Família Barbosa volta ao horário das nove da Globo treze anos após fracasso e confusão

14/03/2016 às 17h45

Por: Vitor
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Afrânio (Rodrigo Santoro) e Leonor (Marina Nery) (Foto: Globo/Caiuá Franco)
Afrânio (Rodrigo Santoro) e Leonor (Marina Nery) (Foto: Globo/Caiuá Franco)

Afrânio (Rodrigo Santoro) e Leonor (Marina Nery) em “Velho Chico”
(Foto: Globo/Caiuá Franco)

Benedito Ruy Barbosa e seus herdeiros estão de volta a faixa das nove treze anos após fracasso e confusão com a novela “Esperança”, que terminou no início de 2003 – na época, ainda novela das oito.

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A família Barbosa retorna ao principal horário de dramaturgia da Globo com uma trama sobre o amor impossível entre membros de duas famílias rivais que vivem às margens do rio São Francisco. A história tem início no final dos anos 1960 e segue até os dias de hoje. “Velho Chico” é escrita por Edmara Barbosa e Bruno Luperi, filha e neto de Benedito.

 A última vez em que o autor e sua filha escreveram uma novela para a faixa das nove da Globo, que foi “Esperança” (2002/2003), o trabalho terminou com fracasso e confusão. Numa época em que as tramas das 21h tinham meta de 45 pontos – a antecessora, “O Clone”, marcou 47 pontos -, a história desenvolvida por Benedito e sua filha, Edmara, foi um fiasco e chegou a ter média na casa dos 20 pontos em algumas ocasiões.

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Para piorar, “Esperança” sofreu atrasos na entrega de capítulos, levando à gravação de cenas na véspera ou até mesmo no dia de sua exibição. Devido a problemas pessoais, Benedito se afastou da trama em dezembro de 2002, e Walcyr Carrasco assumiu a autoria, a partir do capítulo 149, passando a contar com a colaboração de Thelma Guedes.

Benedito Ruy Barbosa (Foto: Globo/João Miguel Junior)

Benedito Ruy Barbosa no lançamento de “Velho Chico”
(Foto: Globo/João Miguel Junior)

Sob o comando de Carrasco, a trama ganhou novos desdobramentos e personagens. Foi aí que Barbosa ficou irritado. “Quando ele [Walcyr Carrasco] assumiu a novela, deixei de assistir. Se visse, queria bater nele. Na época, liguei para o Mário Lúcio Vaz [então diretor artístico da Globo]: ‘Olha, Mário, avisa o Walcyr que, quando eu encontrar com ele, eu vou dar porrada, entendeu?’ Ele simplesmente acabou com a minha novela. Não terminou como eu queria. Depois, mandou uma carta pedindo desculpas. Coitado! O sujeito andava ressabiado comigo. No fim, tudo terminou bem. Acendemos o charuto da paz”, disse o autor no livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo”, em 2009.

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Carrasco se defendeu e disse que não tinha como tentar ser igual a Barbosa. “Eu o entendo perfeitamente. É como dar o filho para o outro educar. No lugar do Benedito eu também teria ficado muito mal. Não pude conversar com ele devido ao seu estado de saúde. Mas, quando assumi a novela, quis imprimir meu ritmo. Não havia como tentar ser igual a ele. Por sinal, o Benedito é um dos autores que mais admiro na história da televisão.”

Bruno Luperi e família (Foto: Globo/João Miguel Junior)

Bruno Luperi e família no lançamento de “Velho Chico”
(Foto: Globo/João Miguel Junior)

Agora, “Velho Chico” traz uma nova geração da família Barbosa: Bruno Luperi. E, ao contrário de “Esperança”, Benedito não será mais o autor principal, e sim o supervisor. A escrita está a cargo de Edmara e Bruno.

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