Salários atrasados, demissão em massa e dívida multimilionária: Globo confirma falência de gigante do Brasil

Falência sempre é uma situação triste, pois envolve o sonho de um empreendedor chegando ao fim, clientes perdendo mais uma opção e funcionário sendo demitidos

Salários atrasados, demissão em massa e dívida multimilionária foram os últimos meses de uma empresa gigante, que teve sua falência decretada e confirmada pela Globo. O fato é que o pós-pandemia deixou marcas em vários setores.

Em setembro de 2022, por exemplo, uma fábrica famosa teve a sua falência decretada ao se endividar e não conseguir mais honrar os compromissos tanto de fornecedores, quanto dos pagamentos dos funcionários de acordo com informações do portal G1, que pertence ao Grupo Globo.

A Justiça decretou a falência da fábrica MW de Caçapava. A empresa estava em Recuperação Judicial e não realizava os pagamentos de salários aos trabalhadores desde maio do ano de 2022. Bom, para quem não sabe, a MWL, de capital chinês, era a principal fábrica de rodas e eixos para o setor ferroviários da América do Sul, e dois dos seus principais clientes estavam o Metrô de Nova York e de Boston.

O pedido foi feito pela Brasil Trustee Administradora Judicial, que passa a ser responsável pela empresa falida. Com a falência, a demissão em massa dos 220 funcionários da empresa foi executada. O Sindicato dos Metalúrgicos informou que estava em contato com o Tribunal de Justiça e a nova administradora, para orientar os trabalhadores sobre as verbas rescisórias.

Por lei, o pagamento dos direitos trabalhistas eram prioridade, então assim que houvesse dinheiro em caixa, as dívidas de salários e rescisões deveriam ser pagas primeiro, antes de quitar as demais dividas. Vale destacar que em junho de 2022, após um mês de greve, cerca de 40 funcionários da fábrica receberam telegramas anunciando suas demissões.

O texto do comunicado enviado aos trabalhadores informava o desligamento por abandono de emprego. A Justiça do Trabalho, no entanto, suspendeu as demissões de trabalhadores feitas pela MWL, porque elas foram consideradas ilegais.

QUAL É A SITUAÇÃO ATUAL?

No pedido de falência, a empresa argumentou que houve “flagrante abandono” da fábrica pelos proprietários e que não foram tomadas medidas para a retomada das atividades. Ainda de acordo com o portal G1, a empresa em nenhum momento na época havia se manifestado sobre o assunto.

Em junho de 2023, após colocar os equipamentos e veículos da MWL em leilão para pagar as dívidas, e a primeiro momento não ter recebido nenhum lance inicial proposto, a empresa finalmente conseguiu vender os itens. O lote com mais de 800 equipamentos e veículos foi arrematado por pouco mais de R$ 9,1 milhões – cerca de R$ 200 mil a mais do que o valor mínimo.

O leilão só aguardava a homologação do vencedor. A ideia é que os valores arrecadados fossem usados para o pagamento de dívidas, principalmente em relação ao salário atrasado dos funcionários que foram dispensados na falência. Após isso, não houve mais informações atualizadas sobre o caso.

QUEM PAGA AS DÍVIDAS DE UMA EMPRESA FALIDA?

A Justiça escolhe um administrador judicial, que fica responsável por organizar o pagamento dos débitos aos credores. Tudo se encerra quando todos os credores contam com todos os valores que a empresa a devia, em seus bolsos.

Além de auxiliar do juiz na administração da falência, o administrador judicial é também o representante da comunhão de interesses dos credores (massa falida subjetiva), na falência.