Ação comum na maioria das estações de Metrô e CPTM estão afetando todo sistema de bilhetagem e até mesmo ocasionando o cancelamento do Bilhete Único
Quem mora em São Paulo sabe o quanto o Bilhete Único é essencial na mobilidade urbana, uma vez que permite a integração entre ônibus, trens e metrôs e facilitando o deslocamento de milhões de paulistanos.
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Porém, um esquema denunciado pela Globo, através do SP2 e do portal G1, escancarou um esquema de fraude massiva, cujo qual vêm sendo investigado desde o ano de 2019.
Além das mesmas, lesarem as finanças públicas e desafiarem as autoridades, elas causam o bloqueio do recurso de milhares de usuários, que fatalmente acabam caindo no “golpe”, atraídos pela oportunidade de pagar valores mais em conta.
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Entretanto, o mais alarmante é que os bloqueios mediante fraude são feitos com todo o saldo contido no cartão. Ou seja, o barato sai caro.
Sendo assim, a partir de informações divulgadas na própria reportagem da Globo, que foi ao ar na última segunda-feira (10), a equipe especializada em transportes públicos do TV Foco, traz mais detalhes abaixo do ocorrido além das devidas manifestações.
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Pegos no pulo
As equipes de filmagem do programa jornalístico flagraram estelionatários vendendo créditos fraudulentos do Bilhete Único em diversas estações da CPTM, Metrô e Via Mobilidade, isso sem nenhum tipo de constrangimento e até mesmo na frente das autoridades das estações.
Os fraudadores oferecem descontos que chegam a quatro vezes o valor normal do passe.
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Tal prática tem causado prejuízos de R$ 360 milhões, segundo estimativas do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
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Apenas para nível de conhecimento, conforme o G1, a Justiça já estava investigando o caso desde 2019, a pedido da própria CPTM e do Metrô, que suspeitaram de falhas no sistema de bilhetagem da SP Trans, responsável pela gestão do Bilhete Único.
Esquema
Conforme dito acima, tal fraude opera abertamente, com criminosos oferecendo recargas irregulares nas plataformas em plena luz do dia, e as promessas de descontos são propagadas sem receio de fiscalização.
Em um dos flagrantes, um estelionatário anunciava: “É 400 por 100. A gente cobra R$ 100 e carrega R$ 400 no seu bilhete.”
Outro esquema oferecia valores distintos: “Paga R$ 150, a gente coloca R$ 400”.
Para piorar, as filmagens do SP2 mostraram que funcionários de bilheterias confirmavam que a passagem em créditos falsos funcionavam na catraca.
Ameaças
Além disso, de acordo com o chefe de segurança da Via Mobilidade, os agentes são frequentemente ameaçados por criminosos que se dizem ligados a facções.
Conversas telefônicas gravadas revelaram ameaças diretas aos funcionários, prometendo retaliações caso os “bilhetes” fossem confiscados.
Parte dos flagrantes do SP2 foram gravados nos últimos 2 meses, nas estações Domingos de Moraes, Carapicuíba e Lapa — todas da Linha 8-Diamante, da Via Mobilidade.
Em agosto deste ano, o Ministério Público ouviu o líder da segurança de uma das estações da Linha 8.
Ele contou no depoimento que “sabe que é venda de bilhete falso, mas que ele e outros seguranças já sofreram ameaças desse pessoal”.
Disse também que: “não possui agentes suficientes para lidar com a situação”- e que- “para manter a integridade física deles, não fazem nada” – já que os suspeitos- “alegam ser do PCC e que querem ver quem vai tirar eles de lá”.
Tudo registrado:
A Central de Atendimento da Via Mobilidade também recebeu, ainda neste ano, uma ligação de um homem que se identificou como da “turma das passagens”, conforme mostra o diálogo abaixo:
“Via Mobilidade, boa tarde”.
“A gente só tá dando um salve. Se a Estação Presidente Altino colocar a mão nos nossos bilhetes, papo reto, vários seguranças de vocês “vai” deitar, entendeu?”
“Como, senhor?” — Questiona a Via
“Se os nossos meninos não podem trabalhar, tudo bem. É só dar um salve para os nossos meninos, os nossos meninos vão se retirar das estações. Mas não tente colocar a mão nos nossos bilhetes. Se colocar a mão nos nossos bilhetes, todos que tiverem naquele plantão vão pagar, entendeu? A gente não está prejudicando ninguém, a gente está fortalecendo a população e é assim que nós ‘vai’ seguir. Então é isso.”
“Tenha uma ótima tarde, uma ótima semana também”. — Finaliza o fraudador
Histórico da fraude e auditorias
As investigações começaram quando o Metrô e a CPTM perceberam redução de receita mesmo com aumento no número de passageiros.
Uma auditoria da Ernst & Young, contratada em 2019, detectou uma perda de R$ 160 milhões, e desde então, o MP-SP tem buscado entender a origem do problema.
Em 2023, o promotor José Carlos Blat reiterou a necessidade de resposta da SP Trans, cobrando medidas mais eficazes.
Manifestação do prefeito:
Diante dos fatos, o prefeito recém reeleito Ricardo Nunes deixou claro a sua posição a respeito do que vem ocorrendo e estuda o que pode ser feito:
“Qual é a nossa ação? Levar isso para a delegacia de crimes cibernéticos. Existe um inquérito instaurado para pegar esses criminosos. Estamos falando de crime, de pessoas que estão prejudicando o Metrô, CPTM e o transporte coletivo da cidade de SP” — Iniciou ele que continuou:
“ A ideia que está sendo analisada, é de fazer a extinção e levar esse serviço ao SP Regula, em um processo mais enxuto, maior controle de fiscalização, adotando um novo critério. Aproveitando assim os funcionários da SP Trans que são essenciais e os que de fato mostram não ter mais necessidade, não tem porque a gente manter” — Finalizou Ricardo.
O que diz a SP Trans e Via Mobilidade diante das fraudes do Bilhete Único?
- SP Trans: A SP Trans informou que cancelou 375 mil cartões suspeitos de fraude neste ano e reforçou sua cooperação com o Ministério Público. A companhia declarou que, para preservar a segurança dos sistemas, detalhes específicos das medidas antifraudes não podem ser divulgados.
De acordo com a empresa, as autoridades estão adotando ações de inteligência e promovendo campanhas educativas para conscientizar os usuários.
Veja na íntegra abaixo:
“A SP Trans tem como política permanente o combate à fraude no Bilhete Único e a modernização dos sistemas e ferramentas de segurança na bilhetagem. A empresa realiza campanhas para orientação dos passageiros, que devem comprar créditos apenas nos meios oficiais de venda, disponíveis em https://www.sptrans.com.br/compra-de-creditos-e-servicos/. Inclusive, a edição atual do Jornal do Ônibus traz campanha sobre a compra segura de créditos, como mostra a imagem.
- Via Mobilidade e SSP: A Via Mobilidade também alegou que realiza campanhas e mantém agentes de segurança para coibir as fraudes.
- Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP): Já a Secretaria de Segurança Pública afirmou que monitora as atividades ilícitas nas estações e já prendeu 16 pessoas envolvidas no esquema somente neste ano.
Como que os usuários do Bilhete Único podem carregar o cartão com mais segurança?
Os créditos oficiais do Bilhete Único estão disponíveis em aplicativos e sites oficiais, para saber mais aonde recarregar, clique aqui para saber quais são eles.
Ao mesmo tempo, a SPTrans recomenda que, depois da recarga, o usuário “solicite o recibo da compra.
Esse documento possui instrumentos de validação e os dados necessários para a consulta de autenticidade.
Por fim, o recibo também é uma forma de se proteger caso o usuário sofra um golpe e faça uma recarga ilegal.
Afinal de contas, por meio dele consta o nome da empresa responsável pelo ponto para formalizar a denúncia em caso de recarga irregular.
Mas, se você quiser saber mais sobre o transporte público de SP e demais localidades, clique aqui*.
Considerações finais:
Em suma, o esquema de fraude massiva no Bilhete Único de São Paulo está causando prejuízos milionários e prejudicando milhares de usuários.
Criminosos oferecem créditos adulterados a preços mais baixos, ameaçam funcionários das estações e agem abertamente, mesmo com investigações em andamento desde 2019.
Porém, as autoridades alegam tomar medidas para combater o problema, mas a situação ainda é preocupante, exigindo maior vigilância e punição dos envolvidos.