Para finalizar a primeira fase de ‘Liberdade, Liberdade’, a equipe da novela se reuniu no Paço Imperial, localizado no Centro do Rio de Janeiro. Lá gravaram as cenas do julgamento e enforcamento de Tiradentes, interpretado por Thiago Lacerda. Durante dois dias, cerca de 700 pessoas participaram das cenas, que levaram todos em uma viagem até o Brasil de 1792.
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A equipe de cenografia, durante uma semana, transformou o local, escondendo os elementos contemporâneos e incluindo peças que remetessem ao século XVIII. Primeiro, montaram um espaço de julgamento, onde Tiradentes recebe sua sentença até o enforcamento. Caminhões transportaram mesas, cadeiras, portas, cortinas e um dos principais itens da gravação: a forca.
A forca foi pré-montada duas semanas antes da gravação. Feita de madeira de demolição, ela possui seis metros de altura até o topo. Para a produção de arte, um dos objetos mais importantes foi o livro de sentenças que fica na mesa do julgamento. O livro é uma reprodução inspirada em pinturas do período. Um calígrafo reescreveu a sentença real de Tiradentes, que está nos registros da Inconfidência Mineira.
Cerca de duas mil peças de roupa foram levadas para o local, para figuração e elenco. Para a caracterização, dois quilos de “sujeira” e dois litros de lama cenográfica foram usados na pele e no cabelo de todos. E ainda 50 próteses de cicatrizes, queimaduras e dentárias, perucas e bastões de corretivo para sujar corpo e unhas.
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As gravações de ‘Liberdade, Liberdade’ no Rio de Janeiro começaram na primeira semana de fevereiro. O Forte de São João, na Urca, foi transformado no cais do porto do Brasil colônia. O cenário marcou o primeiro capítulo da trama, onde Tiradentes (Thiago Lacerda) recebeu o livro da independência norte-americana e de onde Raposo (Dalton Vigh) parte para Portugal levando Joaquina (Mel Maia). É lá também onde acontece a chegada de Raposo, Joaquina (Andreia Horta), André (Caio Blat) e Bertoleza (Sheron Menezes) quando retornam ao Brasil, no segundo capítulo.
Para transformar o local, a equipe de cenografia precisou de três dias. Foram quatro caminhões – um deles veio diretamente de Minas Gerais, com peças produzidas na região. Inspirada em gravuras da época, a equipe criou elementos para compor o espaço: pequenos carrinhos de madeira chamados ‘piolho’ – usados por escravos para transportar materiais –, fardos de tecidos amarrados com corda, reproduções de cordas de navio, velas de barco, tendas de pau do mato e folha de bananeira. Para esconder resquícios contemporâneos, a entrada do local foi coberta com areia. Tudo para reproduzir o cais do porto de 1808. Já nas cenas da taberna, também gravadas no Forte, três balcões compuseram o ambiente, além de dez mesas grandes rústicas de madeira.
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A movimentação do lugar ficou por conta dos 200 figurantes que participaram dos dois dias de gravação e dos atores Thiago Lacerda, Andreia Horta, Lilia Cabral, Dalton Vigh, Caio Blat e Sheron Menezes, todos comandados pelo diretor artístico Vinicius Coimbra.
A equipe de figurino levou 350 peças para o set, para compor escravos e fidalgos. O time de caracterização precisou de três cases e duas malas grandes para carregar próteses de cicatrizes e machucados, e material que reproduz suor. Foram usadas cerca de dez latas de shampoo a seco para dar o aspecto aos cabelos da época – as pessoas usavam talco para tirar a oleosidade dos fios – e dez bastões corretivos que não disfarçaram nada, pelo contrário: foram usados para “sujar” os figurantes e atores.