Chefão do esporte da Globo, Renato Ribeiro foi demitido nesta segunda-feira (30) após a emissora perder jogos amistosos da Seleção brasileira, que agora serão transmitidos pela TV Brasil, canal que pertence ao Governo Federal.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, em comunicado interno dirigido aos funcionários, a Globo anunciou a saída de Renato Ribeiro da direção da Central Globo de Esportes. Roberto Marinho Neto – filho de Roberto Irineu Marinho -, que desde 2015 é diretor geral de esportes do Grupo Globo, passará a ocupar a função interinamente, até que seja escolhido um substituto para ocupar a vaga de Ribeiro.
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Renato Ribeiro começou a trabalhar na Globo em 1985 cobrindo férias, mas logo foi contratado como repórter e editor. Em 2004, foi nomeado coordenador da Editoria Rio. Em ascensão, em julho de 2009, com a criação da direção-geral de Jornalismo e Esporte, ele passou a ser diretor executivo de Jornalismo, responsável pela supervisão de diversos programas e telejornais da emissora. Em janeiro de 2013, assumiu a divisão de Esporte, substituindo Luiz Fernando Lima – onde estava até hoje.
Vale lembrar que, na Globo, existe também Renato Ribeiro Soares da Silva, que era repórter e, no ano passado, assumiu o cargo de diretor executivo de Esportes, ocupando a vaga deixada por João Pedro Paes Leme – esse continua na emissora.
Globo perde jogos da Seleção
Ainda de acordo com a Folha, a decisão tomada pela Globo acontece – coincidentemente, ou não – no mesmo dia em que foi revelado que a emissora não irá transmitir dois amistosos da Seleção brasileira: um contra a Argentina e outro contra a Austrália, que acontecerão nos dias 09 e 13 de junho, respectivamente.
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Para transmitir os jogos, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) comprou horários na rede estatal TV Brasil – até 2016, a Globo exibia todas as partidas do Brasil com exclusividade, mas não houve renovação de contrato.
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A Globo detém os direitos de transmissão das partidas das eliminatórias e da Copa do Mundo de 2018, na Rússia, assim como também o Mundial de 2022, que será realizado no Qatar. Para as próximas eliminatórias, no entanto, não há nenhum contrato assinado e está em estudo na CBF usar projeto próprio de transmissão.
Para os dois amistosos da Seleção no próximo mês – os quais não irão ao ar na Globo -, a CBF tenta acordo com o Facebook para exibir as partidas pela web, com cotas publicitárias que chegam ao valor de R$ 2,3 milhões cada.
Em nota divulgada à imprensa, a Globo disse que não concorda com o modelo escolhido pela CBF para negociação e que buscou um acordo, mas não obteve sucesso. “A CBF tinha planos de negociar os direitos dos amistosos e das Eliminatórias da Copa 2022 na forma de bid (leilão fechado). Recentemente decidiu vender os dois jogos amistosos de forma avulsa e, embora não acreditemos que esta seja a melhor solução para todas as partes, tentamos negociar, mas não chegamos a nenhum acordo”, diz o texto da assessoria de Comunicação da Globo.
Outro lado
O TV Foco enviou e-mail à Globo, que respondeu com a seguinte nota:
“A saída da Globo de Renato Ribeiro, responsável pelos conteúdos esportivos da Globo, do SporTV e do globoesporte.com, faz parte da evolução da reestruturação do Esporte da Globo, que vem ocorrendo desde outubro do ano passado, quando foi anunciada a criação da nova unidade de Esporte, sob o comando de Roberto Marinho Neto.
Foi um movimento natural, consensual e planejado. Renato Ribeiro ajudou no processo de redesenho da área e deu uma importante contribuição para a sua consolidação, tendo estado à frente da cobertura de eventos importantes como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Na Globo há 31 anos, Renato encerra seu ciclo de sucesso na empresa no final de junho. Roberto Marinho Neto acumulará interinamente as suas funções até que a estrutura definitiva do Esporte seja definida.
É incorreta qualquer ilação com as negociações dos amistosos da Seleção Brasileira. Quem cobre o assunto sabe perfeitamente que a responsabilidade de Renato está associada aos conteúdos esportivos, sem relação com as negociações de direitos.”