A Globo, reconhecida pelo sua experiência em produção de novelas, já teve dor de cabeça a com tramas que foram rejeitadas pelo público e viraram um abacaxi na grade da emissora
A Globo é referência na produção de novelas. A emissora produz números invejáveis, quando comparada com outras emissoras internacionais, nos quesitos capítulos, horas de gravações e estrutura física para toda essa produção, além dos milhares profissionais competentes envolvidos entre equipe técnica, autores, diretores e atores. Mas as vezes, toda essa estrutura cai por terra, e as novelas não caem no gosto do público. O Fez História vai lembrar algumas novelas problemáticas da emissora dos Marinhos.
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Mais de 50 anos de experiência de produção de novelas, não impede a Globo de levar ao ar, histórias que não caem no gosto do público. E as vezes nem é a história a culpada do insucesso. Falta de química entre os protagonistas, épocas de copas do mundo e eleição e, claro, um produto diferente na concorrente.
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Como a Globo opera como uma indústria de telenovela, tudo é preparado para minimizar os erros e caso haja, a emissora atua rapidamente para contorna-los. Por exemplo entre 2002 e 2003, foi levada ao ar a novela Esperança. A novela foi praticamente uma encomenda da Itália depois que Terra Nostra fez um enorme sucesso por lá e aqui também.
Mas Esperança não teve o mesmo sucesso de Terra Nostra, pelo contrário, foi rejeitada pela principal audiência da TV, o horário das oito (hoje em dia, nove). Para começar, 2002 foi uma ano de Copa do Mundo, depois a novela perdeu um dos atores do elenco, Luís de Lima, que morreu no início das gravações e o público estranhou Ana Paula Arósio como vilã.
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Para piorar o autor ficou doente durante a novela e atrasou todo o cronograma de gravação. Os atores chegaram a gravar cenas que foram levadas ao ar poucas horas depois, deixando a Globo e toda a produção de cabelo em pé. Para contornar, a emissora dos Marinhos convocou Walcyr Carrasco que fez mudanças drásticas nos perfis de alguns personagens e conseguiu reverter o quadro desastroso. No entanto, Benedito Ruy Barbosa, autor da novela, não aprovou as mudanças e ficou bem bravo com Walcyr.
O horário das seis e das sete são usados pela Globo para experimentar algumas fórmulas e inovações. Em 2005, a emissora tentou experimentar uma trama passada no velho oeste, Bang Bang no horário das sete. Mas o público não gostou da história, dos nomes esquisitos dos personagens e também não aprovou Fernanda Lima como protagonista. Para piorar o quadro, na época a Record estreou a trama Prova de Amor, recheada de ex-globais e com uma história bem mais simpática e fácil de entender.
O autor Mario Prata também foi afastado por problemas de saúde e o autor escalado para substituir não conseguiu reverter a baixa audiência, pois considerava os personagens criados pelo seu colega muito chatos. Carlos Lombardi chegou a propor para a Globo causar um terremoto na trama, matar metade dos personagens e retomar vinte anos depois contando a história de seus descendentes. Mas a Globo não aprovou a ideia devido aos impactos de custos e escalação de um novo elenco às pressas. A solução foi diminuir os capítulos de 60 para 45 minutos. Fernanda Lima atuou apenas em mais uma novela e deixou de lado esse seu lado atriz.
NOVELA DA CHINA
Acostumado a tramas voltadas para o humor e no horário das sete, em 2008 Miguel Falabella teve a incumbência de escrever uma história para o horário das seis. Geralmente a Globo reserva o horário das seis para tramas de época ou com histórias rurais.
O público, mais tradicional, então rejeitou a trama que trazia facções chinesas, hackers e segredos guardados em pen-drive. Grazi Massafera que vinha de uma novela de época, Desejo Proibido, foi escalada para viver sua primeira protagonista, mas a personagem não emplacou.
Para dificultar ainda mais a situação, Fabio Assunção teve que se afastar da produção para se dedicar a tratamento contra as drogas. A trama não decolou e Falabella não foi escalado mais para o horário. A novela quase fez Grazi desistir da carreira de atriz.