Depois de esforço para manter todas suas principais estrelas, incluindo Renato Aragão, Globo se vê obrigada a mudar postura em relação aos seus contratados
Esta semana, veio a notícia bombástica de que Renato Aragão, uma das figuras mais prestigiadas da Globo, foi dispensado pela emissora após 44 anos. A notícia foi surpreendente pela representatividade do humorista, mas já era esperado que a Globo preparasse uma grande lista de dispensas, que incluiria estrelas como ele.
Essa saída do eterno Didi também pode representar uma ruptura histórica de uma política que se fez presente durante décadas na emissora: a de manter a maior parte de suas estrelas, mesmo sem trabalho em vista, apenas para não liberá-las para a concorrência.
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E um exemplo curioso dessa política ocorreu com o próprio Renato Aragão. Após a morte de Mauro Faccio Gonçalves e de Antônio Carlos Bernardes Gomes, intérpretes do Zacarias e de Mussum, respectivamente, Os Trapalhões perdeu força na Globo e chegou ao fim em 1995. Assim, Renato Aragão ficou sem novos projetos em vista e foi colocado na geladeira da emissora por cerca de um ano.
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INSATISFAÇÃO
Já em 1996, ele não escondia sua insatisfação e ameaçava deixar o canal após 20 anos. “De repente, a gente vira móveis e utensílios, e isso está me incomodando”, disparou o famoso na época. “Vou para onde tenha melhores condições de trabalho e possa experimentar alguma novidade”, completou.
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Renato tinha a ideia de fazer um projeto nos mesmos moldes de Os Trapalhões, junto com Dedé Santana, e estava na mira do SBT. A Globo, então, para não liberar uma das suas principais estrelas para a concorrência, ouviu as reclamações do humorista e decidiu dar novas oportunidades para ele.
No final de 1997, a Globo lançou o programa Renato Aragão Especial, que ficou no ar até 1999, e no ano seguinte, deu outro humorístico para o veterano: A Turma do Didi, exibido até 2010. Esses dois projetos convenceram Aragão a permanecer na emissora até os dias atuais, mesmo que ele voltasse a perder espaço nos últimos anos.
Vale lembrar que uma nota recente da revista Veja, revelou que, em meio a uma das piores crises financeiras da sua história, a Globo pretende renegociar com seus artistas e ter pelo menos 80% desse grupo apenas com contratos por obra, obrigando a emissora a rever sua política e pode ver algumas das suas estrelas em canais concorrentes.