A Globo, que exibiu a novela De Corpo e Alma no início dos anos 1990, se viu diante de uma proibição após a morte de Daniella Perez, filha de Glória Perez
Glória Perez escreveu a novela De Corpo e Alma, que foi apresentada na TV Globo entre 3 de agosto de 1992 e 4 de março de 1993, e acabou se tornando palco de um crime hediondo envolvendo a filha da autora, Daniella Perez. Apesar da história ser conhecida principalmente por quem acompanha novelas e o mundo televisivo, muitas pessoas não sabem que o folhetim acabou se tornando proibido no canal.
O crime aconteceu no dia 28 de dezembro de 1992, no dia em que Guilherme de Pádua acabou tendo uma crise de choro nos bastidores da emissora carioca por perceber que estaria fora de dois capítulos naquela semana. Costumado a assediar Daniella Perez por ser filha da autora, ele acreditou que teria mais destaque na televisão, o que não aconteceu.
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O assassino aproveitou as crises de ciúme que sua esposa, Paula Thomaz, tinha, e a convocou para armar uma emboscada contra a atriz. Grávida de quatro meses, a mulher do artista esperou a filha de Glória Perez terminar as gravações pela noite e seguiu a jovem com o marido até um posto de gasolina na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
Após fecharem o carro de Daniella Perez, a atriz saiu do veículo e levou um soco no rosto de Guilherme de Pádua, que a colocou no banco de trás do automóvel e a levou até uma rua deserta, onde desferiu 18 golpes de punhal no peito da famosa, que morreu no local. No dia seguinte, ele e sua esposa chegaram a abraçar Glória Perez e Raul Gazolla, marido da atriz morta, para consolá-los.
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Sem leis rígidas na época – situação que segue até os dias atuais -, os assassinos da atriz acabaram se tornando alvo de um movimento de Glória Perez, que acumulou 1 milhão de assinaturas para inserir o homicídio qualificado (por motivo torpe) na Lei dos Crimes Hediondos, que não permite pagamento de fianças e impõe que seja cumprido um tempo maior da pena para a progressão do regime fechado ao semiaberto, na época.
AUTORA DEU CONTINUIDADE NA NOVELA
A autora, mesmo arrasada com o acontecimento, continuou escrevendo De Corpo e Alma e acrescentou assuntos como a morosidade da Justiça e a inadequação do Código Penal na trama. O personagem de Guilherme de Pádua simplesmente desapareceu do enredo e a mocinha de Daniella Perez teve uma viagem para o exterior para justificar a sua ausência.
FITAS ESCONDIDAS NA GLOBO
Desde então, a novela de Glória Perez se tornou proibida na Globo. A autora não permite que ela seja reexibida nem no Vale a Pena Ver de Novo, nem no Viva, na TV fechada. A única vez que o folhetim foi reexibido foi no canal SIC, entre 1996 e 1997, em Portugal. As fitas da novela continuam na emissora, mas estão muito bem guardadas para que não vazem na internet.