Mesmo após as eleições para presidente do Brasil neste ano de 2018, a Globo continua contestando as ideias e atitudes de Jair Bolsonaro, implicitamente, nas suas novelas. Após exibir uma cena de Malhação na qual a professora detonava o fascismo, agora será a vez de O Tempo Não Para fazer o mesmo.
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No capítulo desta quarta-feira (21), a personagem Miss Celine (Maria Eduarda de Carvalho) estará dando aula na escola, quando começa a fazer um discurso que vai de encontro com o que pensam a maioria dos eleitores do presidente eleito, sobre preconceito e intolerância por parte dos alunos.
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Ela começará falando que “os jovens não podem valorizar seus colegas pelas suas posses… Pelas vestimentas que ostentam, ou mesmo pelo sobrenome”, quando um aluno, de saco cheio, rebate: “Aí, Miss Celine… isso vai cair na prova?”. “Ela só tá falando de privilégio, cabeção”, retruca outro aluno.
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“E cê sabe o que é isso, Omar? Vive duro!”, esnoba a criança rica, quando todos riem e a professora reage: “É a isso que eu me refiro!… Precisamos reagir às ideias preconceituosas!… Dizer não à intolerância!”. A fala vai gerar um burburinho e a diretora da escola aparecerá observando tudo de cara fechada.
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Na cena seguinte, a ex-congelada será chamada na sala da diretora, que dispara: “Miss Celine, este é o meu último aviso… Depois do que ouvi na sala de aula, o próximo erro seu será punido com demissão”. “Erro? Desculpe-me, mas erro é ignorar um semelhante… Ficar encastelado em uma bolha de privilégios e não escutar uma voz dissonante”, explica ela.
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“Em um país tão cheio de desigualdades como o nosso, um estabelecimento de ensino fechar os olhos para isso é mais do que uma omissão… é um crime!”, se revolta a personagem, que toma uma atitude drástica e dispara: “Não, a senhora não irá me demitir”. “É mesmo?”, questiona a diretora.
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“Sim, pois sou eu que me demito. Passar bem!”, dispara a professora, que deixa a diretora com a cara no chão e sai pisando firme na novela O Tempo Não Para. A cena, é claro, poderá ser vista como uma indireta ao que pensam os eleitores de Jair Bolsonaro e ao projeto “Escola Sem Partido”.