A Globo ergueu uma cidade cenográfica de 6 mil metros quadrados para as gravações de Órfãos da Terra, próxima novela das seis que estreia em abril. A emissora ainda fez um enorme campo de refugiados cenográfico e contou com mais de 300 figurantes para realizar as cenas. Mais 100 pessoas foram utilizadas para rodar imagens em São Paulo.
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Órfãos da Terra transita por várias capitais mundiais, como Damasco, Beirute e Londres sem sair do país. Esse foi o desafio proposto para as equipes de produção de arte e de cenografia, que reproduziram essas realidades dentro dos Estúdios da Globo ou em locações pelo país.
Além da pesquisa em livros especializados, as áreas contaram com o auxílio de consultores das etnias retratadas na história, que trouxeram uma rica referência sobre objetos típicos dessas culturas. Na casa dos Fischer e da família Blum, o núcleo judaico da trama, a produtora de arte Nininha de Médicis investiu nos principais itens desse povo. “Em geral, no lar dessas famílias temos a Hamsá, uma espécie de escudo contra o mau-olhado, e também a Menorá, um castiçal que representa a luz de Torá. Outros símbolos como a Estrela de Davi também compõem os ambientes”, contou ela.
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Segundo a cenógrafa Danielly Ramos, a principal referência para o núcleo sírio-libanês é Dubai, a maior cidade dos Emirados Árabes, com sua riqueza e modernidade. Em São Paulo, o destaque é para a Vila Mariana, bairro conhecido por abrigar diferentes culturas e atrair públicos de diferentes estilos. Construída nos Estúdios da Globo, a cidade cenográfica de seis mil metros quadrados é formada por um centro comercial, com acesso ao metrô e ao trem; a Importadora Nasser, comandada por Miguel (Paulo Betti), que comercializa itens do Oriente Médio; a casa de chá Aletria, de propriedade de Ali (Mohammed Harfouch); além das residências das famílias que ali vivem. O estilo arquitetônico do bairro é eclético, já que cada casa se molda ao estilo de sua cultura.
Outro lar que merece destaque é a residência do poderoso sheik Aziz Abdallah (Herson Capri), que, na história, fica em Beirute. Para representá-lo, foi escolhido o Palácio Quitandinha, um marco arquitetônico de Petrópolis, cidade a 80 quilômetros da capital do estado do Rio de Janeiro. O antigo hotel-cassino construído nos anos 1940, em estilo normando, tem salões grandiosos espalhados por seus 50 mil metros quadrados.
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“A novela vai apresentar esse universo do sheik de uma forma moderna e minimalista. Muitos tons de dourado, bege e ouro velho compõem a decoração da mansão de Aziz, além de flores em tons discretos como branco e verde”, afirma Nininha de Médicis.
Após uma breve temporada em Petrópolis, a equipe da novela aterrissou com cerca de 100 figurantes em São Paulo, cidade que ambienta a história. No topo do edifício Martinelli, construção icônica dos anos 1920, foram feitas as cenas do aguardado reencontro do casal protagonista, Jamil (Renato Góes) e Laila (Julia Dalavia), no Brasil.
Outras sequências foram produzidas em regiões como o Centro, Vila Mariana, Avenida Paulista, Parque do Ibirapuera e no bairro da Liberdade, onde uma mesquita foi usada como locação. A equipe da novela ainda gravou as cenas que marcam a travessia feita pela família Faiek, em Arraial do Cabo, na região litorânea do Rio de Janeiro, e a bordo de um transatlântico, no percurso entre o Rio e São Paulo.
Para as cenas do campo de refugiados, para onde Laila e sua família fogem depois do bombardeio, a equipe de cenografia e produção de arte de Órfãos da Terra construiu um campo cenográfico em uma área de 15 mil metros quadrados, no bairro de Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro.
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As gravações duraram uma semana e envolveram mais de 300 figurantes, sendo 30 de origem árabe. A novela selou um acordo de parceria técnica com o ACNUR – Agência da ONU para Refugiados, que contou com a colaboração de uma arquiteta da agência para a montagem do campo cenográfico, com a disponibilização de uniformes e tendas reais de operações humanitárias – que foram substituídas pela Globo por novas unidades habitacionais – e com o compartilhamento de informações sobre o contexto de deslocamento forçado e integração sociocultural das pessoas refugiadas.
A parceria inclui ainda uma agenda de colaboração permanente com elenco, as autoras Thelma Guedes e Duca Rachid e o diretor artístico Gustavo Fernández. “Era um cenário que, para funcionar e causar impacto, tinha que ser grande, mas que é apenas uma passagem dos personagens principais, o que não justifica um investimento maior do que o que fizemos. Criamos ele mais realista, mais organizado. Funcionou muito, e o público vai perceber esse resultado na tela”, comentou o diretor Gustavo Fernández.