Fernanda Lima é uma mulher desconstruída, empoderada e defensora dos direitos das minorias nos dias de hoje, mas engana-se quem pensa que ela sempre foi assim. Ela também vem sendo alvo de críticas pelo fato de morar nos Estados Unidos e manter uma luta política aqui no Brasil.
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Sobre esse assunto, a apresentadora revela o motivo: “Estou morando nos EUA e esse sempre foi um projeto de vida do Rodrigo e meu. Queria ter a experiência de levar meus filhos à escola e ser anônima. Desde muito pequenos os meninos já reconheciam os paparazzi na rua e acabavam sendo privados de uma infância sem rótulos.
“Pode parecer aquele drama de classe média, e de fato é mas morar fora não me tira o direito de participar das lutas em que acredito para construir um país melhor. Minha casa sempre foi e vai ser o Brasil Trabalho no Brasil, pago meus impostos no Brasil. Pior seria se morasse fora e ficasse calada”, continua.
Em seguida, ela relembra um fato que aconteceu em 2015, quando foi acusada de racismo, após um shopping anunciar que as babás deveriam usar roupas brancas. Na ocasião, ela quis “militar”, mas acabou sendo “mal interpretada” pela maneira que tentou ir de encontro ao que a empresa disse.
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Na época, a loira publicou uma foto das babás negras que trabalhavam em sua casa e disse que elas não eram obrigadas a usar roupas brancas, sendo chamada de racista pela opinião pública. Sobre isso, Fernanda desabafa: “Ser chamada de racista talvez seja o pior xingamento que alguém pode receber”.
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“Esse episódio me doeu porque eu nunca me considerei racista. Quando postei a foto das gurias sem uniforme, pensei que estava combatendo a polêmica da obrigatoriedade de tal roupa branca, que tinha me deixado indignada. Só que me manifestei de forma ingênua”, disparou.
Segundo ela, a atitude foi tomada “sem perguntar para as pessoas que estavam naquela luta se a ação era coerente”. “O entendimento é um processo, né? Perguntei onde eu tinha errado e o erro estava em produzir esse tipo de imagem, comum na época da escravidão”, afirma.
“De lá pra cá, fiquei mais atenta e entendi que racismo é estrutural e que mesmo não concordando com ele, a gente acaba reproduzindo a opressão em pequenas, mas nocivas, atitudes”, revela. Segundo Fernanda, logo quando teve os dois filhos gêmeos, aos 30 anos, ela foi flagrada em uma situação polêmica.
As babás dos seus filhos vestiam roupas brancas e Fernanda revela: “Tiraram fotos minhas nas ruas com as crianças e a babá de branco, fotos que usam até hoje para tentar desqualificar meu discurso. Sofri e sofro, mas isso me fez aprender a enxergar essas estruturas. Toda aprendizagem é maravilhosa”, conta.
“Hoje sei que as roupas brancas em babás são um símbolo que diferencia casta, manifesta hierarquia e que isso incomoda porque remete à escravidão associada ao trabalho doméstico. Quando entendi isso, sugeri que as gurias usassem a roupa que quisesse, e foi nessa pegada que mais tarde fiz a foto ‘elogiando o grau das minas'”.