A Globo investiu em cidades cenográficas de 4000m² e 2700 peças de roupa para o figurino da novela Orgulho e Paixão, nova aposta no horário das seis.
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O folhetim escrito por Marcos Bernstein está sendo gravado em duas cidades cenográficas, ambas com cerca de 4.000m2, construídas para ambientar o público no universo do início do século XX. Em uma delas, foram montados a casa da Família Benedito, a Mansão do Parque, a casa de Jorge e a casa de Julieta Bittencourt, dentre outros sets. “Cada cantinho está sendo otimizado para que o público tenha a compreensão real do que era viver naquela época”, explica Eliane Heringer, cenógrafa da novela. Já na outra cidade cenográfica, está a rua principal da cidade fictícia do Vale do Café, com destaque para a Casa de Chá e o comércio local. Nesta mesma área, a cidade de São Paulo toma corpo com o cortiço, que foi montado com 100% de material reaproveitado. A equipe fez um levantamento das obras que estavam em ‘desprodução’, ou seja, que não estão mais no ar, e buscaram materiais e peças para compor esse novo cenário tão rico em detalhes.
Foram cerca de seis meses de estudo para recriar com verossimilhança todos os ambientes da trama. O estilo Art Nouveau está representado na casa de Julieta Bittencourt, por exemplo, como uma novidade da época: “Por mais que esse movimento arquitetônico tenha surgido no final do século XIX na Europa, ele não chegou aqui no Brasil neste mesmo período. Por isso optamos por trazer a Art Nouveau para a casa da Julieta como uma novidade, já que a personagem de Gabriela Duarte é uma mulher antenada e rica”, justifica Eliane.
Para Juliana Carneiro, também cenógrafa da equipe da novela, o principal desafio de fazer Orgulho e Paixão está em criar vários cenários da mesma época com delimitadores sociais muito bem estabelecidos. “Temos a Julieta que é rica e mora na capital, temos também a casa do Coronel Brandão que é no Vale do Café, mas não é tão simples como a casa dos Benedito. Enfim, estamos falando de uma novela de época, porém com vários universos marcantes. Para o telespectador identificar e embarcar nessa verdade, a cenografia tem que imprimir isso muito claramente”, destaca a cenógrafa.
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Produção de arte: viagem no tempo através dos objetos
Trabalhando em parceria com a cenografia, a produção de arte tem a função de ambientar e dar vida aos espaços concebidos para cada núcleo da novela. Segundo Silvana Estrela, a produtora de arte responsável pela trama, a cidade cenográfica terá uma riqueza de detalhes, que poderá ser percebida pelo público principalmente na reconstituição do comércio da época, e todo o material de cestaria da lavoura, que consiste em cestas e peneiras. “O material foi confeccionado especialmente para Orgulho e Paixão. São mais de 60 itens exclusivos que compõem as cenas deste núcleo da lavoura do café”, explica Silvana. A produção de arte também caprichou na elaboração do cenário da casa de chá. Lá, serão servidos pratos e quitutes da época, todos preparados especialmente para as gravações. Como pratos salgados variados e pães como brioches, broas de milho, e outros doces refinados, oriundos da influência francesa na época. Éclairs, bombas de chocolate e macaroons também estarão no cardápio da casa de chá. Por se tratar de uma trama com cenas também de ação e aventura, além do romance, a equipe teve que reproduzir com fidelidade as motos utilizadas nas corridas do Motoqueiro Vermelho, personagem de Malvino Salvador: “Para retratar esse universo do motociclismo, buscamos um fornecedor que pudesse recriar as motos originais do início do século XX. Com muita pesquisa e desenvolvimento, conseguimos trazer para a novela todo o charme da época, mas também com velocidade e agilidade que a trama do personagem exige”. A produção de arte contará com oito motos no total, confeccionadas exclusivamente para a novela.
Figurino e caracterização: a construção de personagens quase reais
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Como Orgulho e Paixão se passa no início do século XX, os trajes de época prometem impressionar o público, bem como a caracterização de todo o elenco. Beth Filipeck é quem assina o figurino da trama de Marcos Bernstein, e Sérgio Azevedo a caracterização. Beth conta que a pesquisa para elaborar esse figurino foi extensa e bem elaborada, em que ela e sua equipe mergulharam nas referências de texturas, padronagens e modelagens da época, mas também buscaram nos adereços e acessórios uma fonte rica para que os figurinos moldassem os personagens: “Em um figurino de época, isso define a personalidade de um personagem. Uma sombrinha, por exemplo, não é só para proteger a mulher do sol, mas também é um símbolo de status, delicadeza e posição social’, explica.
Já para Sérgio Azevedo, a delicadeza e precisão da caracterização demonstra o tom das personalidades tão distintas das mulheres da novela. Sérgio revela que buscou no cinema e na história referências para criar a imagem perfeita para as personagens, tanto na maquiagem naturalista quanto nos penteados mais elaborados, porém discretos. “A inspiração do visual da Ema (Agatha Moreira) é meio Gigi (personagem de Leslie Caron, vencedor do oscar de melhor filme em 1956). Delicada e clássica, essa é a mulher tradicional e rica da época”, revela. Já no caso da personalidade oposta de Ema, Susana (Alessandra Negrini), Sérgio buscou na história da arte o ideal de beleza para ela: “Susana é uma mulher misteriosa e ardilosa, e para trazermos essa verdade, inspiramo-nos na imagem da Gibson Girl, que é considerada o primeiro ideal de beleza feminina nos Estados Unidos”, explica Sérgio. Criada pelo artista Charles Dana Gibson (1867–1944), Gibson Girl apareceu em várias revistas e reproduções, tornando-se um dos grandes ícones do século XX.
Orgulho e Paixão é uma novela clara, solar e com uma paleta de cores muito vibrante. Para trazer essas referências para o figurino da novela, Beth Filipeck se inspirou em obras de arte de artistas impressionistas renomados como Tissot, Manet, Monet e Renoir. A figurinista destaca esse colorido e suas nuances como o grande diferencial que a novela apresenta: “Essa novela tem vários núcleos e para diferenciá-los é preciso muito trabalho. Não estamos fazendo uma novela documental. Estamos construindo um figurino de acordo com a linguagem do autor, com leveza e muita cor”, destaca.
Para vestir essas mulheres tão especiais, a equipe de figurino teve que embarcar no espírito da personagem para criar. Para Beth Filipeck, algumas diferenças são bem marcantes, como Elisabeta (Nathalia Dill) e Ema (Agatha Moreira): “A roupa da Elisabeta é bem simples, com poucos adereços. O figurino tem sentido com a sua personalidade prática. Já a Ema é quase um bibelô. Com muitos adereços, rendas e camadas com peças sofisticadas em texturas, a personagem de Agatha Moreira é clássica e romântica”.
Todo esse trabalho se traduz no grande volume e variedade de peças que a produção requer. Beth e sua equipe produziram mais de 450 figurinos. Em alguns casos, o figurino tem seis camadas em uma peça. Se multiplicarmos isso, chegamos a um total de 2.700 peças únicas, confeccionadas exclusivamente nos Estúdios Globo para Orgulho e Paixão.
Beth também ressalta que a produção da novela valoriza o desperdício zero em seu acervo. Um ótimo exemplo é o que ocorreu no baile de gala, que marca o início da trama. “Nós construímos 100% do figurino do baile, com material reaproveitado de uma produção descontinuada da casa. Todos os vestidos do evento foram um dia vestidos de noiva da fictícia Djalma Noivas, da antiga ‘Tapas e Beijos’. Desde a modelagem, que foi refeita, até a cor desses vestidos foram feitas aqui”, se orgulha a figurinista.
Saiba tudo o que vai acontecer sobre a nova novelas das 9 da Globo, Amor de Mãe.