Fim de produção e fechamento de lojas: O adeus de montadora amada pelo Brasil após 1 século

Montadora de carros, amada pela maioria dos brasileiros, acabou se despedindo após 1 século de existência e razões que levaram a mesma a tomar a decisão chocaram o país

No dia 11 de janeiro do ano de 2022, milhares de consumidores brasileiros bem como o nosso mercado automobilístico se depararam com a notícia amarga de que uma gigantesca montadora, após 1 século fazendo história em nosso país, teria a sua produção encerrada por aqui.

Estamos falando da gigantesca Ford, cuja qual optou por sua saída em meio a uma série de consequências geradas pelas crises que devastavam o setor na época. Apesar dessa decisão ter caído como uma verdadeira bomba, havia uma lista gigantesca de razões por trás desse adeus.

Uma dessas razões, que aliás foi a que mais impactou, foram as dificuldades causadas pelas intensas burocracias somadas a uma crise que atingia não apenas ela, como outras montadoras na época. Isso sem falar nas desventuras ocorridas durante a busca incansável pela lucratividade no Brasil.

Ou seja, como em uma matemática bem exata, a opção mais viável (naquele momento) foi de fato deixar o formato de produtor e focar apenas como uma exportadora para o Brasil. Em meio a essa sinuca de bico, ela conseguiu focar no público Classe A, trazendo apenas carros de maior valor agregado.

Um combo esmagador …

Segundo o Portal Uol Carros, outro fator que contribuiu bastante para o desfecho, além da alta carga tributária do país, foram os custos esmagadores de logística.

Situação essa que fortaleceu a ideia de que o caminho mais seguro para a Ford seria produzir em outros países, como a China, que é uma grande potência comercial da atualidade. Inclusive, vale dizer que é por meio do país asiático que a Ford consegue trazer o SUV Territory.

Embora a montadora não ter enviado essa informação à imprensa, na época, a Anfavea (Associação das Montadoras Instaladas no Brasil) afirmou que a mesma foi dada no momento do encerramento da produção local.

Outro fator que potencializou a situação foi o câmbio desfavorável, visto que os insumos estratégicos comprados em território nacional, como o aço, são cotados em dólar aqui.

Isso sem falar nos percentuais extremamente elevados de componentes importados em automóveis produzidos localmente, em torno de 40%, aumentando o custo de produção e reduzindo o lucro de acordo com a flutuação da moeda norte-americana.

Vale destacar que essa situação não apenas massacrava a Ford, como o mercado como um todo. Só para ter uma breve noção, até meados de março de 2023, o setor ainda enfrentava um pouco de tudo para driblar algumas crises que massacravam com força o mercado automobilístico*

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Outras gigantes do setor automotivo ainda buscavam o progresso por meio de fusões, como é o caso de FCA e PSA, que se uniram para fundar a Stellantis. No caso da Ford, como não conseguiram uma parceria, lidavam com a falta de alternativas e ainda tentava sobreviver sozinha ao “naufrágio”.

Sendo assim, tiveram que cortar na “própria carne” e promover o fechamento das fábricas, não somente no Brasil, como até em seu país de origem, os Estados Unidos.

Essa busca pela sobrevivência também incluiu o fim da oferta de carros de passeio nos EUA, com exceção do Mustang.

Rota recalculada com sucesso …

Com o anuncio do fechamento das suas fábricas no Brasil, a Ford enfatizou que seus futuros veículos iriam focar em conectividade e e eletrificação, um caminho inevitável para todas as grandes montadoras na atualidade.

O que também seria mais um empecilho pra época, uma vez que focar em uma produção nacional de automóveis com maior conteúdo tecnológico também seria inviável já que era algo excessivamente custoso.

Em uma nota divulgada, ainda em janeiro de 2021, a montadora fez questão de frisar que passariam a oferecer produtos com “maior valor agregado”, em detrimento dos compactos que vinha produzindo aqui.

Outro fator determinante foram as consequências catastróficas causadas pela pandemia da Covid-19, cuja qual afetou toda a economia mundial.

Vale destacar que apesar da despedida em produção, todos os carros continuam passando pela aprovação do time brasileiro de engenharia para regionalização. Um exemplo disso é a Ford Transit, lançada no ano de 2021, após a saída da montadora no país.

Inclusive, um dos carros mais amados da Ford do momento é o Novo Ford Territory 2024. Ele chegou oficialmente no mercado nacional no dia 28 de setembro de 2023, com o valor a partir de R$219.390*

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Últimas novidades

A última novidade da Ford em 2024, conforme exposto pelo portal Exame, foi o lançamento que rolou em território brasileiro de um ícone da montadora, o clássico Mustang.

Ele que agora assume a identidade de Mustang Mach-e, é o primeiro carro 100% elétrico da Ford no país.

Para celebrar os 60 anos da existência do mesmo, que como mencionamos é um dos maiores ícones da indústria automotiva mundial, a Ford preparou uma série de ações para marcar o momento histórico.

Uma delas foi a doação de um Mustang GT Performance personalizado por Alan Mosca para ser leiloado por uma ONG e o lançamento de um álbum de figurinhas que conta a história do muscle car. Essa celebração coincidiu com o lançamento do Mustang GT Performance de sétima geração no Brasil.

Segundo a própria ford foram 150 unidades disponíveis do modelo para venda se esgotaram em apenas uma hora.

A marca realizou no dia 13 de abril de 2024, um grande encontro no Autódromo de Interlagos com proprietários do Mustang, que prometeu ser o maior desfile do modelo já feito no Brasil.

Fora isso, de acordo com a WM1, outra novidade confirmada neste mês de julho de 2024, foi a chegada da remodelação da Ford F-150, prevista para os próximos meses.

E a “cereja do bolo” foi justamente uma volta rápida com o Ford Bronco – não o Sport, vendido no Brasil, mas com o original, que está em sua 7º geração.

Qual empresa tomou o lugar da Ford no Brasil?

Como muitos já sabem, a empresa que substituiu a Ford no país foi a chinesa BYD, que de acordo com o portal Quatro Rodas, após uma longa espera, adquiriu finalmente a antiga fábrica da antiga Ford em Camaçari, na Bahia.

O fato foi oficializado no dia 09 de outubro de 2023.

Inclusive, a cerimônia de oficialização do acordo entre a chinesa e o governo baiano ocorreu  na própria fábrica e contou com a presença do:

• Vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB);
• Governador Jerônimo Rodrigues (PT);
• CEO global da marca, Wang Chuanfu;
• CEO da BYD Américas, Stella Li;
• Atual presidente da empresa no Brasil, Tyler Li.

Para o vice-presidente Geraldo Alckmin, o momento marcou a reindustrialização do país:

“Essa é a neoindustrialização que o presidente Lula lançou, baseada na inovação e na sustentabilidade. A BYD, que é líder mundial de elétricos no mundo, vai trazer para cá um dos principais centros de pesquisa, desenvolvimento e inovação” – Disse ele na ocasião