No dia 25 de janeiro deste ano, o Charlie Brown Jr. fez uma apresentação especial para o aniversário de São Paulo, sob a liderança de Alexandre Abrão, filho do Chorão. O sucesso do show foi tão grande, que a banda decidiu agendar uma turnê nacional para homenagear o vocalista, que morreu de overdose em 2013.
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Serão 25 shows em 23 cidades brasileiras: o primeiro será em São Paulo, em 13 de julho no Espaço das Américas. No Rio de Janeiro serão duas apresentações: em 28 de setembro no palco Rock District do Rock in Rio, e no dia 27 de julho, no Engenhão.
As outras regiões pelas quais o Charlie Brown passará são: Santos (SP), Porto Alegre, Caxias do Sul (RS), São José dos Campos (SP), Ribeirão Preto (SP), Belém, Salvador, Vitória, Curitiba, Londrina (PR), Maringá (PR), Belo Horizonte, Juiz de Fora (MG), Brasília, Goiânia, Fortaleza, Governador Valadares (RJ), Cuiabá, Campo Grande, Florianópolis e São Luís.
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Cada dia de evento terá estande para grafite, apresentações de breakdance e mini ramp para skatistas, promovendo uma imersão cultural muito além de apenas um show.
A banda que vai tocar pelo Brasil será formada por Marcão Britto (guitarra da formação original), Heitor Gomes (baixo) e Pinguim Ruas (bateria). Cada um vez parte de diferentes momentos da história do CBJR.
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Releitura
Mais do que apenas um show, a turnê Tamo aí na atividade: Celebração a Charlie Brown Jr., que será um festival com conceitos que fizeram parte da construção da banda, como a cultura urbana com o skate e o breakdance, o esporte e a música — até por isso leva o nome do disco de 2004. Além disso, a turnê terá um lado social com um projeto para pessoas dependentes de substâncias químicas.
Para fazer a releitura da banda no show, Alexandre Abrão, Marcão Britto, Heitor Gomes e Pinguim Ruas subirão ao palco em uma apresentação interativa revisitando a discografia do grupo, passando por diferentes fases da banda, que se manteve ativa entre 1992 e 2013, quando lançou o último álbum, La família 013. Panda, vocalista do La Raza, vai acompanhar a turnê como mestre de cerimônias. “Estou muito feliz com a oportunidade de estar aqui com meus heróis”, revela.
“A gente faz um apanhado de todos os discos, de todas as histórias começando pelo Transpiração contínua prolongada (1997), pegando um pouco da história de cada disco e transmitindo essa energia das músicas. Cantamos as faixas de extrema importância, porque se fôssemos fazer todas as músicas que foram para rádio, hits e singles, seriam de três a quatro horas de show”, explica Gomes.
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Sucesso atemporal
Apesar de ter tido o auge no fim dos anos 1990 e início dos 2000, a banda Charlie Brown Jr. consegue se fazer forte e presente até os dias de hoje. Para Marcão Britto, guitarrista do grupo, isso tem muito a ver com a mensagem das músicas. “Foi construído de verdade e a verdade é muito poderosa. O Chorão era um cara que passou, como muitos brasileiros, por experiências de vida difíceis. Acho que (o sucesso) é o casamento perfeito da energia, da vibe, com a letra. Isso ficou marcado. Tem mensagens políticas e sociais que, infelizmente, ainda são atuais. É uma banda que falava de tudo, de relacionamentos, da sociedade, da política, em um leque vasto de sonoridade do reggae, do hip-hop, do punk rock”, analisa.
“O legal do Charlie Brown Jr. é justamente ser completamente atemporal. Você ouve algo que é da década de 1990 e consegue inserir na sua vida. Com essa nova turnê daremos um gás a isso”, completa Alexandre Abrão sobre o fato de a banda se mostrar contemporânea apesar das composições serem de 20 anos atrás.
Essa atemporalidade pode ser confirmada também com o lançamento do EP Zóio de lula, também na última terça-feira. Iniciativa da gravadora Universal Music, o material traz a versão original gravada pela banda em 1999 no disco Preço curto… Prazo longo e uma nova, com vocais de Marcelo D2, Maneva, Nação Zumbi e Hungria Hip Hop e citação de Hoje eu procuro a minha paz, com produção de Marcelo Lobato, tecladista da banda O Rappa.
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“Eu acho que o Charlie Brown Jr. sempre foi uma questão de atitude. As letras são verdadeiras e acho que isso causa uma identidade com o público”, afirma Tales Mello de Polli, vocalista do Maneva. “Aceitamos na hora, pelo Charlie Brown Jr. e pelo Chorão, que fez parte da nossa história. Acho que foi uma mistura de sentimentos, até por causa do time que estava participando. A gente do Maneva, pelo menos, sempre cantou Charlie Brown Jr. no início da nossa carreira. Então, fazer parte desse projeto foi bem natural”, completa.