William Bonner ficou extremamente emocionado na edição do Jornal Nacional que noticiou a morte do fundador das Organizações Globo, Roberto Marinho
Poucas vezes o jornalista vai às lágrimas ao se comover e até se envolver com a história contada no noticiário. Geralmente esse tipo de profissional é preparado apenas para dar a notícia, por mais dura e triste que seja. Mas como somos todos seres humanos, algumas vezes esse controle foge do poder da gente. E foi justamente o que aconteceu com o apresentador da Globo, William Bonner no dia 7 de agosto de 2003.
O Fez História dessa semana relembra o dia que o apresentador do programa de maior audiência do Brasil, o Jornal Nacional, foi ás lagrimas e quase não conseguiu passar a notícia. Naquele 7 de agosto de 2003, William Bonner teve que dar uma das notícias mais difíceis de sua vida, a morte do fundador da Globo, o jornalista, Roberto Marinho.
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A edição histórica do Jornal Nacional, começou aquele dia com a seguinte manchete: “Sete de agosto de 2003. Sepultado, no Rio de Janeiro, o jornalista Roberto Marinho. O Jornal Nacional mostra como o Brasil se despediu do criador das Organizações Globo.” Nesse dia o programa foi apresentado por William Bonner e Renato Machado.
Fátima Bernardes teve um stress emocional que acabou acarretando sua voz, comprometendo sua participação na bancada do Jornal Nacional, a jornalista chegou a tomar uma injeção, mas os médicos recomendaram repouso e então ela ficou afastada da edição especial do programa sendo substituída por Renato Machado.
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O Jornal Nacional preparou uma edição especial praticamente dedicada à Roberto Marinho, William Bonner e Renato Machado contaram passagens importantes na vida do jornalista, como a fundação do jornal O Globo até a inauguração do antigo Projac, atual Estúdios Globo.
Por fim, William Bonner gravou um texto escrito pelos filhos de Roberto Marinho, as falas acompanhariam uma série de imagens. Por problemas técnicos o VT não foi ao ar e coube a Bonner ler a carta olhando diretamente para a câmera. Na penúltima frase, já com a voz embargada o editor-chefe do Jornal Nacional parou por alguns segundos, extremamente emocionado, avisou a produção, “eu vou concluir” e seguiu até o fim.
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“Quando chegou a hora, eu fui lendo, lendo, lendo, muito lento, porque sou chorão, eu sei, e me emociono com muita facilidade. Na gravação já havia interrompido a leitura diversas vezes, imagina ao vivo? Então, quando apareceu no teleprompter a última frase, pensei: ‘Consegui’, e no exato momento em que pensei isso, veio uma vontade incontrolável de chorar. Parei. Respirei, respirei e pensei: ‘Meu Deus, não posso passar por isso agora. Tenho que terminar a carta.’ Voltei a ler. De novo, travei. Pensei: ‘E agora?’ Estava um silêncio, e pensei no diretor de TV. Um diretor de TV nessa situação, o que ele faz? Ponha-se no lugar dele. Estava tudo parado, ele não sabia o que fazer, coitado. Foi quando disse em voz alta: ‘Eu vou concluir…’ Não estava dizendo isso para mim mesmo, como alguns poetas acharam que eu estava fazendo. Não. Também não disse para o público, ele não precisava saber disso. Eu disse ‘vou concluir’ para o diretor de TV, que devia estar desesperado! Nessa hora, ele deve ter dito: ‘Graças a Deus, conclua!’”, contou William Bonner no site Memória Globo.
Por fim o Jornal Nacional encerrou sem sua tradicional vinheta e com toda redação ocupada por funcionários em silêncio, ao fundo imagens de Roberto Marinho trabalhando em seu jornal.