De farmácia nº1 entre consumidores e supermercado popular; Entenda como grandes impérios ruíram após falências e crises devastadoras
O declínio e extinção de grandes marcas, mesmo as mais tradicionais e consolidadas, expõe a fragilidade de impérios empresariais diante de crises financeiras, decisões mal planejadas, má gestão e até mesmo falências.
Nesse contexto, dois casos emblemáticos no Brasil demonstram bem isso:
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- A Farmácia Sant’Ana – Farmácia nº1;
- Grupo Paes Mendonça – Mercado popular.
Ambas foram pilares econômicos e sociais, mas sucumbiram a fatores internos e externos.
A partir de informações divulgadas pelo portal Correio 24 horas e Wiki, a equipe especializada em economia do TV Foco, traz mais detalhes sobre esses nomes tão marcante, legado e o que levaram elas a serem extintas.
Farmácia Sant’Ana:
José Sant’Ana, com seu terno branco e bengala dourada, cruzava religiosamente o Beco do Mijo aos sábados para inspecionar a loja mais rentável de sua então florescente rede de farmácias.
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Um ritual iniciado em 1978 marcava a consolidação de um império farmacêutico que se tornaria, por décadas, um símbolo da Bahia.
Em 2018 a realidade já era outra, uma vez que restava apenas uma loja, na Piedade, como último resquício do que era outrora, um poderoso conglomerado.
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O auge e a expansão
A história da Farmácia Sant’Ana remonta o ano de 1945, quando José de Lemos Sant’Ana inaugurou sua primeira drogaria em Itaberaba, na Chapada Diamantina.
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Após migrar para Salvador na década de 50, Sant’Ana expandiu seu negócio, transformando-o na maior rede farmacêutica da Bahia, com 103 lojas em 2012.
Infelizmente, a trajetória de sucesso foi interrompida por uma série de eventos adversos:
- Em 2012, um grupo farmacêutico ligado ao BTG Pactual, adquiriu a rede por R$ 350 milhões, prometendo uma expansão ainda maior.
- Entretanto, a gestão do grupo se mostrou ineficaz, resultando em dívidas acumuladas de R$ 1,3 bilhão e levando a empresa a um processo de recuperação judicial em 2018.
A queda
Em 2018, a última loja da rede, na Piedade, tornou-se o reflexo de um império desmoronado:
- Com produtos acumulados das filiais fechadas;
- Os preços drasticamente reduzidos atraiam clientes, mas também revelavam a precariedade e incerteza que assombravam os 25 funcionários restantes.
De acordo com o Correios 24h, antigos funcionários da rede enfrentam dificuldades para receber verbas rescisórias. Em janeiro de 2018, 478 colaboradores foram demitidos, seguidos por outros 450 em abril.
A dívida trabalhista do grupo, que somava a R$ 30,6 milhões, foi um dos principais impasses.
Protestos e greves aumentaram a pressão sobre a atual gestão que enfrentava questionamentos por má gestão e falta de transparência.
Para os trabalhadores, a queda da Sant’Ana ia além do financeiro, A manifestação de Alberto, vendedor de 52 anos, resumia o sentimento geral: “Quem diria que isso aconteceria?”.
O fato é que o colapso transformou memórias de glória em incerteza e ansiedade. Muitos ex funcionários se viam sem perspectivas, enquanto clientes fiéis lamentavam a perda de um símbolo local.
Vale destacar que manifestações e notas oficiais sobre esse fim não foram encontradas, no entanto, o espaço permanece em aberto se a mesma quiser expor a sua versão dos fatos.
Grupo Paes Mendonça:
Fundado nos anos 30 por Mamede Paes Mendonça em Aracaju (SE), o Grupo Paes Mendonça começou com uma singela padaria:
- Com visão empreendedora, Mamede expandiu para o mercado de secos e molhados, inaugurando o primeiro supermercado em Salvador em 1959.
- Nas décadas de 1970 e 1980, tornou-se um dos maiores nomes do varejo nacional, com cerca de 100 lojas em todo o país.
Autofalência:
Porém, apesar do sucesso, em fevereiro de 1993, após anos de dificuldades para equilibrar as contas, Mamede Paes Mendonça foi obrigado a vender as 59 lojas do grupo na Bahia para investidores liderados por Norberto Odebrecht:
- Agruparam essas lojas sob a marca Unimar, mas o controle das operações continuou instável.
- Pouco depois, a Unimar pediu autofalência, incapaz de lidar com suas dívidas crescentes.
A autofalência marcou o fim da trajetória do grupo como uma potência no varejo.
A administração das lojas passou para credores e investidores, que tentaram reestruturar a marca, mas não conseguiram recuperar sua força.
Sob novas gestões, as lojas mudaram de nome várias vezes, tornando-se Supermar e, posteriormente, parte da rede Bompreço, o que fez a rede se extinguir de vez.
As manifestações e notas oficiais sobre esse fim não foram encontradas, no entanto, o espaço permanece em aberto se a mesma quiser expor a sua versão dos fatos.
Quais são os direitos dos trabalhadores em caso de falência e encerramento de atividades?
O fechamento ou falência de uma empresa afeta não só consumidores, mas também funcionários, que possuem direitos garantidos por lei. De acordo com o portal Migalhas, os principais direitos estão:
- Rescisão contratual: Os empregados têm direito ao recebimento das verbas rescisórias, que incluem saldo de salário, aviso prévio, férias vencidas e proporcionais com adicional de um terço, e 13º salário proporcional;
- Multa do FGTS: Empregadores devem pagar uma multa de 40% sobre os valores depositados no FGTS em casos de demissão sem justa causa;
- Prioridade no pagamento em casos de falência: A legislação brasileira prioriza dívidas trabalhistas em processos de falência, garantindo que empregadores paguem seus funcionários antes de outros credores;
- Seguro-desemprego: Para aqueles que se enquadram nos critérios, é possível solicitar o benefício do seguro-desemprego.
Além disso, os trabalhadores podem recorrer à Justiça do Trabalho para proteger seus direitos, e os sindicatos atuam vigorosamente em seu apoio.
Mas, para saber sobre outras falências e crises, clique aqui*.
Considerações finais:
Em suma, duas grandes empresas brasileiras, a Farmácia Sant’Ana e o Grupo Paes Mendonça, cujas quais outrora eram símbolos de sucesso e expansão, sucumbiram a problemas de gestão, dívidas e crises financeiras.
Os casos servem como exemplos da fragilidade de grandes impérios empresariais, mesmo aqueles com longa história e forte presença no mercado.
A falta de planejamento, a má gestão e a pressão de credores foram fatores determinantes para o fim dessas duas empresas que marcaram gerações de consumidores.