O apresentador Galvão Bueno concedeu uma entrevista reveladora ao programa O Grande Círculo, exibido na madrugada deste sábado (27) para o domingo (28) no SporTV. O maior narrador do Brasil foi convocado a falar sobre tudo: desde sua rivalidade com o saudoso Luciano do Valle até sua quase saída da Globo, que foi planejada por ele mesmo.
“Luciano do Valle foi um dos grandes gênios da comunicação. Nós fomos aqueles rivais que um puxa o outros. Nós competíamos na audiência, mas sempre fomos amigos. Quando eu vim, ele ficou com a Seleção Brasileira e eu com a Fórmula-1. Os outros jogos, nós dividíamos. Foi uma honra para mim ter dividido com o Luciano“, disse Galvão sobre o narrador da Band.
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Ele contou que pediu para deixar a Globo após não ser escalado para cobrir nenhum jogo da Seleção Brasileira. “Foi uma opção do Boni. Ele foi influenciado pela importância de São Paulo e Osmar Santos era um gênio. Houve uma decisão do Boni. Acho que fiz uma bela Copa do Mundo e narrei um jogo do Brasil, que foi contra a Argélia. O Osmar teve um probleminha. Só que eu avisei para eles que, depois da Copa, iria embora. Negociei sério para sair, mas o bom senso acabou prevalecendo e eu acabei permanecendo. Não tenho do que reclamar. De 90 para cá, fiz todos os jogos do Brasil”, disse.
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Galvão também lembrou sua frase mais famosa, oriunda da comemoração do tetra da Seleção Brasileira. “Isso apareceu para o mundo inteiro por causa do Pelé. Estávamos enlouquecidos mesmo. Virou um grito de comemoração. Eu ando na rua e os caras gritam ‘É tetra’. O penta não pegou tanto. Vamos falar a verdade? Nós estávamos na carona do Pelé”, brincou o famoso.
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Assim como o jornalismo, as transmissões esportivas da Globo eram bastante “fechadas”, o que mudou com o tempo. “Quando eu cheguei, tinha uma catilhazinha. Eu acho que ajudei muito para mudar isso. Se um cara dissesse na transmissão ‘Joga a luva, goleirão!’, imagina o que poderia acontecer. A conversa direta do narrador com o jornalista não podia existir. Com calma, eu fui colocando isso e aquilo”, revelou Galvão.
O narrador falou sobre os haters, que insistem em criticá-lo. “A pessoa ter a sua opinião, não gostar de mim, é o direito de todo mundo. Agora, eu também aprendi que o seu direito termina quando começa o do outro. Isso continua. Acho até que melhorou. Eu tomei tanta porrada que agora estou até estranhando”, brincou.
Sobre algo que faltou em sua trajetória, o homem que transformou Ayrton Senna em ídolo foi curto e grosso. “Me faltou Guga. Eu fiz uma transmissão do Guga numa Olimpíada. Ganhou. Mas me faltou fazer a saga do Guga. Não é esse ou aquele jogo”, declarou.