiros.
Entretanto, a gestão financeira do banco se tornou cada vez mais arriscada, levantando dúvidas sobre sua sustentabilidade.
Em 2011, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou sua nota de crédito, apontando dificuldades na captação de recursos.
Intervenção e falência
Em junho de 2012, o Banco Central interveio no Banco Cruzeiro do Sul após identificar um rombo financeiro de R$ 1,3 bilhão, resultando em um patrimônio líquido negativo de R$ 150 milhões.
A instituição tentou ser vendida, e houve negociações com o Santander, mas as tratativas fracassaram.
Diante da situação irreversível, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Cruzeiro do Sul em setembro de 2012, após atingir um rombo de R$3 bilhões.
Posteriormente, sua falência foi oficializada em 11 de agosto de 2015.
O que acontece quando instituições financeiras quebram no país?
Quando um banco entra em falência no Brasil, os correntistas contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que assegura os depósitos até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição financeira.
Esse mecanismo busca reduzir perdas dos clientes e garantir maior segurança ao sistema bancário nacional.
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Conclusão final:
Em suma, as histórias do Banco Fluminense da Produção, Banco Real e Banco Cruzeiro do Sul demonstram os desafios do setor e reforçam a importância de uma boa gestão financeira para a sustentabilidade das instituições bancárias no Brasil.