Globo recria final da Copa de 70 e reconstrói Copacabana para ambientar novela “Os Dias Eram Assim”

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Antonio Calloni (Arnaldo) e Daniel de Oliveira (Vitor) durante gravação em Ipanema, na zona sul do Rio (Foto: Globo/Mauricio Fidalgo)

Antonio Calloni (Arnaldo) e Daniel de Oliveira (Vitor) gravam em Ipanema, zona sul do Rio
(Foto: Globo/Mauricio Fidalgo)

Reencontrar no Rio de Janeiro dos dias atuais o Rio de Janeiro das décadas de 70 e 80. Esse foi um dos desafios da equipe de ‘Os Dias Eram Assim’ na escolha das locações que receberam as primeiras gravações na cidade, em janeiro. Pequenos prédios residenciais, comércios e outros edifícios históricos em ruas de bairros como Glória, Catete, Santa Teresa, Urca e Centro concentraram os trabalhos, comandados pelo diretor artístico Carlos Araújo. “Queríamos encontrar na cidade de hoje o Rio daquela época. Foi um trabalho muito feliz de toda a equipe, conseguimos sair do óbvio”, avalia.

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Coube a produção de arte, comandada por Moa Batsow, recriar com elementos cênicos a atmosfera do período. Como não se tratam de locais tombados, várias intervenções foram feitas para que o espectador seja levado à época. “Especialmente nas externas, há um cuidado grande para que elementos estranhos ao período retratado não fiquem visíveis”, explica Batsow. Automóveis, faixas, cartazes de publicidade e outros objetos que ajudam a definir visualmente os anos 70 foram levados às gravações externas.

O trabalho minucioso da equipe poderá ser visto desde o capítulo de estreia. A equipe de pesquisa, formada por Maria Byington e Marta Rangel, buscou em jornais e imagens em vídeo as referências para reconstruir o Rio de Janeiro em 21 de junho de 1970, dia da final da Copa do Mundo, que marca o início da trama. “Há a recriação artística, claro, mas tivemos a preocupação de ser fiel ao espírito da cidade nessa data. Havia o clima de festa, mas também havia esse clima de hostilidade por causa da repressão”, completa Batsow.

Marco Ricca (Olavo Amaral) durante gravação na Urca, zona sul do Rio
(Foto: Globo/Mauricio Fidalgo)

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Um bar no Largo das Neves, em Santa Teresa, foi o cenário da gravação do primeiro encontro de Alice (Sophie Charlotte) e Renato (Renato Góes). As cenas da perseguição policial que ocorrem logo em seguida também foram gravadas próximo dali, numa cavalaria desativada perto na Cidade Nova. Já um edifício art déco na rua da Candelária, no Centro, recebeu a gravação do ataque à construtora Amianto, cena que também marca o capítulo de estreia da supersérie.

Intérprete da protagonista Alice, a atriz Sophie Charlotte afirma que as gravações em externas ajudam a enriquecer o trabalho do ator.  “Eu amo gravar em locação. Acho que me ajuda, porque o dia realmente está passando, você vê o passar do dia, a rua, os barulhos, os cheiros…  São prédios que existiam de verdade no período em que a supersérie é ambientada, lugares pelos quais muita gente passou de verdade. Isso para mim é muito legal”, diz Sophie.

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Cenografia: cenários fixos e uma Copacabana reconstruída

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Renato Góes (Renato) recebe orientações em gravação pelas ruas de Ipanema, zona sul do Rio
(Foto: Globo/João Cotta)

Para o início das gravações nos Estúdios Globo, em março, a equipe de cenografia, liderada por Alexandre Gomes e Fábio Rangel, teve duas grandes encomendas: reconstruir o bairro de Copacabana das décadas de 70 e 80 e produzir todos os outros cenários fixos da supersérie em um só espaço, ocupando mais de 2.800 metros quadrados.

Na Copacabana erguida nos Estúdios, há três destaques: a livraria Egalité, de Vera (Cássia Kis); a vila de casas onde mora a família Reis; e o centro cultural multidisciplinar, point que reunirá o núcleo da contracultura em um segundo momento da supersérie. “Usamos como referência a Copacabana real, mas reconstruímos o bairro a partir de ícones da época em que se passa a trama”, explica Fábio Rangel. Esse cuidado se vê nas fachadas dos estabelecimentos comerciais, com seus letreiros em acrílico e neon, que iluminavam o bairro naquela época.

Marco Ricca, que interpreta o delegado Amaral, posa com o diretor artístico Carlos Araújo
(Foto: Globo/Mauricio Fidalgo)

Inspirada na pequena Saavendra, vila do Catete conhecida por ter sido o endereço de Clarice Lispector nos anos 60, a região onde mora a família Reis terá casas com áreas comuns construídas. Além de Vera (Cássia Kis) e os filhos caçulas, morarão na vila Renato (Renato Góes) e Rimena (Maria Casadevall) quando voltarem ao Brasil, no pós-anistia. “Conseguimos reproduzir a fachadas das casas, originalmente feitas com pó de pedra, com uma técnica que simula o efeito da pintura”, explica Alexandre Gomes.

 

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Formado em jornalismo, foi um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.

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