Foco na TV | As novelas estrangeiras seriam uma boa opção para as tardes da Record?

Cena da novela angolana “Windeck”. (Foto: Divulgação)

Em virtude dos baixos índices de audiência e fracasso comercial, a Record decretou o fim do “Programa da Tarde”, comandado por Britto Junior e Ticiane Pinheiro. A atração deve permanecer no ar pelo menos até o dia 10 de julho, quando começam os jogos Pan-Americanos.

Aparentemente, a Record ainda não bateu o martelo e decidiu o que deve ser exibido na faixa do programa (das 14h40 às 17h). Porém, já há algum tempo, alguns rumores apontam que a emissora deve lançar uma nova faixa de novelas, com reprises de seus folhetins. Agora, séries americanas também são especuladas para o horário.

A concorrência do SBT, com novelas, a maioria mexicanas e algumas mega-reprisadas, é um dos principais causadores da baixa audiência do programa vespertino da Record.

“Mil e Uma Noites”

Estão em alta

Não há dúvidas de que as novelas estrangeiras estão em alta no Brasil. No próprio SBT, as mexicanas fecham frequentemente na vice-liderança, e atualmente, méritos maiores para “A Usurpadora”, trama de 1998, reprisada pela quinta vez, que ainda consegue registrar bons índices e chega a derrotar o “Cidade Alerta”, uma das maiores audiências da Record. Na Band, o folhetim turco “Mil e Uma Noite” já é considerado um sucesso. Em pouco tempo, a trama já consegue figurar entre as maiores audiências da emissora, e sendo exibida em um dos horários mais disputados na TV aberta. O êxito da novela já fez a Band adquirir novos folhetins turcos para exibir futuramente.

É evidente que para a Record, as reprises de suas novelas seria a opção mais fácil, por praticamente não haver custos para a emissora. Mas ficam as perguntas: pode ser a opção mais fácil, mas é realmente a melhor? Alguma reprise terá poder suficiente para derrotar o SBT e fechar frequentemente na vice-liderança?

Uma trama estrangeira daria mais “movimentação” à Record, mas com certeza causaria um impacto maior para o canal, e certamente iria atrair mais atenção do público. Claro que entra a questão burocrática de parcerias e compra de diretos de exibição, mas existe um bom leque de opções.

“Zorro, a Espada e a Rosa”

Para quem não se lembra, a Record já chegou a exibir novelas estrangeiras tempos atrás, entre elas a venezuelana “Joana, a Virgem” (2002) e a colombiana “Zorro, a Espada e a Rosa” (2007). A maioria dos folhetins deste gênero exibidos pela emissora não alcançaram grande êxito nas épocas, mas convenhamos que a maioria foi escolhida de maneira equivocada e não possuía grande potencial.

Boas opções!

Quem acompanha a coluna, sabe que em algumas oportunidades, foi exaltada aqui, a novela angolana “Windeck”, exibida recentemente pela TV Brasil. O folhetim volta a ser citado aqui, para ressaltar uma boa opção de trama estrangeira que pode ser exibida pela Record nesta oportunidade.

“Windeck”

A trama foi produzida a partir de uma ideia do autor Rui Vilhena (‘Boogie Oogie’) e exibida originalmente em 2012, chegando a ser indicada ao Emmy de melhor telenovela do mundo, ao lado de “Avenida Brasil”. Apesar de ter sido produzida em um país pobre, o folhetim surpreende, tanto pela qualidade da produção quanto pela trama em si. Mesmo tendo ido ao ar na TV Brasil, uma emissora de baixa visibilidade nacional e que não tem tradição em exibição de novelas, “Windeck” registrou ótimos índices de audiência. Em dois meses de exibição, já tinha alcançado 2,7 milhões de lares no país, números surpreendentes para a emissora. O fato de poder exibir a trama sem dublagem, em português, assim como foi ao ar na TV Brasil, é mais um ponto positivo, já que a torna mais original.

Atores de “Escrava Mãe”

Up para “Escrava Mãe”

De alguma maneira, “Windeck” também poderia impulsionar “Escrava Mãe” – próxima novela da Record – já que ambos os folhetins são compostos por uma maioria quase absoluta de afrodescendentes no elenco. O momento para exibi-la seria bastante oportuno.

Claro que esta é apenas uma opção das várias tramas de sucesso que existem por aí e que podem ser adquiridas pela emissora da Barra Funda. Mas é evidente que a novela angolana seria a mais adequada – pelo menos para o momento – justamente por poder impulsionar a próxima trama produzida pelo canal.

No geral, se levar em consideração todos os gêneros de atrações, as novelas estrangeiras podem não ser a melhor opção para o horário, mas se houver comparações entre uma trama estrangeira que fez sucesso lá fora, com as reprises de novelas que a Record cogita exibir, há de haver um consenso que os folhetins estrangeiros teriam mais vantagens nesta situação.

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