Foco Máximo Analisa – Por Arthur Vivaqua

 

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O Tudo é Possível possui duração longa:

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São 4 horas, ou 240 minutos, a serem preenchidos com Conteúdo de qualidade.

Tarefa inegavelmente árdua e que pode esconder tropeços no meio do caminho, sendo a perda da Identidade o principal deles.

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Para a fidelização da Audiência, é fundamental que o telespectador consiga definir um Programa com uma “palavra-chave”

Veja, por exemplo, estas associações quase automáticas:

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Domingão do Faustão -> Dança dos Famosos

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O Melhor do Brasil -> Vai dar Namoro

Programa do Gugu -> Sonhar Mais um Sonho

Caldeirão do Huck -> Lata Velha

Percebe?

Todo Programa necessita de um carro-chefe: Um Quadro e/ou linha editorial que torne-se sinônimo da Atração.

TEP, infelizmente, parece não ter ainda conseguido isso.

Logo de início, o Programa se dedica ao Humor.

Tudo é Partoba, Maratona do Humor e as diversas Missões possuem a tarefa de divertir.

O problema, porém, é que os quadros convivem, mas não co-existem.

Ou seja, possuem o mesmo foco, mas roteiros adversos. 

O Tudo é Partoba aposta no “Humor de Internet”, aquele que ri de si mesmo, com vozes e bordões engraçados.

Já a Maratona do Humor possui o formato Stand-up, onde o cotidiano é a maior piada.

Por fim, as Missões protagonizadas pelo elenco do Programa apostam no Humor tradicional, mesclando situações engraçadas e moças bonitas.

São filosofias completamente distintas que geram risadas completamente diferentes.

Quem ri com o Tudo é Partoba não ri com a Maratona do Humor.

Quem ri com o Stand-up, não ri com as Missões.

E assim sucessivamente…

Em meio a tudo isso, há o Raio-X da Moda, quadro apresentado pelo competente Gustavo Sarti.

Mas como migrar do Humor para os Desfiles?

Há ainda o Estilos, inegavelmente o melhor Quadro das tardes de domingo na TV.

Trata-se, porém, de um concurso de música clássica (!).

Ora, quem admira o Estilos não tem nada a ver com o Raio-X da Moda.

Como Marco Camargo e Márcio Manguaça (ambos muito bons no que fazem) podem co-existir na mesma Atração?

São antônimos, daí a falta de Identidade.

Em meio a tudo isso, Ana Hickmann, compreensivelmente, se perde.

Suas qualidades são abduzidas por um Programa extremamente difícil de ser conduzido.

Afinal, quantos conseguiriam ir do Humor ao Drama numa mesma Atração?

Ana se desdobra para se adequar ao Programa quando, na verdade, deveria ser o contrário.

O Tudo é Possível mistura formatos que, como a água e o óleo, não se diluem. E, consequentemente, se fragmenta quando deveria se unir, como um quebra-cabeças que se recusa a ser encaixado.

Com tantos abismos, o Tudo é Possível se torna refém do controle remoto.

A passagem do Quadro A para o Quadro B gera uma fuga de Público.

E este, se encontrar algo interessante na concorrência, acaba ficando por lá.

Tudo é Possível mas nem tudo é Viável.

Ajustes são necessários.

Pelo bem da Apresentadora, do Programa e, principalmente, do Telespectador.

Mesclar temas sempre foi uma boa ideia.

Uma coisa, no entanto, é preparar uma salada de frutas.

Outra, bem diferente, é misturar Coca-Cola com iogurte…

 

 

***

Quis acrescentar os *** para acrescentar uma declaração final:

Acredito no talento de Ana Hickmann.

Não faço coro aos que a criticam ou rotulam.

Ela, como qualquer outro animador, precisa de um Programa que gire ao seu redor, que explore seus pontos fortes e esconda os fracos.

Atualmente, o Tudo é Possível tenta abraçar o mundo e é questionado.

Quando, porém, encontrar seu público-alvo, ele é que será abraçado…

 

Twitter: @ArthurVivaqua

E-Mail: arthurvivaqua@yahoo.com.br

 

 

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