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Gustavo Reiz
30 anos de idade.
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17 anos de carreira.
Autor de 4 livros.
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Colaborador de 2 Novelas.
E Autor de Sansão e Dalila, uma das maiores Produções da Historia da Record.
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Gustavo será o braço direito de Marcílio Moraes em Fora de Controle.
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Em entrevista à Foco Máximo, Gustavo fez um balanço de sua carreira.
E, principalmente, decidiu te ajudar a iniciar a sua.
Prepare-se.
Para conselhos, dicas e compartilhamentos de um jovem autor que há anos convive com o sucesso.
Com vocês,
Gustavo Reiz:
Foco Máximo Antes de Sansão e Dalila, você colaborou em Os Ricos Também Choram, do SBT. Apesar do baixo Ibope, a Trama teve o texto elogiado. Como foi esta experiência?
Gustavo Reiz A experiência no SBT foi ótima, um período de muito aprendizado. Primeiro porque eu tinha 22 anos e fui convidado pelo autor que eu mais estudava, o Doc Comparato. Fui colaborador dele por um ano e depois passei a trabalhar com o Marcos Lazarini, autor da Novela e um profissional extremamente talentoso e generoso. Foi uma escola, um trabalho que me dá muito orgulho.
FM Como surgiu a oportunidade de assinar Sansão e Dalila? Como a Record conheceu seu trabalho?
GR Entrei na Record em 2007, convidado pela autora Ana Maria Moretzsohn, de quem sempre fui fã e que se tornou minha grande professora e amiga. Colaborei com ela em Luz do Sol e em outras sinopses que não foram produzidas. Após a saída da Ana, trabalhei em alguns projetos internos e também apresentei uma sinopse. Não sou de ficar acomodado, acho que o escritor precisa sempre produzir. Enquanto novos projetos não surgiam, publiquei meus livros, escrevi roteiros de cinema, e, no final de 2009, fui convidado para escrever a minha primeira Minissérie como autor titular. Fiquei muito honrado em ter meu trabalho reconhecido e aceitei, sabendo que seria um grande desafio.
FM Quanto tempo se passou entre a concepção da ideia e a realização do roteiro de Sansão e Dalila?
GR Aproximadamente um ano. Foi um período de trabalho intenso, com muita pesquisa e troca de ideias com os diretores. A Minissérie estreou em janeiro de 2011.
FM Quais foram os “laboratórios” necessários para a composição de Sansão e Dalila?
GR Pesquisei por aproximadamente dois meses, antes de escrever a sinopse e, posteriormente, durante o desenvolvimento dos capítulos. Pesquisei não apenas em Bíblias de diversas correntes e traduções, mas também em livros e trabalhos de História. A preocupação em não frustrar o telespectador e não escrever algo anacrônico (algo em desacordo com os padrões da época) foi constante durante o trabalho.
FM Aos que sonham em um dia escrever profissionalmente para a TV, que conselhos você daria?
GR Estudar, ler muito e assistir tudo: novelas, bons seriados, bons filmes… Também é interessante ler roteiros, capítulos de novela, conhecer as técnicas. E, claro, fazer com que suas histórias cheguem ao público, independente das emissoras. A Internet é um canal incrível para isso. Se um vídeo engraçado vira hit, quem sabe uma boa história não pode virar? Também considero o respeito ao Público e aos colegas de trabalho requisitos obrigatórios para um bom profissional.
FM O Mercado de TV é aberto a oferecer novas oportunidades? Como, por exemplo, um amador pode ter seu trabalho avaliado pela Record?
GR Sem dúvida, o Mercado está mais aberto do que era antes. Existem mais opções de trabalho para todos os profissionais de TV, isso é uma realidade. A cota de conteúdo nacional nas TVs fechadas também promete fomentar bastante as nossas produções. Não sei informar como os trabalhos podem ser avaliados pela Record.
FM E quanto ao Mercado Editorial? Qual é o caminho a se traçar para ter um livro avaliado por uma Editora?
GR Isso depende bastante da Editora. Algumas tem programas próprios para receber originais e geralmente disponibilizam essas informações nos sites. Outras são mais fechadas, trabalham de forma diferente. Mas acho que o escritor tem que persistir, correr atrás dessas informações, fazer de tudo para mostrar seu trabalho e usar o bom senso: é preciso analisar o perfil da Editora para ver se o seu livro tem a ver com as publicações dela.
Na prática, é necessário: registrar o texto na Biblioteca Nacional antes de mostrar a alguém e, o principal: ser o seu maior crítico. Não dá para apresentar um texto com ortografia incorreta, sem a formatação adequada, sem pé nem cabeça… Cuide bem de seu texto para que outros façam o mesmo!
FM Há alguma “fórmula” para se tornar um bom escritor?
GR Não acredito muito em fórmulas. Cada autor tem sua forma de trabalho, suas manias, suas preferências… O importante é encontrar (ou ao menos buscar) essa identidade. Ler bastante é fundamental. Não acreditar apenas no dom também é uma boa dica. Acredite mais no trabalho, no esforço, na persistência…
FM Escrever deve ser encarado como uma Arte ou um Trabalho?
GR Arte, sempre. Mas que dá um trabalho… Disciplina é fundamental.
FM Você já é um escritor reconhecido pelo público adolescente, com livros de grande vendagem. Eles são seu alvo predileto?
GR Sempre gostei de escrever para adolescentes. Na realidade, eu ainda era adolescente quando comecei: tinha 12 anos quando minha primeira peça foi encenada e 13 quando escrevi meu primeiro livro, o Bate Coração. Depois vieram: Confidências, confusões e… garotas!, Sonhos de umas férias de verão, Confidências, confusões e… mais garotas!, todos publicados pela editora Rocco. É um universo tão rico em possibilidades que me divirto muito escrevendo. Os leitores também são incríveis: entram em contato, opinam sobre a história, querem saber de próximas publicações e se envolvem de uma forma muito prazerosa.
Também visito muitas feiras literárias e escolas que adotam meus livros, procuro estar em contato com os leitores (criei a série Confidências e confusões de um escritor com esse propósito). Eu me identifico com eles. Enquanto eles também se identificarem comigo, estaremos juntos.
FM Na Era da Internet ainda existe espaço para os livros? Somos a Geração que menos lê. Você teme a extinção da Literatura como a conhecemos hoje?
GR Na minha opinião, a geração da Internet é a que mais lê. Os jovens leem o tempo todo, em todos os lugares, por diferentes mídias. E leitura também é hábito. Acredito numa transformação da literatura, na extinção nunca.
FM Existem técnicas de elaboração de roteiros que você pode compartilhar?
GR Existem técnicas, algumas até instintivas, que podem se tornar métodos de trabalho. Mas seria difícil enumerar por aqui… Posso indicar dois livros obrigatórios, na minha opinião, para quem pretende desenvolver roteiros: A Jornada do escritor do Vogler e o Manual do Roteiro do Doc Comparato.
FM O que é mais difícil: Escrever para a TV, Teatro ou produzir livros?
GR Escrever por obrigação, sobre algo que não tenha a ver com você – seja para TV, teatro ou livro. Felizmente, ainda não tive esta experiência, mas deve ser extremamente difícil.
FM Você tem apenas 30 anos e já realizou grandes projetos em diversas áreas da Criação. Se sente realizado por já ter chegado longe ainda jovem?
GR Me sinto realizado a cada projeto que me envolvo, mesmo aqueles que, por algum motivo, não saíram do papel. Sou orgulhoso de cada um deles e isso é muito gratificante. Mas a estrada é longa… Assim espero! Ou melhor: trabalho e trabalharei para que seja.
FM Quais são seus próximos projetos na Record?
GR O próximo que irá ao ar é o Fora de Controle, um seriado de 4 capítulos, em que colaborei com o Marcílio Moraes. Foi um trabalho muito especial e que está extremamente caprichado. Ao contrário do que alguns dizem, não escreverei a próxima Novela da Record.
FM Deixe uma mensagem para nossos leitores que sonham em um dia se tornarem seus colegas de trabalho.
GR Agradeço a vocês e a todos que sempre me escrevem, que se interessam pelos meus projetos e historias. É muito especial contar com a atenção e o carinho de leitores, telespectadores, amigos. Aos que sonham em escrever: comecem a colocar o sonho em prática! Estudem, produzam, tirem suas histórias da gaveta. E sejam muito bem-vindos!
Que Deus abençoe sua vida e prospere sua carreira, Gustavo!
Twitter: @ArthurVivaqua
E-Mail: arthurvivaqua@yahoo.com.br