Será que a Globo e a Record conseguirão recuperar a paixão nacional do brasileiro nos mais diferentes tipos de reality show?
O Brasil sempre para quando começa um novo reality show de confinamento na televisão. Atualmente, somente a Globo e a Record produzem esse tipo de conteúdo na TV aberta, mas o público tem demonstrado um certo descontentamento com os programas que foram ao ar nos últimos tempos.
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Os reality shows musicais saturaram e registraram os piores índices de audiência da história, sem falar nesses formatos culinários de competição que percorrem tanto a grade matinal quanto a dos fins de semana. Nesse segmento, nem o SBT escapa, tendo o “Bake Off – Brasil” e o “BBQ Brasil”.
Algo que é inegável, e sempre aparece nas listas que comparam audiências ao longo dos anos, é o saturamento do “The Voice Brasil”. A edição que contou com Fátima Bernardes no comando registrou o pior índice de todos os anos desde a estreia do programa na tela da Globo, em 2012.
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A décima primeira edição do “The Voice Brasil” marcou 15,1 pontos de média de audiência em 2022 contra 15,9 pontos de 2021. No ano de estreia, o reality show musical registrava incríveis 25,8 pontos na Grande São Paulo. Ainda assim, o programa foi líder de audiência e derrotou todas as edições de “A Fazenda”, da Record, em que concorreu no horário.
O reality show musical tem a versão tradicional, a versão com crianças e com idosos de mais de 60 anos. São tantas edições ao longo do ano que ninguém aguenta mais. De qualquer forma, a atração registra mais audiência que qualquer outro programa da concorrência e ganhará uma nova temporada.
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PÉ NO FREIO
A Globo se empolgou tanto com a produção de reality shows após os sucessos do “BBB20” e do 21 que precisou frear a produção do “The Masked Singer Brasil”. Com bons índices de audiência na primeira temporada, o reality show ganhou uma nova edição com poucos meses de diferença entre uma e outra.
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Para não cansar o público com mais um saturamento na tela, a emissora distanciou em mais alguns meses a produção da terceira temporada, que estreia no dia 22 de janeiro. Caso produzisse duas temporadas em um ano, os telespectadores certamente se cansariam do formato.
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A Globo insiste em um outro programa que já fracassou duas vezes e vai ganhar mais uma temporada agora em 2023. O “No Limite”, que é o primeiro reality show de confinamento da história do Brasil, amargou níveis ruins de audiência nas temporadas de 2021 e 2022.
Apesar do público não engajar mais o programa, a emissora tem inovações para a nova temporada. O reality show apresentado por Fernando Fernandes se passará inteiro na Amazônia, atribuindo um novo cenário e uma dinâmica diferente entre os competidores. Vamos ver se a audiência vai reagir…
UM ANO INTEIRO DE REALITY SHOW
A Record perdeu completamente a mão no desenvolvimento de reality shows. Nos últimos tempos, a emissora tem feito o ano inteiro de reality shows. Com o esgotamento do público e uma série de baixarias, um deles até deixará de existir em 2023. O “Power Couple Brasil” não terá uma nova temporada esse ano.
A última edição de “A Fazenda” registrou a pior audiência da história do programa, que era uma verdadeira paixão nacional. A atração teve uma série de brigas nojentas, recheadas de palavrões, insinuações criminosas e participantes de baixo nível. Não que isso já não existisse nas outras temporadas, mas não existiu momentos leves e divertidos no programa rural.
Foram poucos os momentos que repercutiram no Twitter e se tornaram memes, como aconteceu até a edição de Jojo Todynho, em 2020, por exemplo. O programa tem momentos esquecíveis, com expulsões, desistências e claras manipulações externas. Até interferência familiar aconteceu na porta da sede, algo inimaginável para uma produção desse porte.
Um dos piores momentos aconteceu quando Tiago Ramos quebrou regras e ficou cerca de 9 horas fora do confinamento. A produção colocou o padrasto de Neymar de volta à competição como se nada havia acontecido, sendo que essa é uma das atitudes mais polêmicas já tomadas em um programa desse tipo na TV brasileira.
INSISTÊNCIA NO ERRO?
O “Power Couple Brasil” nunca teve edições muito memoráveis, então a Record decidiu colocar um fim na produção desse programa. Com profundo desinteresse de patrocinadores e sem apelo do público, a competição de casais não existirá em 2023.
Outro problema que envolve o programa é o fato de se passar na mesma sede de “A Fazenda”. Em poucos meses a emissora precisa realizar uma reforma profunda nas instalações de Itapecerica da Serra, o que acaba custando mais que a produção do reality rural. Por esse motivo, se torna desvantajoso realizar uma atração que não possui interesse comercial.
O “Ilha Record” teve um fracasso absurdo em 2022, entretanto, ganhará uma nova temporada esse ano. A atração apresentada por Mariana Rios é uma produção original e criada por Marcelo Silva, que é vice-presidente artístico da emissora de Edir Macedo.
Mesmo sem público, o canal paulista avalia que o fracasso se deu pelo vexame da exibição da novelinha bíblica “Todas as Garotas em Mim”, que destruiu a audiência noturna da emissora no ano passado. Talvez, com um bom planejamento de grade, o reality show ressuscite como aconteceu em seu ano de estreia, em 2021.
Para se ter uma ideia da diferença de audiência, o “Ilha Record” marcou 7 pontos de média de audiência quando foi apresentado por Sabrina Sato, na edição que deu vitória Any Borges e Mirella Santos. Na segunda temporada, o programa registrou péssimos 3,4 pontos – algo que beira o prejuízo.
LUZ NO FIM DO TÚNEL
Mesmo que exista esse tipo de resistência atualmente, o público não desistiu totalmente dos reality show. É possível ver comentários nas redes sociais de internautas que se esforçam diariamente para poderem se alienar com esse tipo de conteúdos. Após anos de pandemia e conflitos políticos insuportáveis na internet e nas ruas, acompanhar esse tipo de entretenimento nunca é demais.
É necessário furar bolhas e conquistar vários tipos de público. Nisso, a Globo não tem pecado. Ao introduzir famosos no “BBB” e convocar diversas personalidades com estilos e pensamentos diferentes, é impossível que não haja repercussão do que acontece dentro da casa mais vigiada do Brasil nas redes sociais.
Outro ponto positivo é a completa reviravolta que aconteceu nessa edição atual. Após um ano tenebroso com participantes péssimos em 2022, Boninho deu a volta por cima e tornou o jogo mais dinâmico, provocando competições diretas logo no primeiro dia do “BBB23”.
Ao colocar duplas grudadas pelos pulsos, uma prova de resistência e um quarto secreto logo na primeira semana, os nervos dos competidores ficaram à flor da pele. Já são trocas de farpas, choro após comentários ácidos e os mais diferentes tipos de ‘ranço’ logo nas primeiras horas de confinamento.
Era isso que o público estava à procura. Um reality show dinâmico, com disputas bem definidas e batalhas de ego, sem que exista baixaria sexualizada como aconteceu na última edição de “A Fazenda”. Ainda assim, é preciso ter cuidado para não haver frustrações com a nova temporada – que conta com famosos ainda menos famosos no Camarote.
Mesmo com a pior audiência em uma estreia, o “BBB23” é um sucesso antes mesmo de começar. Foram mais de R$ 1 bilhão em patrocínios antes mesmo de começar.