Feminista, Letícia Colin defende a prostituição em Segundo Sol: “Profissão saudável”
29/06/2018 às 16h24
Letícia Colin resolveu falar sobre a profissão de sua personagem, Rosa, na novela Segundo Sol. Ela é uma garota de programa e, em um bate papo com o site Glamurama, a atriz defendeu a classe, dizendo que “a prostituição é uma profissão e a história confirma isso”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
+ Prostituta em Segundo Sol, Letícia Colin não teme cenas de sexo: “Sem preconceito, hipocrisia”
“A Rosa inspira justiça social, coragem e liberdade”, disse ainda Letícia, que destaca: “Tem mulheres superfortes, que eu invejo, com uma formação tão interessante da psique na relação com o corpo que podem se lançar em uma vida como essa de forma saudável”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Sobre o grande amor da vida da personagem, explica: “Ela ama os dois. E não sei bem por quem o público torce mais… O personagem do Chay [Suede, Ícaro] agora está entrando em uma onda um pouco opressora, um pouco dominadora do machista”.
“E essa é uma novela que combate o machismo para caramba. A Rosa é uma feminista. É uma prostituta que quer dignidade, respeito, romper com o pai. Temos que falar sobre isso, por que não? A prostituição é uma profissão e a história confirma isso”, afirma.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Não existe profissão fácil. Padronizamos as coisas e jogamos tudo no mesmo pacote. Se cabe à mulher escolher? Bem, acredito que é mais complexo que isso. A prostituição de luxo é um caminho para pessoas que querem ascender financeiramente mais rápido”, diz.
“Isso tem que ser uma escolha pessoal. Claro que existe a prostituição que vem da tragédia, da miséria humana, da condição econômica do país, que é quando você vê uma criança menor de idade, por exemplo. Isso não pode existir”, ressalta.
LEIA TAMBÉM:
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
● “Diarreias e vômitos”: Tralli para JH às pressas com morte por doce nº1 intoxicado e liga alerta na ANVISA
● Jornal da Globo expõe vídeo com surto de Roberto Carlos no palco e show é interrompido às pressas: “Saiam”
● Sertanejo famoso expõe situação com Zezé e mulher aos prantos no meio da rua: “Pendurada no pescoço dele”
+ Silvio Santos trabalha de graça para os outros e rejeita R$ 45 milhões de empresa
“Quando a mulher acha que sua única saída é se prostituir porque não teve uma formação estrutural familiar, cultural, ou até um cuidado do governo, quando a mulher acha que não tem valor, que a única coisa de valor é o corpo dela…”, garante.
“Mas várias prostitutas que pesquisei são pessoas que estudam, que estão na universidade, e que têm uma relação com o corpo tão evoluída que entendem que não há problema nenhum em ganhar dinheiro com ele. Isso não as desmerece, ela não está presa a esse sistema”, conta.
“A Rosa está nesse meio termo. Ela tem uma autoestima que não foi bem construída. Ela escuta que não vale nada, que a irmã vale mais do que ela, e isso gera na mulher um lugar de ‘realmente eu não tenho valor e aí só posso fazer isso’”, revela.
“Mas tem mulheres superfortes, que eu invejo, com uma formação tão interessante da psique na relação com o corpo que podem se lançar em uma vida como essa de forma saudável… Porque essa é uma profissão que o dia a dia é muito difícil, estruturalmente…”, pondera.
“Temos que ouvir essas pessoas e não marginaliza-las. Acho sensacional fazer personagens que inspiram coragem e liberdade. Se a Rosa puder fazer isso, independente do que as pessoas escolhem para a vida delas, estou satisfeita”, analisa.
“A Rosa inspira justiça social. Ela quer ser feliz, quer ganhar o dinheiro dela. E está sofrendo também. As pessoas acompanham pela novela que não é um mar de rosas. Ela inspira coragem. Tenho contato com uma pessoa que trabalha como garota de programa de luxo que me tira muitas dúvidas”, revela.
“Eu estou aprendendo com ela, me descobrindo. Estou entrando nessa fase mais madura da minha vida, me formando como mulher e com certeza esse encontro com a Rosa, as falas dela, os conflitos, os pensamentos, as contradições têm me formado também”, diz ainda.
+ Ana Clara vira contratada da Globo, dá show de estrelismo em evento e desdenha da imprensa
“Tenho certeza que vou sair desse trabalho uma mulher mais forte, melhor, por ter ouvido e acolhido essa personagem na minha vida. Estou sendo transformada por isso e esse momento é irreversível, esse protagonismo feminino”, completa.